Estou fazendo hora pelas ruas de Copacabana enquanto Nara e Hideo, meus filhos artistas, passavam o som antes do espetáculo.
Parei na rua para olhar uma coisa estranha tipo um homem moreno muito alto com um corpo lindo, uma sunga bem cavada e um cabelo bem grande quase até o joelho. Enquanto estou terminado meu sorvete e pensando na petulância do cavalo, ouço um mendigo falando no celular:
– Cara, isso aqui é ótimo. Hoje teve bloco na rua. Me distraí a beça. E para dormir na rua é melhor também. Super seguro. Tenho dormido sempre em frente à Pacheco na Nossa Senhora de Copacabana. Não. Não. Isso não. A galera daí é mais ser humana. Aqui os morador trata mal nóis. Tem sim. Viado a dar com o pau. Mas deixa eles. Eles não fazem mal a ninguém não. Vem pra cá, cara…
Ah gente… Eu não meu aguentei.
– Oi. Não pude evitar e ouvi sua conversa… O seu amigo dorme na rua igual a você?
– Dorme sim senhora. Lá em Madureira. A senhora conhece?
– Durmo lá também… Mas meu sonho é dormir por aqui…
– Só chegar, dona. – ele me falou sorrindo desdentadamente.
– Seu amigo estava falando do celular? – continuei a conversa.
– É.
– Onde vocês carregam a bateria?
– Na padaria. Sempre na padaria… onde nóis toma café.
E ficamos um tempo batendo um papo interessante.
Enfim, enquanto espero, as coisas vão acontecendo e eu escrevendo… aff… perdi o moreno excêntrico de vista…
Belo texto! 😀 E pq eu me assustei sobre um mendigo com celular? Conheço alguns moradores de rua do meu bairro que estão na rua por escolha própria pois suas familias tem boas casas no bairro.
Beijos e até mais,
Jayane Fereguetti
http://www.ulalahmundo.com
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Adoro!!!
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Também conheço uma moradora de rua que vive lá por conta própria; a família tem poder aquisitivo, inclusive ela é culta. Já a internaram, mas ela fugiu com o tempo e, retornou as ruas!
Abs e, até qualquer dia
Adilson Silva
http://adilsonconectado.blogspot.com/
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