Manifesto Comunista. Santa ingenuidade, Batman!

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Fui embarcar. No raio X, minha bolsa fez soar o alarme. A fiscal pediu para ver o que havia dentro. Mostrei tudo. Um policial se aproximou atento.

– Há um objeto metálico com ponta aí dentro, a moça disse.

O policial colocou a mão na cintura.

Tirei tudo da bolsa. Não sabia a quê exatamente a fiscal estava se referindo. Ela me disse séria:

– Está dentro do livro.

Entreguei o livro apreensiva.

De fato, era o que estava dentro dele.

Enfim, ela confiscou meu marcador. Meu marcador preferido. Metálico. Lindo. Em forma de S e com uma ponta super afiada, mas com zero potencial de qualquer mudança no curso da vida das pessoas nas minhas mãos.

Tentei negociar, mas a moça me explicou que o objeto poderia significar uma arma e que com ele eu tinha potencial para derrubar o avião, mudar o destino das pessoas, assustá-las, fazê-las refletir sobre tudo o que já fizeram na vida se eu o manipulasse bruscamente.

A moça super séria pegou o que ela considerava perigoso.

E devolveu-me o livro.

Fiquei sem entender nada.

Era meu Manifesto Comunista, de Engels e Marx.

Santa ingenuidade desses fiscais.

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