O Cachorro do Daniel

chero

Nara, minha filha meiga e fofa, dormiu hoje na casa de seu namoradinho, o Daniel. Estava eu no meio de um texto sobre o golpe quando ela me liga:

– Mãe, você não sabe o que aconteceu.

Falar isso para uma mãe no telefone é sadismo nível hard.

– O QUE FOI QUE TE ACONTECEU, NARA SUA LOKA?

– Minha calcinha sumiu ontem a noite. A cachorra do Daniel…

– A cachorra ou o cachorro do Daniel?- interrompi sabiamente porque sou dessas mega atentas.

– A cachorra, mãe. Mãe, me ouve. Calma. A cachorra do Daniel pegou a minha calcinha. – explicou ela calmamente e depois riu histericamente.

– Por que você não estava com ela? Como uma cachorra arranca assim a calcinha de uma pessoa? Confessa com sua boca que foi o cachorro do Danie… – perguntei eu espertamente porque sou dessas super ligadas.

– Mãe, eu estou com calcinha! Ela pegou a outra que trouxe para hoje. – esclareceu minha filha super limpinha.

– Então é só procurar pela casa.- concluí de forma competente porque sou dessas giga aguçada.

– O problema é que o pai do Daniel está aqui e ela podia aparecer em qualquer lugar da casa. – falou Nara baixinho e depois riu de lá que eu ouvi daqui sem precisar nem de celular.

– Nara, isso está parecendo aquela história de aluno que não trouxe o trabalho pronto porque disse que o cachorro comeu… Confessa com sua boca que foi o cachorro do Daniel.- desconfiei eu de forma super apurada porque sou dessas tera sabida.

– Mãe, ouve. Daí o Daniel teve que avisar para o pai. Olha que constrangimento… – contou-me Nara gargalhando de um jeito estranho.

– Nara, saia já daí e nunca mais volte, minha filha, vai por mim. – orientei inteligentemente porque sou dessas que mando na lata o melhor a ser feito.

– Mãe, eu acho que elas fizeram cabo de guerra com a minha calcinha. São duas cachorras e elas são muito agitadas. A calcinha apareceu hoje de manhã toda esgarçada. – rinchavelhava Nara sua loka.

– Onde?

– No sofá da sala…

– Nossaaaa que lugar estranho para uma cachorra deixar uma calcinha. Se eu fosse a cachorra, eu ia largar a calcinha no quintal nooooossa como vocês estão criativos… Confessa com sua boca que foi o cachorro do Dani… – ironizei afiadamente porque sou dessas quilo maquiavélicas.

– Mãe, você acha que eu ia ligar para você para mentir? – sondou Nara nossa relação.

É. Jamais. No mais, se tem uma coisa que ensinei para meus filhos é não deixar rastros. Só não contava mesmo com essa da cachorra do Daniel.

– O pai dele viu? – falei baixinho como se estivesse ao lado dela.

– Não. Imagina se visse. Tô te ligando porque não consigo parar de rir de nervoso imaginando a cena… Vou fazer um grupo fechado no whats para contar essa história. Já já volto para casa.

– Eu também quero contar no meu grupo fechado formado por mim e alguns seguidores no Facebook.

– Ok. Só não me marca para o pai do Daniel não ler.

– Tudo bem. É tudo gente boa. Vão entender a situação. Manda um beijo pro Daniel. Fala que estou com saudades.

– Beijo, mãe!

– Beijo, Nara!

Enfim, galera, não há Parque de Diversão que se equipare com o que tenho aqui com meus filhos… essa postagem é um convite para vocês brincarem com a gente na roda gigante.

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