Isaac e Paulo no Mundo das Partículas

Ontem fizemos o lançamento do Isaac no Mundo das Partículas aqui em São Paulo. O livro foi escrito por mim e ilustrado pelo gênio Sérgio Ricciuto Conte que levou todas as ilustrações originais.

Contamos várias histórias para quem por lá conseguiu passar. Afinal, Isaac no Mundo das Partículas é uma publicação independente e vivemos várias situações inusitadas para que esse livro fosse publicado.

Eu sei o poder que um livro tem na mão de uma criança. Eu sei o que ele pode fazer com a mente da gente. Minha vida sempre foi transformada a cada leitura.

E por acreditar nisso, sou capaz de viajar sozinha pelo Brasil sem patrocínio nenhum para divulgar uma obra que mistura arte e ciência e é capaz de fazer um reboliço na cabeça de quem entra na nave de Isaac.

Ontem peguei estrada. Antes de vir, de última hora, um vizinho meu de Madureira estendeu a mão e se ofereceu para me ajudar. Veio comigo até Sampa e ainda ficou “de caixa” na hora do lançamento. Pedro é professor de matemática do Pedro II, trabalha a semana inteira e topou vir sábado e voltar domingo para que eu ficasse um pouco menos sobrecarregada. Suburbano é assim. Vizinho é irmão. Ele está dirigindo agora enquanto escrevo para vocês. Gratidão, Pedro.

Quero destacar porém a cereja da noite. Uma criança chegou lá ontem. Estranhei porque já vinha com o Isaac na mão. Geralmente as pessoas vão para ‘comprar’ Isaac. Paulo não. Chegou com Isaac lido mais de não sei quantas vezes. Sabia várias passagens de cor. Fez vários desenhos para ilustrar o que ele havia entendido. Era colisão de carrinhos simulando colisão entre partículas, Bóson de Higgs na presença da origem do Universo, foguetes, modelos atômicos e mais um punhado de desenhos tudo registrado em um caderno que ele fez questão de levar para me mostrar.

Paulo se emocionou vendo as ilustrações originais. Percebeu algumas diferenças que ninguém havia observado e que só eu e Ricci sabíamos porque discutimos muito entre nós – na época em que pensávamos o livro. Questionou-as e compreendeu nossa obra como os que aplaudem o pôr do Sol não por acreditar que o Astro vá ouvir mas por uma espécie de harmonia com o Criador.

Quando Paulo chegou, eu já estava sentada ali há mais de quatro horas e meia dando autógrafos e atenção para todas as pessoas que passaram por lá (obrigada, galera, por terem ido). Isso depois de seis horas na estrada… estava esgotada fisicamente. Mas Paulo fez com que todo o meu cansaço fosse sublimado e me fez chorar com toda a sua empolgação com o tema.

Paulo, você agora está dirigindo a nave de Isaac. Ele a deixou com você. Voa, querido, por esse Universo da Ciência. E, se possível, volte sempre para me contar o que descobriu.

Paulo me abraçou dizendo que não gostou de Isaac no Mundo das Partículas. A mãe dele estava errada. Foi o livro que ele mais amou na vida.

Quando publiquei Isaac eu imaginei meu menino indo para o mundo. Cada vez que alguém adquire esse livro, eu imagino a nave partindo para uma galáxia desconhecida porque cada mente, assim penso, é um Universo em si.

Jamais pensei que meu filho voltaria pelas mãos de uma criança que estava no controle total da nave.

Dormi com a imagem de Paulo e Isaac viajando pelo Mundo das Partículas.

Obrigada, mãe e pai do Paulo por terem o levado até mim.

Obrigada a todas as pessoas que, de um jeito ou de outro, apoiam essa minha empreitada e acreditam em livros como eu.

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