Bússola quebrada

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Ontem, conheci minha sogra e meu sogro. Estava completamente em paz comigo mesma e, ainda que fossem as piores pessoas do mundo, continuaria preenchida de horizontes porque quem segurava a minha mão era ele – a pessoa que parou (com um martelo)  a minha bússola que girava girava girava como um pião de menino de antigamente.

Antes de dormir, falei com Pipo que precisaria escrever uns três livros para digerir, dissecar, analisar o turbilhão de emoções daquela noite.

Pela manhã de hoje, minha sogra perguntou-me se o café estava muito forte. Disse-lhe que não. Estava do jeito que gosto e, fofa que sou, agradeci.

Um filme passava na minha cabeça e, naquele instante, fui grata não somente a ela mas também a Deus (que sequer acredito) pelo café, pelo queijo, pelo mamão, pelo acolhimento e pelas fodas bem dadas com tanto amor que ultrapassaram esse plano físico e já estão no metafísico há tempos.

Enquanto orava, retoricamente falando, olhando para Mozão que mexia um ovo na panela para eu colocar no meu pão, ouvi dela que sorria para mim com os olhos:

– Ainda não sei das coisas que você gosta mas, pelo que estou observando aqui, teremos pelo menos trinta anos pela frente para nos conhecermos melhor.

Como se tudo não fosse já suficiente…

Dentre tantas coisas bacanas que já ouvi na vida, considero essa uma das mais preciosas.

Jamais pensei que um dia eu ficaria assim como agora aqui em Brasília. Tão perdida a despeito de ver a agulha fixa apontando para o norte e eu não ter mais dúvida em qual direção seguir.

Já me enrolei em muitos momentos da minja vida. Esse, porém, tem sua singularidade. Não estou sabendo lidar com tamanha felicidade.

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