Foi assim. Desse jeito.

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Foi aos poucos. Uma coisa assim não acontece de uma hora para outra.

Eu andava de salto alto e roupa justa. Juro. Sempre passei um lápis pelo menos no olho para sair de casa. Unhas pintadas de segunda a segunda. Era dessas.

Até que um dia eu resolvi sair de tênis. Ficou bonitinho com um vestidinho florido e consegui dar passadas largas e saltitar quando ficava feliz na rua. Gostei da experiência.

Daí resolvi colocar uma calça jeans (no lugar da saia) e tênis. Não ficou, a la dialeto da Damares, muito feminino. Mas vá lá. A blusinha apertadinha e com um decote suave dava uma equilibrada.

Aí vi umas calças estampadas vendendo numa feirinha com um tecido leve como a consciência de quem votou em Bolsonaro e ainda não entendeu o que tá conteseno. Coisa da índia feita em Madureira. Maravilha, gente. Nem sinto que estou vestida. Com tênis largo então ficou ó. Maravilha.

Daí que o sutiã começou a incomodar também. Passei a usar esses tops de ginástica com um tamanho acima do meu. Perfeito perfeito perfeito. Amei as muchiba balançando.

A M E I.

Mas marcava as brusinha justa.

O jeito foi usar camisas largas também.

Volto a dizer que esse processo levou anos. Portanto, não sejam rápidos no julgamento.

Até que chegou o dia em que parece que passei um pouco do limite de andar pelas ruas confortável e não avisei aos responsáveis para preparar as crianças do Brasil para essa fase que alcancei.

(Tênis para quê se temos chinelos?)

Hoje, na fila do embarque aqui voltando de São Luís do Maranhão para o Rio, uma menininha de uns seis aninhos apontou para mim e falou gritando para a mãe e mais para quem quisesse ver:

– Mãe! Olha a moça de pijama!

Ah gente…

11 comentários em “Foi assim. Desse jeito.

  1. Adorei!!!👏👏👏👏👏
    Esse ano faço 37 anos, e eu vendo essas fotos na internet de 10 anos atras do povo, me refiz em pensamentos sobre quem eu era e e quem eu sou hj, eu mudei muito principalmente nesse conceito ai, não uso mais salto, prefiro parecer achatada dependendo da roupa do que viver o dia seguinte do salto, com dor nas penas e nas costas. Antes jamais deixaria o salto. Roupas só as que valorizassem o bumbum, realçassem as curvas e seios. Maquiagem então? Não ia nem na padaria sem. Hj dps de ser mãe, (mãe de hiperativo), não é culpa dele!! Por me dedicar a minha maior vocação, me desprendi de td isso, passei a enxergar a vida e os conceitos de outra forma, mais vale na vida o conforto de ser quem é de verdade, do que o desconforto de ter que se mostrar e se montar para entrar em “padrões”. Cada um tem que ser o que é, acho lindo mulher de salto vestido, saia .. mas isso já não me preenche mais. Pessoal msm essa opinião. Adorei seu relato Erika.😙😙😙

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  2. Adorei!! Sejamos livre! E deixe a Damares se ferrando com o azul e o rosa das cores das roupas. Eu particulamente adoro arco Íris…hahhahah.

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