Liberdade de expressar o são

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Rachel Sheherazade, a repórter do SBT, foi ao público dizer a sua opinião sobre o menino que foi acorrentado ao poste depois de ter sido surrado e despido por um grupo de justiceiros. O fato atiçou os dedos nos teclados de todos e vimos ataques ferrenhos a repórter. Embora tenha ficado estarrecida com a postura da infeliz, a despeito d´eu tê-la julgado como uma completa boçal, acho que o direito dela de expressão não pode ser menor do que as minhas ideias e os meus valores. Tudo bem, ela é jornalista, tem aquele papo todo de ética, de discurso fascista e bababá bububú. Sei disso. Mas de tudo que li, tive uma grande dúvida: temos o direito de nos expressar, mas a liberdade, de fato, existe no nosso país? Esta pode acabar quando ofende os princípios de terceiros? A sua liberdade termina quando a sua ideia contraria a minha?

Não. Não era para ser assim… antes de mais nada, vale saber que se hoje não estamos de acordo com o que um fala, amanhã poderemos ser nós os que são contrariados quando viermos a público. Será certo fazer com que prendamos e domestiquemos as nossas palavras? A garantia da liberdade de se expressar deve ser conservada, ainda que nos cause aversão? Limitá-la não seria o mesmo que censurá-la?

É muito difícil defender a liberdade de expressão escutando aquilo que não se deseja ouvir, sabendo que ela, a liberdade de se expressar, esteja se tornando o principal incentivo da propagação da violência em nosso país. Mas, de que vale essa liberdade de expressão se não se pode dizer o que se pensa? Se eu não reconhecer que o imbecil que fala seja um portador dos mesmos direitos que eu tenho, eu não estaria me igualando a ele em um certo tipo de imbecilidade?

Deixemos que os idiotas se manifestem. Parafraseando Martin Luther King, não devemos nos preocupar com o grito dos violentos, dos que não tem ética. Devemos sim nos preocupar com o silêncio dos bons. E acrescento, que estes falem, mas que também não alucinem.

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