Suponhamos que eu seja uma pessoa calma, o que não é verdade. Suponhamos que eu durma bem, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha certeza que fiz a coisa certa, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha poucos defeitos, o que não é verdade. Suponhamos que eu fale de mim com facilidade, o que não é verdade. Suponhamos que eu conte tudo, o que não é verdade. Suponhamos que basta uma conversa com um mendigo para eu ficar feliz, o que não é verdade. Suponhamos que eu seja uma boa mãe, o que não é verdade. Suponhamos que eu faça sempre o meu melhor, o que não é verdade. Suponhamos que eu goste de correr, o que não é verdade. Suponhamos que lide com alegria e leveza com meus problemas, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva sem dificuldades, o que não é verdade. Suponhamos que eu me baste, o que não é verdade. Suponhamos que eu esteja satisfeita, o que não é verdade. Suponhamos que eu não me arrepende de nada, o que não é verdade.
Quem me dera ser a metade do que supõem de mim…
Agora… suponhamos que eu seja uma pessoa impulsiva, o que é verdade. Suponhamos que eu não reflita muito sobre meus sentimentos, o que é verdade. Suponhamos que ajo sob uma intuição dessas que não falham, o que é verdade. Suponhamos que eu me estabaque muito, o que é verdade. Suponhamos que é porque não se trata de intuição e sim extrema infantilidade, o que é verdade. Suponhamos que o resultado tem sido meio a meio, o que é verdade. Suponhamos que vivo num impasse, o que é verdade. Suponhamos que eu queira melhorar mas não sei, o que é verdade. Suponhamos que ser impulsiva me machuca muito, o que é verdade. Suponhamos que nem sempre os meus impulsos tenham uma boa origem, o que é verdade. Suponhamos que tenho medo de me tornar adulta demais, o que é verdade. Suponhamos que eu seja uma pessoa muito ocupada, o que é verdade. Suponhamos que a minha ocupação seja tomar conta do mundo, o que é verdade. Suponhamos que sofro muito por conta de tanto amor, o que é verdade. Suponhamos que sofra muito mais por tanto desamor, o que é verdade. Suponhamos que eu não me importe que me julguem, o que é verdade. Suponhamos que eu não queira enumerar quantas vidas vivo, o que é verdade.
Suponhamos que eu tome conta há anos de uma fileira de formigas e que não encontrei ainda a quem prestar contas…
Suponhamos que eu esteja falando de algo tão delicado como a própria vida.
E teremos uma ideia de que são feitos e de que altura são os muros do meu castelo. Suponhamos que eu more em um…
Sua cabeça tem ssas.
Como sua imaginação voa, sobrevoa. Da razantes na realidade e sobe novamente para as nuvens de um universo só seu.
Você deveria morar com Alice no País da Maravilha.
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