Bom dia! Não. Pera…

maquiagemcarro

Hoje acordei dez minutos atrasada. Foi o suficiente para minha vida virar do avesso e eu passar por momentos que se equiparam a um verdadeiro pesadelo.

O caminho de casa até o trabalho não é longo mas é engarrafado. Muito engarrafado. Giga engarrafado. Então, eu geralmente deixo para tomar o meu café no carro e acabar de me arrumar dentro dele que está já devidamente preparado cheio de bijouterias, perfume, acetona e esmaltes. Se o Takimóvel tivesse banheiro, daria para ir fazendo outra série de coisas no caminho e dormiria até mais tarde.  Mas vá lá. Está bom e vai ficar ainda melhor quando arrumar uma torradeira que possa ser ligada na bateria do carro. Serão mais 2 min e 43 seg que poderei ficar na cama. Maravilha.

Mas fato que hoje acordei atrasada e fiz tudo muito rapidamente como fazem aqueles que estão mega apertados para fazer xixi. Lembrei de pegar o pão, a faca e o catupiry para passar no pão. Peguei a caneca com café quentinho e os livros que usaria para dar aula. Fiz tudo isso correndo pra lá e para cá dentro de casa já no salto alto. Entrei no carro e vim me embora. Beleza.

Porém, quase chegando no cefet parei para abastecer o Pafúncio, nome dado ao Takimóvel, quando me dei conta que havia esquecido minha bolsa com dinheiro e documentos. Nada demais. Estava hiper calma até aí já que esse tipo de coisa se resolve fácil com um telefonema ou simplesmente não se resolve e é só rezar que a gente se livra da blitz. O pior e o que me fez entrar em desespero é o que vou lhes contar agora e só as lindas me entenderão. Eu também deixo para me maquiar no carro e o reboco dessa fuça estava todo lá. Na bolsa que eu havia esquecido lááááá em casa.

Problemaço nível perder filho na praia. Imagina dar aula olhando para quase cinquenta alunos sem rímel e sem batom? Já imaginou a desgraça?

Nara havia dormido na casa do pai. Era a minha esperança. Ela estuda na mesma escola em que eu trabalho e tinha que chegar no mesmo horário que eu.

– Alô! Nara! Você não sabe o que me aconteceu! Socorro! Esqueci minha bolsa em casa!
– Ai, mãe, que desgraça! Andando na rua sem documento e sem dinheiro!?! E agora???
– Que dinheiro mané dinheiro! Você está com a sua bolsa de maquiagem na sua mochila?
– Ih, mãe. Eu super estou, mas vou chegar atrasada.
– Quando chegar vai direto para o estacionamento. Tem rímel?
– Mãe, eu disse que vou chegar atrasada.
– Então, estarei te esperando no carro. No estacionamento! Deitada no banco para que ninguém me veja! Corre que hoje tenho que dar uma aula giga importante! Beijo!

Ai. Grazadeus tenho a Nara… Amém.

Enfim, Nara chegou correndo e suada para me ajudar, passou um delineador em mim como só ela sabe passar, bem fininho quase imperceptível, passei o primer (um creme transparente que serve para não sei o quê), depois uma base bem natural com BB cream e batom cor de boca hiper cor de boca mesmo só para dar um toque. Pronto. Podia sair do carro e ir para o mundo que me esperava lá fora. Estava linda.

Como disse, foram momentos de terror e agora vocês super me entendem. Mas depois que Nara apareceu, eu saí do carro com os cabelos esvoaçantes no salto alto. E assim fui andando até a minha sala me sentindo a Gisele Bitchein no comercial da L’Oreal.

Mal dou bom dia para a turma um aluno lá atrás levanta a mão e me diz:

– Professora, sua blusa está do avesso!

É isso, gente.

Espero que o dia de vocês tenha começado melhor do que o meu.

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