Eu, Edivaldo e Adalberto: uma relação eletrizante.

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Muitos não sabem mas, paralelamente a tudo isso que está acontecendo no Brasil, a parte elétrica da minha casa deu pane geral. Pedi socorro nas redes sociais para que me indicassem alguém de confiança, pois, além de não conhecer ninguém da área, moro sozinha com meus três filhos num barraco em Madureira e para entrar aqui no nosso cafofo a pessoa tem que ter bom coração.

Isso posto, apareceu na minha vida Edivaldo que tem vindo todos os dias acompanhado de seu ajudante Adalberto. O problema inicial era que metade da casa estava sem luz de forma intermitente. Funcionava quando dava na telha. Edivaldo chegou aqui, viu tudo, falou que teria que demolir a casa e fazer outra para consertar da forma certa a se fazer o estrago. Mas, bom que ele é, disse que conseguiria dar um jeito.

– Quanto você vai me cobrar pelo serviço? – perguntei contando as moedas do bolso.

– Acho que uns quinze mil paga bem. – disse ele sério olhando para mim.

– E com desconto?

– Hghegcentos reais.

– Fechado.

Ficou um sábado inteiro por aqui e deixou tudo funcionando. Mas me avisou que os fios daqui estavam em situação de calamidade pública, que ele havia dado somente um jeito e que mais cedo ou mais tarde eu teria que refazer a parte elétrica toda da casa. Ok. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Nada mais permanente do que uma media provisória.

Como é bom resolver um problema e tudo acabar bem, né?

Pois é.

Fui tomar banho feliz e contente com todas as luzes do banheiro ligadas e ouvindo música no radinho ligado na tomada. Peladona toda ensaboada coloquei a mão na parede e senti elétrons circulando em minhas veias junto com as hemáceas. Levei um choque daqueles e xinguei até a quinta geração de Edivaldo. Saí do banho e liguei para ele.

– “Houston, temos um problema.”- soltei a frase célebre da missão Apolo 13. – Tomei um choque!

– Não é possível, dona Elika. Saia daí já desse chuveiro imediatamente! Amanhã cedo estarei aí. E não deixe seu filho tomar banho nesse chuveiro pelamordedeos, dona Elika!

– Miga sua loka, amanhã tenho que fazer isso e aquilo. Não estarei em casa. Você entra e resolve esse abacaxi sem mim mesmo.

Daí que no dia seguinte ele esteve aqui. Testou tudo e nada encontrou e me mandou um whatsapp:

Edivaldo Eletricista: Dona Elika, encontrei nada não. Não detectei corrente nas paredes do seu banheiro.

Elika: Tu ficou peladão no meu banheiro?

Edivaldo Eletricista: Não é necessário, dona Elika. Eu fiquei descalço com o pé molhado e nada aconteceu. Encostei em tudo.

Elika: Não serve, Edivaldo! Tem que ficar pelado e molhado!

Edivaldo Eletricista: Dona Elika, faz o seguinte: amanhã quando você tomar banho me avisa. Se o problema continuar, eu resolvo para a senhora.

Elika: Edivaldo! Se eu morrer, eu te mato!

Isso ocorreu naqueles dias que bateu aquela frente fria no Rio que foi mais esperada que a volta de Jesus.

No dia seguinte, Edivaldo, atencioso que é, me manda de novo uma mensagem.

Edivaldo Eletricista: tomou choque hoje, dona Elika?

Aff que vergonha. Como ia tomar choque se nem banho havia tomado com aquela neve toda caindo em Madureira?

Elika: Edivaldo, vou te contar uma coisa, mas se você contar para alguém eu vou ficar chateada porque isso pode dificultar a aproximação de um novo mozão na minha vida.

Edivaldo Eletricista: O que aconteceu, dona Elika? Dona Elika, o que a senhora fez???

Elika: Edivaldo, cacete, Edivaldo. Miga sua loka, eu não tomei banho ontem! Você viu o frio que fez?

Edivaldo Eletricista: Mas e hoje?

Elika: Tu não tá vendo a frente fria, Edivaldo? Olha, quando eu tomar banho, eu ligo para te contar os detalhes.

Edivaldo Eletricista: Me mantenha informado, dona Elika. Estou preocupado com a senhora.

Lá no início da noite…

Elika: Edivaldo, tomei banho.

Edivaldo Eletricista: Parabéns, Dona Elika. Estava ansiso por essa notícia. E aí?

Elika: Estou aqui ainda no chuveiro peladona toda molhada levando choque como uma condenada.

Edivaldo Eletricista: Amanhã estarei aí, dona Elika, com o Adalberto! Amanhã sem falta resolverei esse problema.! Saia daí imediatamente!

No dia seguinte…

– Dona Elika, vamos ter que demolir pelo menos duas paredes dessa casa, a senhora vai ficar sem luz durante um mês e meu serviço subiu para vinte mil.

– Fechado, Edivaldo, manda vê.

Bom, é isso. Durante esta semana, terei Edivaldo e Adalberto na minha vida e isso foi apenas o início dessa história. Hoje, por exemplo, ele chegou aqui sem barba.

– Que porra é essa, Edivaldo?

– Minina, nem te conto…

– Senta aqui para nóis tomar café e eu também te explicar o que acontece com as pessoas que entram na minha vida.

5 comentários em “Eu, Edivaldo e Adalberto: uma relação eletrizante.

  1. Rapaizzzz, que PENA que vc não pode aceitar mais amigos no FB!!! Seria beeeem mais fácil comentar lá!!! kkkkkkkkk

    Pelamorrrrr, vc TEM que escrever um livro na Linha “Eu, Edivaldo e outros Prestadores de Serviço – Uma suruba familiar sem sexo”. ou algo do tipo!!!! kkkkkk

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  2. Boa tarde Acompanho seus post mas desisti de fazer comentários, principalmente os sobre política. Como gosto da maioria dos seus posts e mais ainda sobre obras, reformas, mão de obra e afins relacionados, apesar de não ser do ramo, sou ex dentista, sugiro que vc troque toda fiação e quadro de disjuntores de sua casa. Prefira fios de bitola 2,5 para tomadas. Coloque mais tomadas, lâmpadas de LED e chuveiro à gás. Vai gastar uma graninha, acho que até o que o Edivaldo te cobrou. Aliás esse valor foi mão de obra + material? Se não tá bem carinho… Tente esse rapaz. (21) 7805-0545 Josivan josivanlucas@bol.com.br Ele trabalhou em meu apto na Barra, e em outras unidades do prédio. Todos ficaram satisfeitos com os serviços. Ah, ele também inclui material e descarte dos entulhos gerados. Vale à pena. Apesar de suas posições políticas boa sorte, na obra.

    Enviado do meu iPhone

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