Superando Obstáculos. Detonando os Paradigmas.

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Hoje, depois de ir pela primeira vez sozinha ao cinema na vida e ter vencido, mais uma vez, a mim mesma, entrei em uma livraria e por lá fiquei umas duas horas. Acabei encontrando uma professora do tempo em que eu era católica e nem usava sutiã ainda. Põe dois séculos nisso, gente…

– Elika?
– Tia Sônia?

Papo vem papo vai, contei a ela que havia me separado depois de vinte anos de casamento, que estava me reinventando como ser humano, que vivia um dia histórico na minha vida e bababá bububú. Mulher é assim. Fala tudo pra tia.

– Mas você está linda, Elika! Aposto que tem muito garotão querendo te levar ao cinema… – viajou.

– O ponto é que mesmo que isso seja verdade, tia, eu gosto mesmo é de alguém maduro para conversar. – lamentei.

– Elika, ô Elika!, heloooou, Elika! Olha, eu estou com sessenta e dois anos, vinte a mais que você. Sempre tive namorado mais velho do que eu. Os namoros duravam dois, três anos, no máximo. E eu sempre terminava falando a mesma coisa que você está falando agora. Dã. “Eu queria um homem maduro”. – e disse essa última frase fazendo voz de criancinha e zoando descaradamente da minha… da minha… ingenuidade? esperança? solidão?

– E depois, vou te explicar algo que deveria ter falado há trinta anos atrás quando fui sua professora, Elika. – continuou empolgadésima a me dar aula – O melhor da vida se faz em silêncio, ou melhor, sem conversar. Sabe o que é? – aimeodeos ela não vai me fazer ouvir isso! – Sexo e cinema!

Pronto. Falou.

E gargalhou alto. Comecei a procurar a minha cara debaixo da mesa.

Como assim a minha tia da quarta série não era virgem ainda? Como assim??? Como assim a minha tia que me ensinou a tabuada não era santa, imaculada e pudica? Como assim?

Bom, sei que cheguei em casa. O dia já estava pra lá de tenso para mim. Há um tempo que ando em guerra com minhas limitações. Mas, neste final de semana, resolvi partir para o massacre. Só não contava em desconstruir o paradigma da tia-freira-fofurésima com ela me dando de presente o kama sutra.

Venci um trauma. É verdade. Filme assistido. Ponto para mim. Uhuul. Eu crente que estava abafando, me superando e ficando boa da cabeça… Voltei para casa mais desnorteada que bússola em um dos pólos terrestres.

Ficar imaginando tia Sônia naquelas posições do livro… mas gente… Eu que não rezo há anos, pensei em fazer uma oração praquela alma depravada encarnada naquele corpo super feliz.

Por isso é que eu escrevo viu. Dormir com essa sem dividir seria surto psicótico na certa!

E giga injusto com as outras mulheres…

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