Plano fechado. Uma mulher de burca está imitando com a boca o som de uma galinha. Pópópó póóó.
No plano sequência, a câmera movimenta-se para a direita. Mais três mulheres de burca. Uma olha com apenas sua visão descoberta para onde a que faz o cacarejo está dirigindo o som gutural. As outras duas miram para baixo.
A câmera desce. Plano médio. Há um homem deitado no leito de um hospital entubado e aparentemente dormindo. As mulheres de burca estão em pé ao seu lado.
A câmera abre. Na cadeira encostada na parede, um menino loiro sentado com roupas espalhafatosas segurando uma galinha de borracha.
O menino é um palhaço desses que animam doentes. Sem saber o que fazer nesse quarto específico, ele pega seu brinquedo em forma de ave depenada e faz pópópópóóó com sua boca para as mulheres.
Plano fechado. A mulher de burca atenta ao menino espera a galinha acabar de balançar e, enfim, bate palmas e exclama póóó!
(Meu “short movie” baseado na história real do filho do verdadeiro Patch Adams que mostrou que os palhaços não existem somente para arrancar risos).