Amigo Oculto no Congresso

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Já rolou amigo oculto (ou secreto, vá lá) no Congresso.

– O meu amigo oculto está na lista da Odebrecht. – Disse Gleisi Hoffmann sorrindo de forma festeira.

Todos caíram na gargalhada e pediram mais dicas.

– Ele fez uma obra estimada em R$ 500 milhões mas que custou aos cofres públicos R$ 2,3 bilhões. – continuou.

Silêncio. Todos se olhavam ainda sem saber quem era.

– Ok. Ele desviou R$7,6 bilhões da saúde quando foi governador…

– Opa! Foi governador! – gritou Carlo Caiado animado.

– Ele está como mineirinho na lista da Odebrecht! – arrematou Gleisi dando uma piscadinha para Dilma que estava ali como convidada.

Aécio se levanta sorrindo. Pega o presente. Dá um abraço em Gleisi e começa:

– O meu amigo oculto, no seu primeiro mandato… – iniciou Aécio.

Todos já olharam para Lula sorrindo.

– … no seu primeiro mandato, houve denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia.

Silêncio. Não era Lula…

Aécio prosseguiu:

– A sua reeleição custou caro ao país. Gravações revelaram que deputados ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto e ele resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI. E a PF diz que ele recebeu R$ 975 mil da Odebrecht!

– Fernando Henrique! – gritou Jandira Feghali.

FHC se levantou todo sorridente no meio de aplausos, trocou abraços com Aécio e começou:

– O meu amigo secreto está envolvido no Escândalo Banestado! – falou seguro de que ninguém ia acertar quando ele mencionasse o escândalo em que se apurou como 124 bilhões de dólares foram lavados no exterior.

Dito e feito. Então, Fernando Hernrique completou:

– No Banestado, estavam envolvidos grandes empresas como a Globo e políticos expressivos, mas no seu grande primeiro caso nas mãos, meu amigo secreto jogou pesado com laranjas, prendendo apenas chinelões!

Muitos começaram a cochichar.

– É político?! – perguntou Rodrigo Maia.

– É tipo isso… Vou ajudar: Ele nunca julgou casos relacionados ao PSDB! – entregou FHC.

– É o Moro!!!! – falaram vários rindo alto.

Moro se levanta, troca abraços com FHC e inicia:

– Meu amigo oculto não sabe nada de economia!

– Bolsonaro! Bolsonaro! – gritavam todos gargalhando.

– Meu amigo oculto – começou Bolsonaro – de todos os presidenciáveis, dizem que foi ele que teve mais processos!

Lula e Dilma caíram na gargalhada. Muitos ainda não sabiam quem era. Moro, suspeitando, ajudou:

– Foi o que recebeu R$ 23 milhões via caixa dois, conforme afirmou a Odebrecht?

– Acho que foi esse mesmo… – respondeu Bolsonaro.

– É o Serra! – matou Lindbergh certeiro.

E assim continuou a brincadeira por mais alguns minutos onde foram lembrados áudios, fotos, festas, escândalos, desvios, nomes de empreiteiras, malas de dinheiro… até que chegamos ao último que adivinharam quando se falou em “vice decorativo”.

Temer, então, começou:

– Meu amigo oculto já recebeu uma carta minha onde falei da minha lealdade: “Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal”, assim escrevi.

Aí geral não se aguentou.

O barulho das risadas foi ouvido por toda cidade.

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