A civilização contra a barbárie

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Podem falar o que quiserem do PT, mas jamais ninguém aqui viu nem Lula, nem Dilma, nem Haddad como ameaça ao Estado de Direito brasileiro. Todos contribuíram fortemente para o alargamento das condições de afirmação da liberdade individual de milhões de brasileiros a quem o destino não concedia outra vida que não fosse a absoluta exclusão social.

Podem discordar de todas as políticas públicas, mas nunca ninguém viu nenhuma liderança do PT desrespeitar as regras da democracia liberal. O que vimos sempre foi um partido enfrentando diariamente a hostilidade de uma mídia que sempre trabalhou para o grande capital.

Vejo esse segundo turno com muita perplexidade porque não encontro nada que me mostra que estamos diante de um confronto político e ideológico normal. Pelo contrário, temos mais de 50 casos já registrados de violência por eleitores de Bolsonaro. Uma morte por facadas dadas nas costas de um homem negro, professor, que afirmou ser petista.

Bolsonaro e sua prole elogiam Carlos Alberto Brilhante Ustra que no tempo da ditadura militar, que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, comprovadamente, maltratou física e psicologicamente centenas de pessoas e chegou ao limite de obrigar crianças a presenciarem o espancamento dos seus pais. Todos aqui se lembram que esse torturador foi homenageado por Bolsonaro que dedicou o seu voto pelo golpe à “memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”. Bolsonaro revelou-se ali o que ele verdadeiramente é: um canalha.

Não há defesa pelo caráter de Bolsonaro pois quem elogia o torturador de uma mulher  indefesa atribui-se a si próprio um atestado de animal irracional.

Não estamos numa democracia com esse candidato que se recusa a fazer o que mais é prezado nesse regime: o debate das idéias.

Estamos perante um verdadeiro confronto entre a civilização e a barbárie.

Impressiona e assusta o número de pessoas nesse país que tem como líder um sujeito intelectualmente medíocre, eticamente execrável e extremamente covarde pois não toma sequer para si a responsabilidade do que fala.

A direita anda tão mal das pernas que tem como candidato um homem que foge de debates, que vive de fakenews, que quer acabar com a educação pública.

Se pensam que o futuro do Brasil é educação, por que diabos escolhem um candidato que faz a maioria dos professores e das professoras entrar em desespero e em depressão com a possibilidade de ele ser eleito?

Haddad é, nesse contexto, mais do que o PT.

Haddad é o símbolo da luta dos livros contra as armas. Do diálogo contra a violência. Do debate contra o autoritarismo, a servidão e a anulação da inteligência crítica. Da civilização contra a barbárie.

7 comentários em “A civilização contra a barbárie

  1. O MEDO DO CAPITÃO E A ESPERANÇA DO PROFESSOR

    O capitão comanda
    A marcha da insensatez
    Espalhando uma ventania de ódio
    Que faz brotar medo em todo lugar

    Tem o medo dos que viram alvo de violência
    Por amarem pessoas de mesmo sexo
    Como se contrariassem a vontade
    De um Deus odioso e sem compaixão

    Tem o medo dos que nasceram
    Negros e mulatos, vistos como inferiores
    Como se só os brancos
    Merecessem a cidadania.

    Tem o medo dos artistas
    Cujas obras que alimentam a alma
    São acusadas de provocarem
    A subversão política e moral

    Tem o medo dos educadores
    Acusados de corromperem
    Crianças e jovens com ideias
    De democracia e direitos humanos

    Tem o medo dos ativistas
    Acusados de provocar desordem
    Por lutarem por direitos sonegados
    Apesar de previstos na constituição

    Tem o medo das mulheres
    De que toda violência
    Que já conhecem
    Só faça aumentar

    São muitos os medos
    Pra muitos versos ainda
    Mas precisamos falar
    É da esperança

    Somos capazes de evitar o abismo
    Se unirmos nossos medos
    Dando o nosso voto
    Ao portador da esperança
    Pois merecemos viver num país
    Sem intolerância fascista

    Por trazer nas mãos
    Um programa democrático
    Ao invés da arma que provoca o medo
    Precisamos eleger o professor
    Como presidente da nação
    Marcos Barreto

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