Opiniões

Sobre PT e Venezuela:

Desde que falei que iria me filiar ao PT as pessoas estão me perguntando se estou acompanhando o que está acontecendo na Venezuela. A verdade é que não estava, mas diante tanta gente insistindo, fui tentar ver o que uma coisa tem a ver com a outra.

Daí, como é de praxe, entupi-me de leituras de fontes diversas. Quando vou estudar um assunto, faço sempre algumas perguntas para mim mesma para nortear a pesquisa e não me perder.

A primeira é por que diabos só se fala em Venezuela em tudo quanto é jornal e tanta gente segue boquiaberto com Maduro?

A Venezuela não é o único país do mundo a estar à beira de um colapso, a ter pessoas morrendo de fome e muito menos o único a ter um “ditador”. Há vários outros países com os mesmos problemas e até bem piores e, no caso específico da Venezuela, o tal “ditador” foi eleito democraticamente.

Também a Venezuela não é o único país a tratar com violência seus opositores. Há casos (mais uma vez) muito mais alarmantes que deixam a Idade Média no chinelo e que não aparecem na mídia.

No mais, muita gente que apoiou Maduro foi assassinada, mais especificamente, mais de vinte pessoas foram queimadas vivas. Mas isso você só sabe se garimpar muito pelas informações. A grande mídia não deu muita atenção a essa barbárie. Há um motivo para isso?

A pergunta, então, persiste: por que diabos só se fala em Venezuela?

Trata-se de um país, fiquei sabendo há pouco, que possui a maior reserva de Petróleo do mundo.

Observei sem muita dificuldade que os Estados Unidos são os que mais alimentam essa propaganda negativa contra a Venezuela e já estão prontos para invadi-la.

Será que eles estão repetindo o procedimento anterior quando se meteram, pelos mesmos interesses, com Iraque, Líbia, Síria e Irã? A dizer, fazer com que nós acreditássemos que esses países precisavam ser salvos e, depois, que batêssemos palmas quando os Estados Unidos invadiram esses países (os que não conseguiram resistir) e tiraram os governantes legítimos do poder colocando um que atendesse as suas demandas?

E que diabos o PT tem com tudo isso ao ponto de eu ser alertada por inúmeras pessoas sobre a Venezuela?

Li mais um tanto e não vi nada que fosse um impedimento para minha filiação.

Fato é que há um certo paralelo entre o que ocorre na Venezuela e o que se passa no Brasil na relação entre o STF e o Congresso Nacional. E muitos, por isso talvez, defendem Maduro com a mesma paixão pela democracia como lutamos para que Dilma continuasse sendo presidente.

Observei que quem trata o governo de Maduro como autoritário, ditatorial, violento etc. não fazem mais do que repetir o que apregoa a imprensa internacional, que simplesmente repercute a opinião dos países imperialistas.

Pergunto-me, sabendo de minha total falta de conhecimento profundo no assunto, que ditadura é essa onde o governo foi democraticamente eleito em um sistema eleitoral aparentemente confiável e que,diante de um impasse, em vez de se utilizar a força, convoca-se o povo para solucioná-lo?

Lá, a oposição conseguiu a maioria dos assentos na Assembleia Nacional. Entretanto, a partir daí, a oposição passou a valer-se dessa maioria para minar o governo de Maduro, barrando qualquer iniciativa governamental que precisasse de apoio do parlamento. Lembra algo?

Por que ainda assim o apoio popular a Maduro é tão forte? Sinceramente, diante tantas informações obtidas de fontes não somente corriqueiras, tenho lá minhas dificuldades em afirmar que, a despeito de reconhecer que as regras democráticas de ambos os lados foram arranhadas, dentro das circunstâncias reais, tenho dificuldade em concordar que o governo de Maduro seja ditatorial e/ou antidemocrático.

Como disse, a oposição cometeu assassinatos e ações que podem ser caracterizadas como verdadeiros atos de terrorismo. Como combater essas forças oposicionistas claramente incentivadas pelas potências imperialistas? Não estou justificando nada, apenas compartilhando minhas dúvidas.

Por que a oposição quer tanto o poder? Quais são as aspirações, ideologias e necessidades daqueles que querem detonar com Maduro? A resposta pareceu-me clara dessa vez: políticas neoliberais e entrega das reservas petrolíferas às multinacionais.

Como resistir a entrega dos recursos nacionais venezuelanos às empresas multinacionais?

E essa convocação de uma nova constituinte? Foi mesmo um golpe à democracia? Para responder isso temos que verificar se a convocação da constituinte está de acordo com a respectiva Constituição da Venezuela.

Pesquisa daqui pesquisa de lá.

Sim. De pleno acordo. Tanto o governo respeitou a ordem constitucional vigente quanto essa permite a convocação da constituinte.

Se quisermos então questionar, devemos começar pela própria Constituição Bolivariana, a qual foi elaborada por um soberano e inquestionável poder constituinte e aprovada posteriormente por um referendo popular.

Segue uma pequena parte para que a postagem não vire um livro:

“De la Asamblea Nacional Constituyente

Artículo 347. El pueblo de Venezuela es el depositario del poder constituyente originario. En ejercicio de dicho poder, puede convocar una Asamblea Nacional Constituyente con el objeto de transformar el Estado, crear un nuevo ordenamiento jurídico y redactar una nueva Constitución.

Artículo 348. La iniciativa de convocatoria a la Asamblea Nacional Constituyente podrán tomarla el Presidente o Presidenta de la República en Consejo de Ministros; la Asamblea Nacional, mediante acuerdo de la dos terceras partes de sus integrantes; los Consejos Municipales en cabildo, mediante el voto de las dos terceras partes de los mismos; o el quince por ciento de los electores inscritos y electoras inscritas en el registro civil y electoral.”

Para finalizar, percebo a quantidade de matérias envolvendo o nome do PT e a situação da Venezuela sem contudo considerar os pontos que aqui foram tocados e aprofundar o discurso.

Some-se a isso o fato do PT, o partido que sempre defendeu e lutou pelos trabalhadores e pelos menos favorecidos, ter batido recorde em filiações e Lula, se vier candidato para 2018, liderar as pesquisas em preferência.

Querem de qualquer jeito que a população acredite que o mau do Brasil é o partido que tirou nosso país do mapa da fome e deu a oportunidade para milhões de brasileiros ingressarem em uma universidade fazendo essa associação doida entre PT e as mazelas que estamos vendo acontecer na Venezuela.

Como se tudo fosse simples e direto.

Li aqui a manhã inteira e até agora a única certeza é a de que dia 12 irei me filiar ao PT de cabeça erguida.

Segue o barco.

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Sobre a proibição da entrega do título doutor honoris Causa para Lula:

Quem vibrou com a proibição da entrega do título de Doutor Honoris Causa ao Lula não se conforma que não foi um sociólogo, um cientista político, um acadêmico que reverteu o quadro da fome em nosso país.

Quem diminuiu a desigualdade social em um país “gigante pela própria natureza” e é reconhecido em vários lugares do mundo por tanta engenhosidade foi um torneiro mecânico que provou o que já era sabido por muitos: sabedoria nada tem a ver com conhecimento acadêmico. O diploma pouco ou nada diz sobre nossa capacidade intelectual.

A verdade dói, já dizia a minha avó.

Seria apenas mais um título para sua coleção a ser somado a tantos outros nacionais e internacionais que Lula recebeu de outras entidades e Universidades reconhecidas e respeitadas no mundo todo.

Esse sorriso de lado de quem aprovou essa proibição diz muito mais sobre quem riu do que sobre quem não recebeu, pela milionésima vez, o título de Doutor Honoris Causa.

Segue o barco, ou melhor, a caravana com Lula pelo Brasil.


Sobre a operação Carne Fraca:

Há mais de um ano virei vegetariana. Foram muitos os fatores que me levaram a isso. Esse crime que vimos de venderem carne podre não torna a minha bandeira mais balançante, mas nos convida a refletir sobre o assunto que não é “ser ou não ser vegetariano” e sim sobre o “Capitalismo”.

O pergunta que lhes faço é: diante de mais de 7 bilhões de seres humanos ocupando o planeta e crescendo, há outra maneira de se comer e se vestir se não pela exploração, escravidão e tortura (de seres humanos e animais)? Olhando para minhas roupas, meu celular e os brinquedos que vejo jogados pela casa sei que em algum lugar dessa linha globalizada de produção há neles o sangue de crianças, homens e mulheres em regime de trabalho análogo à escravidão.

Sabemos que muitas das ideias que um dia justificaram a escravidão de humanos hoje são consideradas como uma vergonha na nossa história. Na época, a falta de acesso a informação era uma boa saída para se desculpar. Mas hoje não podemos apelar mais para “eu não sabia que era assim”. Não falta militância, por exemplo, por parte de quem é contra a tortura feita em animais (que, como canso de ver aqui, são taxados como chatos – assim como deveriam ocorrer com aqueles que reclamavam do tratamento dado para os escravos).

Dizer que essa militância é babaquice e chatice dos “amantes de rúcula” banaliza e desqualifica informações relevantes para discutirmos ética, política, meio ambiente e futuro da humanidade como deixou claro esse último episódio da operação Carne Fraca.

Em que medida não podemos nos considerar sádicos e nazistas (ainda que de outras espécies) quando sabemos que bois, galinhas e porcos nascem apenas para nos alimentar em campos de concentração sem sequer poder se mover por uma existência inteira? Em que medida o tratamento dado a esses animais difere dos holocaustos que já vimos na história? O que nos torna tão insensíveis e cegos para essa causa?

Sei que trocar carne por soja não me faz mais saudável e sequer contribuo para que o mundo melhore, pois as plantações de soja são feitas as custas do desmatamento e da destruição de ecossistemas inteiros. O meio ambiente denuncia não somente uma catástrofe mas também que somos nós mesmos a catástrofe.

O que me recusei foi continuar cega diante tudo isso e decidi tentar enxergar o que há por trás do que eu consumo. Não me permiti mais a ilusão que desempenha um papel estrutural fundamental na constituição subjetiva do que vem a ser bom para nós.

Parei com a carne. Parei com frutas, verduras e legumes comprados em supermercados. Diminuí ao máximo os alimentos industrializados. Como orgânicos sempre. A opção é mais cara? Não sei, parece menos que um quilo de alcatra. Dá um trabalho imenso, isso é verdade.

A vida, de fato, como já falam por aí, não ficou mais prazerosa. Esse lado no qual estou não é uma festa. Não há confraternizações, sambas e grandes eventos à base de tortas de beringelas. Mas também não há inocência e apatia com o tratamento dado para a nossa e para outras espécies. E casos de obesidade, diabetes, colesterol alto, pressão alta, por exemplo, são bem menores para quem ingere menos veneno. Acho eu que tem compensado.

Mas isso sou eu claro. Não estou aqui para impor nada a ninguém. Levei anos lendo, me encorajando e levo tempo pesquisando a origem do que consumo. Apenas trago questões que me ocorrem sempre que vejo um caso como esse que não foi o primeiro e nem será o último.

O que me move e ao mesmo tempo me paralisa diante um bife suculento é essa certeza que há sim (tem de haver) outra maneira de se comer e se vestir sem ser pela exploração, escravidão e tortura de outros seres e degradando o meio ambiente.

E esse caminho, acho eu, não será encontrado por aqueles que fogem do debate cuja fundamentação está sobre os lucros que todo esse sistema gera nos fazendo míopes e cada vez mais doentes.

 

 

Sobre o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim :

Tentei me esquivar das notícias e focar nos vídeos de gatos e cachorros, mas feed de páginas tem de tudo, até pilha de corpos empilhados mostrando o quão surreal e horrendo foi esse massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim onde trinta deles morreram degolados.

O que me levou a mais uma vez pensar sobre o tema. Já ouvimos que a situação carcerária no Brasil vai de mal a pior há tempo. Mas é tanta coisa que temos que enfrentar que, falo por mim, acabo debatendo pouco sobre esse assunto. Até que vêm as imagens e esfregam na nossa cara a necessidade de colocar esse assunto na mesa porque nos afeta diretamente sim. Vide a violência que sofremos nas ruas. Está tudo conectado. Sinto dizer.

O número de presos, a despeito de ser exorbitante, não para de crescer. Temos o que comemorar? Controverso já que também aumentou muito o número de homicídios, apesar desse encarceramento massivo. Ou seja, usar a cadeia como solução para diminuir a criminalidade nas ruas parece, pelo que tudo indica, uma grande falácia, pois, ela não tem conseguido conter os assassinatos, o crime mais danoso que se pode cometer.

Vale observar que maioria dos presos não é assassina. Roubo e tráfico de drogas representam o maior percentual. O ponto é que muitos dos que entram saem. E saem muito pior já que nossos presídios são verdadeiros ambientes criminógenos. Não é difícil imaginar o que um bandido solto, voltando para sua casa, sem trabalho, sem perspectiva nenhuma, mas sabendo novas técnicas criminosas e conhecendo novas alianças vai fazer de sua vida dali para frente.

Com o recente massacre (as imagens estão parecendo cenas do holocausto) e a divulgação das notícias, os comentários aparecem. Numa época em que pessoas se orgulham de flertar com ideias fascistas, percebemos que uma grande parte da sociedade é excludente e quer se livrar dos indesejados de qualquer maneira. Diante das fotos de corpos empilhados, a velha frase “bandido bom é bandido morto” parece refrão de música de axé ao exalar a alegria dos que a escrevem.

Se nosso sistema prisional não recuperar mas matar todos os presos, parece que o problema está resolvido para essa
parte não pequena de nossa população.

Não sou especialista, mas sei que há muita gente tentando um meio de diminuir o contingente de presos com várias ideias que merecem ser debatidas, a meu ver. O ponto é que as alternativas que são oferecidas não levam a um bom resultado nas urnas já que muita gente acha que uma solução fácil (como a prisão) para um problema social do tamanho do nosso é possível. Melhorar as políticas sociais, oferecer aos presos em potencial alternativas de vida ou investir em medidas de prevenção são ideias recebidas com deboche por quem só pensa em aumentar a punição como um meio de atingirmos o paraíso.

Mostrar corpos sem cabeça e dizer que é isso que acontece com quem desobedecer é um grande chamariz de votos e teria o meu caso não soubesse que, a despeito de existir pessoas que deixam de cometer crimes porque temem ir para a cadeia, há lugares (como aqui) em que o aprisionamento em massa tem o efeito de elevar a criminalidade. Há varias pesquisas pelo mundo que afirmam não existir mesmo uma relação direta entre prisões e diminuição dos crimes.

E os países que conseguiram diminuir o número de presos e até fechar prisões? O que fizeram? Adivinhem: um debate mais profundo sobre as drogas, aplicação de mais penas alternativas, políticas de ressocialização, educação menos repressiva e mais cooperativa, políticas que diminuem as desigualdades sociais… enfim, parece que entenderam que não há paraíso com miséria e pobreza.

Finalizo dizendo que eu, cansada de tomar analgésicos para minhas dores de cabeça, sigo agora meditando, observando o que me faz mal, melhorando o alimento que ingiro pela boca, pelos olhos e pelos ouvidos para que minhas dores não voltem. Não me contento mais com remédios que cuidam de um sintoma e não a doença. Quero a raiz dos meus problemas arrancada e isso tem me dado um trabalho danado que nem te conto…

Mas, assim, melhorando devagarzinho internamente, entendendo a complexidade dos problemas e a confusão que fazem com o que é causa e o que é efeito e observando o desprezo por tantas variáveis envolvidas nessa equação, extrapolo tudo o que ocorre dendimim para o mundo.

Sigo sonhando com o dia em que poderei ver vídeos de gatos e cachorrinhos em paz.

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Sobre o golpe:

Pensando aqui… Há dois tipos de classe que estão de acordo com tudo isso que está acontecendo, a meu ver. Posso estar enganada, mas creio não estar delirando. Temos a classe alta que em quase nada é afetada por qualquer coisa que se decida no congresso. E temos a classe média. Nesta, já havia muita gente incomodada com a ascensão de classes mais pobres, mas que estava se segurando porque falar isso assim de forma escancarada pega super mal.

Com tudo isso que aconteceu desde 2013, juntando o fato da mídia ter ajudado a essa galera da CBF se sentir os “salvadores da pátria” quando na verdade estavam sendo usados para um interesse maior (como estamos vendo), essa classe arrumou um jeito de reclamar das políticas sociais sem parecer preconceituosa.

Havia o medo que seus privilégios chegassem ao fim. Quando as empregadas domésticas ganharam direitos trabalhistas, muitos reclamaram por ter que pagar encargos que antes não eram obrigados. O privilégio de explorar estava se tornando algo mais limitado, para citar um exemplo. Mas há outros tantos como a presença de negros nas universidades não mais como faxineiros e sim como estudantes, gente de havaiana em aeroportos, nortista viajando para fora para estudar…

Entre 2003 e 2013, verdade seja dita e repetida, vimos a valorização do salário mínimo e a diminuição sem precedentes da desigualdade social em nosso país.

A forma de atacar o que ali estava – com o aval da mídia que os encorajava por interesses maiores – foi chamar todas as políticas sociais de populistas e falar que o pobre votava em Lula e Dilma porque não tem estudos e discernimento, além do voto ser facilmente comprado em troca de bolsa-vagabundo, como assim ouvi muitos chamando o benefício.

Muitos disseram que Lula se aproveitou da burrice dos pobres. Fico me perguntando o que querem dizer com isso: será que não seria mais honesto confessar que o melhor que Lula poderia ter feito era continuar uma linha de governo que privilegia somente uma classe? O que não é fazer um pobre de bobo para essa gente? Seria não fazer nada por ele e mantê-lo “em seu lugar”? O que seria “governar bem” para essa galera? Será que a falta de instrução implica, de fato, menor compreensão política?

É impressionante como o povo que foi para as ruas vestido de amarelo se sentia (e continua se sentindo) moralmente superior e protagonista do movimento que “limparia” o Brasil do PT (o que significa, na verdade, frear todas as políticas sociais por ele implementadas). Sob a máscara que dizia ser contra a corrupção, vimos o aparecimento dos neo fascistas que agora sequer têm pudor em confessar que são.

Quando em 2014, mais uma vez, as urnas responderam que pobre tem sim uma racionalidade e vota sim com consciência, a classe que se sentia ameaçada e moralmente superior começou a dar um jeito. Com o apoio da mídia, o discurso preconceituoso conseguiu ganhar uma roupa de algo honesto e até bacana. Junte-se a isso o complexo jurídico e temos o circo montado.

Só faltava surgir um herói para legitimizar essa pseudoluta contra o pseudomal e fortalecer a ideia (dentro da cabeça dos que vestiam e vestem a camisa CBF) que há os decentes e honestos e mais todo o resto que quer fazer o Brasil virar uma Cuba ou uma Venezuela: são os comunistas, aqueles que comem criancinhas…

A foto de ontem mostra que eu posso estar errada mas não estou delirando. Os comentários do povo CBF em minhas postagens que não viu absolutamente nada demais naquilo serviram para, mais uma vez, eu dizer que a democracia não mais existe aqui nesse país e há quem se orgulhe de que o novo governo não mais atenda às demandas do povo. Falam com o nariz em pé que estão combatendo e acabando com todas as medidas “populistas”, criminalizando tudo o que foi feito para uma classe completamente desfavorecida.

Olhando a foto de Moro em festa com Aécio, sugiro um brinde à Pátria Amada. Dos filhos deste solo, agora, és mãe senil.

Teve golpe sim e, parabéns aos envolvidos porque não há como negar: deu super certo todo o plano. Que venham as PECs e mais todas as reformas que atingirão, sinto dizer, todas as camisas.

Sobre a Reforma no Ensino Médio (2016):

Há tempos sonho com uma mudança no Ensino Médio. Esse modelo que aí está se mostra extremamente arcaico. Mas nada do que sonhei chega perto dessa Medida Provisória.

O que se vê aí é um retrocesso nível 64. Não tem como acreditar que tirando artes, Educação Física, Sociologia e Filosofia prepararemos um sujeito mais feliz e pensante. Um reforma dessa magnitude só pode ser feita mediante discussões com educadores e alunos e não com administradores do sistema. Por que a pressa em mexer com isso sem ampliar o debate?

Fala-se que estamos preparando o cara para exercer melhor a cidadania. Há de se ter cuidado porque o discurso está muito parecido com os documentos oficias da época da ditadura onde a palavra cidadania aparecia inúmeras vezes no escopo das escolas.

A questao é: que conceito de cidadão está na cabeça de quem elaborou essa reforma? Se for um que se pareça com uma ameba ambulante que ri quando chicoteada aí sim, tudo bem. Esse novo modelo de Ensino Médio está perfeito.

Bolsonaros estão em festa. Próxima etapa: a implementação do Escola sem Partido.

Segue o golpe. Para quem ainda não acredita, está aí ele sendo consolidado a olhos vistos.

E para quem acredita que vamos melhorar a qualidade do Ensino com mudanças feitas dessa maneira, peço aos demais um minuto de silêncio para os neurônios dessa gente.

Sobre implicância:

Os que apoiaram o golpe já começam a aparecer com um vídeo de Dilma em que ela se mostra a favor da reforma do Ensino Médio questionando a quantidade de disciplinas. Com isso, eles querem me fazer acreditar que o que está acontecendo na Educação e da forma que está acontecendo foi “culpa do PT”, aquele velho mantra… Não, querido. Assuma. A culpa foi sua que apoiou esse golpe.

Quem dera tudo tivesse acontecido conforme foi vislumbrado pela minha presidenta. Para começar, o vídeo que você está compartilhando está cortado, incompleto.

A reformulação curricular foi mencionada N vezes como prioridade do mandato de Dilma, tornando-os um dos eixos do Brasil, Pátria Educadora. Que o Ensino Médio precisa ser reformulado isso é fato. Que esse modelo está para lá de ultrapassado todos sabemos. Que é preciso renovar as práticas pedagógicas em sala de aula de modo que os professores trabalhem tanto conhecimentos gerais quanto habilidades socioemocionais já é ponto pacífico. Que a Escola se tornou extremamente desagradável para o jovem da era digital e que ele não tem a menor paciência mais para aulas expositivas está tão claro quanto a água. Enfim, que o Ensino Médio precisa de uma profunda transformação qualquer aluno e professor que vive essa realidade confirma essa afirmativa.

Esse assunto, de fato, já era tratado por Dilma. Pontos como o sistema modular, em que o aluno pode obter certificados parciais, e a flexibilização do currículo, que teria uma base comum na primeira metade e seguiria “aberto”, com a possibilidade de o aluno escolher uma área de ênfase, constavam já no projeto de lei, isso é verdade.

Mas vamos aprofundar o tema.

Dilma, para quem não sabe, sancionou a Lei 13278/16 que inclui, de forma obrigatória, a disciplina de artes do ensino básico brasileiro. Temas de dança, artes visuais e teatro foram incorporados ao currículo da disciplina. Antes a lei só previa música. E as regras propostas pelo projeto valem tanto para escolas públicas quanto particulares. Portanto, isso que estamos vendo nessa Medida Provisória como o fim das aulas de artes e Educação Física nem de longe é o que Dilma estava querendo.

Qual a diferença? A diferença é que tudo estava sendo debatido, principalmente o fato de as escolas não terem estrutura e corpo docente para o que consta no projeto. Os caminhos para superar esse caos no Ensino ainda estava em discussão. Para se ter uma ideia, a maioria dos cursos do Ensino Médio encaminha para as faculdades, mas muitos jovens nem pensam em ir para a universidade. Portanto, o currículo deve sim ser pensado como uma questão mais ampla de desenvolvimento do jovem, não apenas em disciplinas. E isso estava sendo feito. Eu mesma ando inovando porque não acredito que a forma tradicional de ensinar física sirva para alguma coisa além de fazer com o que meu aluno seja adestrado para fazer um ENEM, por exemplo. Como ser útil para meu aluno de uma forma mais honesta sem ser marionete de um sistema excludente em sua base?

O Plano Nacional de Educação (PNE) previa que houvesse a diversificação de conteúdos e espaços e buscava aproximar os conteúdos do ensino médio aos interesses e realidade dos alunos e, vejam vocês!, entre as possibilidades estudadas e consideradas estava a participação dos estudantes em cursos das áreas de tecnologia e ciência, o incentivo a práticas interdisciplinares que conectem a teoria com a prática e o fomento de atividades culturais e esportivas! Percebem a diferença com essa MP que quer eliminá-las?

O que aconteceu? Essa medida que não combina absolutamente nada com processos educacionais que precisam ser debatidos com a participação de todos os públicos envolvidos! Uma medida que dita o que irá acontecer nas escolas pegou entidades que as representam como os professores e os estudantes de surpresa! A maioria de nós sequer tínhamos conhecimento do conteúdo dessa MP! Ela não foi debatida no nosso escopo!

Não é preocupante que isso aconteça sem a discussão da comunidade escolar? É assim que vamos mudar o Brasil? De cima para baixo? Parece-lhe razoável que isso vai resolver nossos problemas? As pessoas que ditam esse medida atuam de que forma na educação no Brasil além de receber Frotas e similares? Como essa pressa vai gerar algo positivo para a sociedade se as escolas não têm estruturas para aplicá-la e os professores não estão capacitados para isso? Além de um caos, o que mais isso pode gerar? Isso tudo não pode ser visto como uma forma de aprofundar ainda mais as desigualdades sociais já que as escolas particulares não fazem parte dessa MP? Não seria razoável considerar isso como uma tentativa de desviar a atenção da resolução de outras etapas do ensino a valorização dos professores? Viram que há a proposta da obrigatoriedade do tempo integral no Ensino Médio? Quem propôs isso não tem a menor noção da realidade da maioria dos que estão matriculados nas escolas do EM! Como assim fazer uma mudança somente curricular sem pensar também no material, nas políticas de assistência aos alunos, na formação dos professores e na estrutura dessa nova escola?

Para mim está muito claro, ainda mais quando conecto a todo o resto, a dizer, a um governo golpista que tem atacado os direitos sociais e servindo somente a um deus: O Mercado. As intenções privatistas estão escancaradas. Medidas como essas na forma em que estão sendo feitas – que nada tem a ver com o que Dilma traçou – não vão melhorar jamais a Educação Pública, mas sim vão ajudar a sucatear o pouco que delas resta e inflar a desigualdade em nosso país.

Entendo que precisamos resistir ao golpe que avança. E não vamos contar com os amarelos que mesmo sendo prejudicados em certa maneira – já que sofrerão as consequências de uma sociedade muito desigual – eles já cumpriram sua missão e seguem em silêncio com suas panelas.

Pode continuar agora a mostrar o seu videozinho que ele só vai ao encontro de tudo o que disse aqui. E assuma ao menos um pouco dessa culpa que será mais honesto da sua parte.

Segue o circo.

Sobre Malafaias e Felicianos:

Malafaias, Bolsonaros e Felicianos insistem no projeto que define família como a união entre homem e mulher baseados em preceitos bíblicos. Para eles, escrevo essa carta.

Prezados Senhores,

Estou meio confusa e peço-lhes ajuda.

Fui dar uma sondada na Bíblia já que a mesma sempre é por vocês usada para definir a Família Tradicional Brasileira. Encontrei algumas coisas que gostaria de compartilhar para a vossa reflexão.

1- A poligamia era a regra. Tanto que o primeiro caso aparece logo no capítulo 4 do primeiro livro da Bíblia: “E tomou Lameque para si duas mulheres” (Gênesis).

2- O Velho Testamento deixa claro que as mulheres deveriam ser funcionárias de seus maridos.

3- Abraão engravidou a empregada, ato falho, a escrava, depois expulsou a coitada e o filho de casa para morrerem no deserto.

4- O caso de Jacó é interessante, ele casa com as irmãs Lea e Raquel. Oremos por Jacó, deputados.

5- Salomão, o rei, merece destaque: foram 700 esposas. Setecentas de papel passado, já que o sábio soberano ainda mantinha 300 concubinas que eram as amantes oficiais.

6- Há um lei clara na Bíblia: quando um homem morre e deixa uma viúva, seu irmão deve casar com ela, para garantir que o patrimônio da família não se perca. Faz sentido, deputados?

6- Em relação ao tratamento do pai com seu filho, deve se dar muita atenção a criança, bater não é recomendado, mas pode levar a criança para o topo da montanha, amarrá-la na árvore e tentar matá-la. Sem maiores problemas.

7- Vejamos a família de Ló considerada uma das melhores da região, segundo o Livro Sagrado. Depois da mãe delas ter sido transformada num pilar de sal, as duas filhas de Ló moram com o pai numa caverna, no alto de uma montanha. Carentes de companhia masculina, adivinha (!), elas decidem embebedar o pai e copular com ele. Ló não percebeu quando sua filha mais velha chegou a sua cama, mas não estava bêbado demais para engravidá-la. Na noite seguinte as duas filhas combinaram que era a vez da mais nova. Novamente Ló estava bêbado e engravidou a mais nova também. Oremos! Oremos, deputados!

8- Quanto às prostitutas, elas devem morrer a pedradas, segundo Levítico. A regra, como todos vocês sabem, foi fortemente contestada por Jesus, com a famosa frase que salvou Maria Madalena: “Aquele que não tem pecado atire a primeira pedra”.

9- E, por fim, que já estou meio cansada, deputados: Se alguém resolver tomar Davi como exemplo, pode ser homossexual e dizer que segue a Bíblia, sim senhor. Vejam: os livros Samuel I e Samuel II contam a história da amizade entre ele e Jonatã, filho do rei Saul, antecessor de Davi e candidato natural ao trono de Israel. Davi acaba escolhido para a sucessão, mas isso não abala o relacionamento dos dois. Está escrito: “A alma de Jonatã se ligou com a alma de Davi. E Jonatã o amou, como à sua própria alma” (Samuel I). Em outra passagem, Jonatã tira todas as roupas, entrega a Davi e se deita com ele. “E inclinou-se 3 vezes, e beijaram-se um ao outro”.

A minha Bíblia, deputados, está quase toda lida e grifada, pois a tenho como um bom livro de literatura. Entendo que as Escrituras não devem ser encaradas ao pé da letra. Elas, no entanto, são encaradas como fatos literais e como exemplos a serem seguidos por vocês.

Se vamos utilizá-la como exemplo, isso me deixou um pouco confusa. Que tipo de princípios morais podemos tirar dessas histórias?

Ah, mas tem outras histórias lindas nas Escrituras!, diriam vocês. Concordo plenamente, mas….se é assim, pastores, quer dizer, perdão, deputados, precisamos ter algum critério independente para decidir quais trechos são morais: um critério que venha de onde vier, não pode vir da própria Escritura, concordam?

Gostaria de um esclarecimento.

Questão de ordem, presidente.

Sobre Freixo:

Vou responder a uma postagem que vi passando em minha timeline. Não citarei a fonte porque entendo que não é nada pessoal e o discurso se repete apenas de formas diferentes. Vou dividir os assuntos da postagem para que eu mesma não me perca. Pelo que entendi, foram cinco pontos atacados.

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“Vc que votou no Freixo…..pelo menos…..não seja Incoerente!
Se for assaltado……em hipótese alguma deve chamar a PM !!!! A PM deveria estar sem armas…desmilitarizada………ligue para LIGHT….e peça uma iluminação melhor no local do delito……isso vai reduzir a criminalidade no seu bairro !!!!!!!”

Há um equívoco sério nesse discurso. Para começar, desmilitarizar a polícia nem de longe significa a extinção de policiamento e sim de uma transferência desse “serviço” para uma polícia sem arquitetura militar.

Temos hoje duas polícias: a civil e a militar. A primeira tem como obrigação cuidar da investigação e apuração de infrações penais. A segunda, o policiamento ostensivo e “preservação da ordem pública”. Uma função que é importante ressaltar é a do combate ao tráfico de drogas. Até aí não há problema algum. Quer dizer, há. Mas o que está em jogo é o treinamento nos moldes das Forças Armadas que a polícia militar recebe. Militares são treinados e preparados para defender o país contra inimigos e o povo não pode ser considerado inimigo. Isso só faz sentido se estivermos em um Ditadura.

Quem defende a desmilitarização da PM percebe que o modelo de segurança pública que temos, do qual a PM é uma parte primordial, está basicamente falido. Basta olhar em torno, andar pela cidade e você vai perceber que há algo inseguro no ar.

Há um atrito entre a Polícia Civil e Militar bem conhecido. Criando-se uma instituição única não haverá motivo de rixa entre elas. Mas o principal ponto é que o projeto visa diminuir a própria fonte da violência da PM: a hierarquia que existe ali dentro.

A falta de critérios para utilização de armas “não letais”, a truculência, a gratuidade da violência, a atitude de colocar a tropa de choque, reintegrações de posse se tornarem espetáculos de carnificina, bombas de gás e balas de borracha ao lado de manifestantes já mostram o seu caráter repressor e violento desnecessário nesses momentos.

Unificar ou transformar não são coisas que se consigam de uma hora para outra. Por isso, é necessário que comecemos a discutir o tema de forma séria.

Então, desmilitarizar a polícia significa desmantelar a estrutura militar da PM, tanto no que se refere à subordinação ao exército, como à sua estrutura interna. A PEC nº 51 que trata disso prevê a unificação das polícias civil e militar e criação de uma única força de segurança pública. Esse é o modelo mais comum no mundo, vale observar.

2

“Se vc pegar seu filho FUMANDO MACONHA…….não o repreenda….e compre mais 100 gr para ele se divertir !!!!”

Vale observar que o álcool e o cigarro matam muito mais gente e destroem milhares de famílias e são legalizados. O ponto que a pessoa quis atacar foi que Freixo defende a legalização da maconha. Ele tem seus motivos que me parecem bem razoáveis – ainda que eu não tenha uma opinião completamente formada sobre o tema. Mas, como Freixo tem falado (e eu já andei confirmando em revistas de saúde), a maconha causa muito menos dependência do que álcool ou tabaco.

No mais, o uso do cigarro, como todos podemos perceber, diminuiu drasticamente sem que fosse proibido, apenas usando campanhas de conscientização. Se for legalizada, a sociedade vai ter que aprender a conviver com mais essa droga, tal e como tem feito com o álcool e o cigarro. Se há efeito negativo em seu uso, o processo de aprendizagem social será extremamente valioso para poder diminuir esses efeitos como vimos com o cigarro.

Dizem que a legalização pode restringir melhor o acesso a menores do que proibição. Há quem acredite no contrário. Eu não sei o que pensar, mas há muitos lugares no mundo em que a legalização não significou, de fato, um aumento, a longo prazo, no número de usuários.

Não legalizar é apenas dizer que tudo continua como está, ou seja, com um lucro exagerado do negócio do narcotráfico. A legalização certamente reduziria de forma considerável o preço das drogas, pois acabaria com os altíssimos custos de produção e intermediação que a proibição implica.

É sabido e muito denunciado que existe uma ligação entre o narcotráfico e o poder político. A legalização acabaria com esta aliança. E mais, poderia significar o fim de uma relevante fonte de corrupção. Como disse, não é nenhuma novidade nem segredo que uma parte crucial dos políticos tem sido extorquida por narcotraficantes.

Outra possível consequência da legalização das drogas seria a economia de um bom montante da ordem de grandeza de milhões de reais que é usado em seu combate. Esse dinheiro poderia ser destinado para outra coisa como o combate a outros tipos de crime.

Enfim, se eu pegar meu filho fumando maconha quando ela estiver legalizada, é possível que eu aja da mesma forma quando o vejo tomando uma cerveja. Junto-me a ele sem medo de ser feliz conversando (sempre) sobre o perigo do excesso de seja lá o que for.

3.

“Se alguém da sua família for assassinado……não fique revoltado com o bandido……ele não passa de um coitado, oprimido pela sociedade, faz isso pq não teve aulas de filosofia na escola….e tiraram a educação física que o tiraria da vida do crime pra ser jogador de futebol !!!!”

Achar que os defensores de Direitos Humanos são insensíveis às ações dos ditos “bandidos” e “vagabundos”, e que bastaria estar cara a cara com um revólver ou ver um filho ou parente ser morto para mudarem de opinião mostra o quanto não entendeu o assunto.

Para começar, não há possibilidade de prisão perpétua no ordenamento jurídico brasileiro. Ninguém, eu disse ninguém, segundo o que determina a lei, fica mais de 30 anos em cumprimento de pena. O que isso quer dizer? O cara pode ter cometido o crime que for, ele vai voltar para a sociedade.

O ponto que é levantado por Freixo e mais tantos outros é que não se constrói um prédio começando pela cobertura. Cabe uma pergunta: em que medida preferir ou incentivar medidas paliativas como as polícias (militares!) que invadem as favelas e as comunidades pobres pegarem infratores e jogarem em instituições carcerárias utilizadas como o depósito do “lixo humano” resolve os nossos problemas?

A grande maioria das pessoas tem capacidade de mudar. Seja através da religião seja da educação seja pelo trabalho. E muitas se tornam mais humanas e sensíveis quando lidam diretamente de forma séria com artes e esportes.

Deve-se, então, oferecer, intensivamente, o estímulo à reabilitação e a promoção de uma reintegração eficaz. É nesse momento que somos taxados de sonhadores. Sim. Sonhamos! Mas saibam que o fazemos em cima do texto da Constituição, dos Códigos, da Declaração Universal dos Direitos Humanos que já existe! Apenas não é colocado em prática. Então, de forma clara, só queremos o que está na nossa constituição e nunca foi aplicado de forma efetiva!

Ninguém defende bandido. Aqui se defende o ser humano e uma sociedade melhor. Se você tem uma dor de cabeça devido a um problema de pressão, por exemplo, não adianta ficar tomando analgésico e sim trabalhar no que está causando essa dor.

Por isso, é muito mais coerente brigar para que o Estado, enquanto ente que garante os Direitos individuais e coletivos, trabalhe no sentido de oferecer as mesmas condições de desenvolvimento a todos em qualquer etapa da vida e não tire das escolas disciplinas que são essenciais na formação de um ser humano mais empático.

4-

“Se sua filha chegar em casa desesperada dizendo que foi estuprada………não dê ouvidos……procure o menor que fez isso…..o acolha….pague um psicólogo para ele……pq ele não tinha discernimento suficiente pra saber o que estava fazendo !!!!!”

O tema agora é redução da maioridade penal pelo o que entendi.

Com a redução da maioridade penal, vamos precisar de uma nova estrutura, que vai demandar: número maior de policiais, de escreventes judiciais, de juízes, criação de novas Varas Criminais e Varas cumulativas, ampliação do espaço físico de delegacias, tanto para acomodar inquéritos como maior carceragem, ampliação do espaço físico em fóruns, criação e ampliação de presídios, contratação de carcereiros, faxineiros, serviços de manutenção, de fornecimento de alimentação, etc.

Complicado. Presos mais antigos serão liberados, certamente. E que tudo isso aconteça da melhor forma possível. O jovem entra com 16 anos na prisão. Que fique 10 anos preso nesse sistema falido. Sairá com 26 anos… bom? Reabilitado?

Quem defende a redução se esquece que daqui a 5, 6 ou 10 anos (dependendo do crime) eles estarão na rua novamente. E muito piores pois a prisão no Brasil não ressocializa ninguém como todos estamos vendo.

No mais, a redução da maioridade penal pode até piorar a violência no Brasil. O sistema prisional no brasileiro está degradante. Todos sabemos. O que resultaria unir jovens de 16 a 18 anos aos criminosos adultos? Respondo: eles, certamente, assim creio, seriam qualificados para mais crimes.

A ideia do Estatuto da Criança e do Adolescente e suas medidas socioeducativas buscam a recuperação desses jovens para o retorno a sociedade, pois eles também sofrem pena de internação. Por que não lutar para a melhoria desse setor? Qual a origem da dificuldade de olhar para o Estatuto com mais carinho?

5-

“Se o seu filho chegar em casa dizendo que gosta do amiguinho……não se assuste……incentive-o………pois na verdade ele não tem sexo…..e pode escolher seguir o caminho que quiser…
Pode até fechar com freixo…..MAS seja, PELO MENOS, coerente !!!!!!!”

Isso não é questão de ser a favor ou contra o Freixo. De ser de esquerda, de direita… isso é questão de ser apenas um ser humano que aceita o outro do jeito que ele é.

Se meu filho chegar dizendo que gosta do amiguinho, por que deveria me assustar? Me surpreenderia e me entristeceria se ele chegasse dizendo que odeia o amiguinho.

Acho que me estendi demais, mas achei importante esclarecer porque não se trata de ficar brigando e sim penso que devemos discutir mesmo cada ponto porque o barco é um só.

Enfim, serei coerente sim. Votarei em Freixo ainda que não concorde com tudo o que esteja em seu plano de governo. Entendo que esses e mais outros pontos são urgentes a serem debatidos e enfrentados em nossa sociedade.

Que venham outras postagens de amigos que ofereçam temas para debatermos sem superficialidade e discurso de ódio.

Sobre Crivella

– Por favor, carioca, me responda rapidinho aqui: em quem você vai votar no 2º turno?
– Crivella.
– Ok. O fato de ele possuir fortes laços com a Igreja Universal do Reino de Deus e de usar em seu discurso valores da Igreja querendo impor aos demais não lhe diz nada? E de ter sido “laranja” da Igreja como ficamos sabendo em 2004, não lhe parece desonesto?
– Não voto em defensor de bandidos!
– Ok, carioca. Freixo defende a lei e não bandidos. Mas foco no seu candidato. Você sabia que ele estava no Projeto Cimento Social que se tornou uma política de urbanização das favelas do governo de Paes?
– Viu? Ele é do povo!
– Espera que não acabei. Você sabia que esse projeto tem uma série de denúncias pela péssima qualidade das reformas feitas nas casas? E mais. Sabia que as famílias “beneficiadas” eram da Igreja Universal e isso foi motivo de denúncias contra ele? Isso não diz nada para você sobre o caráter do seu candidato?
– Não voto em maconheiro!
– Ok, carioca. Freixo defende a legalização da maconha. Se é maconheiro ou não, não sei. Mas sei que Aécio foi pego… deixa para lá, foco no seu candidato. Você sabia que um dos colaboradores para a elaboração do plano do governo foi Rodrigo Bethlem, ex-secretário de Eduardo Paes, acusado de desvios de recursos públicos no período em que foi titular da Assistência Social? Você sabia que há áudios em que o ex-secretário revelava que recebia propina de R$ 85 mil de ONG’s que prestavam serviços à prefeitura?
– Não voto em quem é a favor do aborto!
– Freixo é a favor da legalização do aborto, bem diferente, carioca. Ninguém em sã consciência fica feliz com a ideia do aborto. Mas foco em seu candidato. No programa do Crivella dessas eleições, ele promete 40 mil vagas nas creches a partir da parceria público privada (PPP).
– Viu que ótimo?
– Calma que não terminei. Você não acha que isso significa defender a privatização da educação que ao fim e ao cabo sempre enriquece o bolso dos grandes empresários ao invés de investir dinheiro público em educação pública de qualidade?
– Não voto em quem incentiva a homossexualismo!
– A palavra correta é “homossexualidade”, carioca. Freixo prometeu criar núcleos de atendimento para travestis e transexuais nos hospitais do município e garantir o atendimento humanizado na rede pública de saúde além de investir na formação de professores e em material pedagógico para combater o machismo, a homo/lesbo/transfobia e a discriminação racial nas escolas e creches municipais, com programa de formação continuada para profissionais do setor. Isso não é incentivar e sim conviver melhor com homossexuais e com todos os demais. Mas foco no seu candidato. Você sabia que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro está investigando se o seu candidato usou dinheiro de caixa dois para produzir material de campanha? A denúncia foi publicada em vários jornais.
– Não voto em quem é comunista!
– Lutar contra várias formas de dominação e combater qualquer forma de preconceito e ser radical na defesa do meio ambiente não lhe parece razoável? Isso não é ser comunista, carioca. Por favor. Estude mais um pouco. Ninguém quer impôr o comunismo aqui. Mas foco no seu candidato. Você sabia que há muito dinheiro recebido da corrupção na lava-jato por partidos da coligação Crivella e zero da coligação Marcelo Freixo?
– Não voto em professor!
– Ok. Entendi. Muito obrigada pela entrevista.

Seguimos ao vivo entrevistando outros eleitores aqui pelas ruas do Rio de Janeiro direto da minha mente para vocês do Facebook.

A qualquer momento voltaremos com mais notícias.

Sobre 2016

Eu não entendo porque a babá não foi de blusa verde e amarela também já que o objetivo era protestar por um país melhor “para todos”… também não entendo os pais que contratam babás para olhar filhos em pleno Domingo… Mas o que não tô entendendo mesmo é porque diabos tem gente compartilhando fotos de médicos de jaleco e dizendo que vestir branco não é vergonha e sim orgulho. Aff…

‪#‎RipNeurônios‬

Ok. Eu sei que nem todos que foram ontem às ruas querem a volta da Ditadura Militar e nem Bolsonaro para presidente. Eu sei que nem todos que bradaram “contra a corrupção” demitiram a empregada para não lhe pagar os direitos trabalhistas. Eu sei que nem todos bateram panela quando o inimigo estava falando. Eu sei que nem todos concordam que com o impeachment de Dilma e a entrada de Temer e Cunha no lugar veremos os tão esperados unicórnios e fadas pelas ruas quando era normal vermos antes do PT assumir o governo. Eu sei que nem todos ensaiaram a coreografia. Eu sei que nem todos usaram camisa da CBF. Eu sei que nem todos concordam que baixando a maioridade penal o crime irá diminuir. Eu sei que nem todos seguiram o trio elétrico formado pelo trio fascista Bolsonaro, Malafaia e Feliciano. Eu sei que nem todos que foram às ruas são héteros. Eu sei que muitos sabem que milhões de dízimos bancam mansões e veleiros. Eu sei que muitos sabem que o que ocorreu ontem não foi meramente uma disputa entre PT e PSDB e sim um projeto do grande capital transnacional. Eu sei que nem todos são a favor da redução das políticas sociais, desregulamentação das relações de trabalho e entrega do pré-sal às grandes petrolíferas internacionais. Eu sei que os manifestantes foram às ruas com bandeiras do Brasil, reivindicando o país que os “políticos roubaram”. Eu sei que nem todos foram a favor das pirotecnias do juiz Sérgio Moro e dos promotores de São Paulo. Eu sei que nem todos concordaram com as pichações na sede da UNE e do Partido Comunista do Brasil. Eu sei que Aécio e Alckmin foram vaiados na Avenida Paulista e que Bolsonaro foi ovacionado. Não por todos. Eu sei. Eu sei que muitos enxergam que os julgamentos de casos de corrupção são seletivos. Eu sei que muitos querem reformas estruturais que poderiam reduzir as relações promíscuas entre Estado e capital que não são apoiadas pela maioria dos paladinos da moralidade. Eu sei que muitos ontem lutaram pelo fim do financiamento privado das campanhas. Eu sei que muitos dos que foram ontem entendem que a mídia que brada pela defesa da liberdade de expressão é a mesma que foi favorável aos golpes militares na América Latina no século passado. Eu sei que muitos manifestantes entendem que a “grande contradição” social no continente não é entre “políticos” (corruptos) e “cidadãos” (contribuintes). Eu sei que os que bradam contra a corrupção entendem que esse discurso simplório fortalece as teorias do Estado mínimo, da desregulamentação das relações de trabalho e outras que favorecem as grandes corporações do capital. Eu sei que muitos entendem que não é bem a corrupção que está em jogo e sim as políticas de inclusão social que, mesmo limitadas e pontuais, trouxe ao cenário político a pauta do enfrentamento da desigualdade. Eu sei que muitos manifestantes não estão incomodados com a presença de negras e negros, indígenas e jovens da periferia em lugares onde estes antes não frequentavam como, por exemplo, universidades. Eu sei que nem todos concordam com os que invadiram a página do Facebook do deputado federal Jean Willys. Eu sei que muitos entendem que a Globo não está preocupada com a democracia e sim com o seu próprio negócio. Eu sei que muitos não querem colocar em risco a democracia ainda que participem do golpe.

Tô sabendo…Pronto. Agora a minha TL está dividida quanto a foto do casal levando a babá de branco para um momento de lazer. Metade acha que não tem problema algum e está compartilhando um link da Veja mostrando que o cara é honesto e paga direitinho a empregada. A outra metade está compartilhando outros links mostrando que o enriquecimento dele foi ilícito e que é um absurdo vestir uma babá de branco e ficar desfilando com ela como se fosse uma mucama. A primeira metade foi na manifestação hoje. A outra metade foi fazer outra coisa… Coincidência? Eu acho que não…

SObre a CNN e o Papa Francisco:

A CNN, poderosa rede de comunicação dos EUA, concedeu ao papa Francisco a “Medalha de Papelão”, destinada àqueles que, em matéria de economia, falam bobagens.

Foram essas as bobagens ditas por Papa Francisco que o fizeram receber a tal medalha:

Hoje devemos dizer não a uma economia da exclusão e da desigualdade social. Esta economia mata. Não é possível que a morte por enregelamento de um idoso sem abrigo não seja notícia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa. Isto é exclusão. Não se pode tolerar mais o fato de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome. Isto é desigualdade social.

Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. Em consequência dessa situação, grandes massas da população veem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem perspectivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e, depois, lançar fora. Assim teve início a cultura do «descartável» que, aliás, chega a ser promovida. Já não se trata simplesmente do fenômeno de exploração e opressão, mas de uma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são explorados, mas resíduos, sobras.

Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe.

A cultura do bem-estar anestesia-nos, a ponto de perdermos a serenidade se o mercado oferece algo que ainda não compramos, enquanto todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma.

Uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e as nossas sociedades. A crise financeira que atravessamos faz-nos esquecer que, na sua origem, há uma crise antropológica profunda: a negação da primazia do ser humano.

A tudo isto vem juntar-se uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta, que assumiram dimensões mundiais. A ambição do poder e do ter não conhece limites. Neste sistema que tende a deteriorar tudo para aumentar os benefícios, qualquer realidade que seja frágil, como o meio ambiente, fica indefesa face aos interesses do mercado divinizado, transformados em regra absoluta.

(Papa Francisco)

Nada difícil entender o mundo, né?

Consertá-lo já são outros quinhentos…

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Sobre Bolsonaro:

No dia 10 de janeiro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) publicou em seu Facebook um vídeo em que se propõe falar sobre o tema ‘educação’. Esse vídeo apareceu inúmeras vezes na minha timeline. A crítica de Bolsonaro era toda voltada para o material didático – sobre questões de gênero e sexualidade – utilizado, segundo ele, nas escolas públicas de todo Brasil (razão essa, explica, de sua filha que aparece no vídeo estudar em escola particular). Ele menciona “governo PT” N vezes na postagem enquanto foleia um livro de “educação sexual” que ensinaria até para Bruna Surfistinha.

Achei tudo muito estranho e entrei em contato com a Revista Nova Escola citada no vídeo para averiguar a veracidade daquelas tantas afirmações. Como suspeitei, os livros mostrados pelo deputado sequer são distribuídos nas escolas e não constam em nenhum programa de material didático do governo (fonte: Portal Brasil).

O deputado cita “um livro” cuja capa diz “Vamos falar sobre ele?” se referindo a um menino que gosta de se vestir de princesa e afirma que o Governo Dilma Roussef distribui “esse livro” para todas as escolas públicas do Brasil. Primeiro que se tratava da Revista Nova Escola e não de um livro. Segundo que a Revista é feita para professores e não para alunos. Trata-se de uma sugestão para debate dentro de sala de aula. Para finalizar, Nova Escola não tem nenhum exemplar comprado pelo Governo Federal que, a meu ver, isso sim, é um grande equívoco.

No mais, o que ele chama de “kit gay” no vídeo é na verdade o caderno “Escola sem homofobia” que está, por pressão de frentes conservadoras lideradas pelo próprio deputado, engavetado desde 2011 (o “kit gay” está disponível aqui: http://revistaescola.abril.com.br/…/kit-gay-escola-sem-homo… , se quiser, baixe o material e tire suas conclusões).

No mais, Bolsonaro, no vídeo quase viralizado, reclama que o homossexualismo está sendo passado pelo “kit gay” como sendo normal. O deputado deveria saber que a Organização Mundial de Saúde já retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças desde 1990 e que o conceito de “normal” é mesmo extremamente relativo.

Bolsonaro reclama que o livro de Educação Sexual (o tal que choca até Inês Brasil pela, digamos, originalidade) que não é distribuído pelo Governo Federal, vale frisar, ajuda as crianças a se interessarem por sexo. A Editora Companhia das Letras veio a público dizer que o livro se destina para crianças maiores de 11 anos (Fonte: Todos Pela Educação).

O deputado termina falando que no Japão as crianças fazem operações matemáticas que no Brasil os universitários são incapazes de fazer. Erro rude. No Japão, crianças de 6 e 7 anos fazem desafios adequados para a faixa etária deles e compatíveis com o que aqui é ensinado ou, ao menos, consta na nossa ementa. E, se for para comparar os sistemas educacionais, deve-se levar em consideração o número de crianças japonesas que já tomam anti ansiolíticos e anti depressivos sem contar o número exorbitante de suicidas adolescentes.

Se formos checar de perto a Educação no Japão, veremos, caro deputado, que a educação sexual começa também aos 12 anos na escola (tarde, a meu ver…) e trata de temas como homossexualismo e homofobia. No Canadá, por exemplo, a educação sexual nas escolas começa aos 5 anos e o PT, até onde eu saiba, não atua por ali.

Enfim, eu consigo entender sobre física quântica, mas não entra na minha cabeça as pessoas ainda acreditarem no que esse imbecil (que deveria estar preso) fala…

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Fui ao aeroporto essa semana e, concordo, aquilo ali está parecendo rodoviária. Enquanto esperava a prima desembarcar fiquei pensando…
fiquei pensando que é preciso uma dose muito grande de preconceito para deixar de notar como o Brasil mudou para melhor na última década. É preciso muita má vontade para se recusar a reconhecer que os programas sociais implementados a partir da primeira administração de Lula deram uma injeção de dignidade em parcelas até então esquecidas da população.

Penso que será necessário comitivas de terapeutas estudarem a raiva e a ojeriza que alguns sentem por Lula, e que o mesmo estudo analisasse a adoração dedicada a FH, alguém que fez muito menos do que Lula pelo Brasil e que foi suspeito de participar de crimes ainda mais graves e mais nocivos aos interesses da nação (Falando nisso, já sabem do envolvimento do Aécio na Operação Lava-Jato? Está em alguns jornais hoje…).

A verdade é que não preciso de psicanalista nem sociólogo nenhum para me explicar. Acredito que a raiva (estimulada descaradamente pela mídia) se deva ao fato de que estamos encarando de frente pela primeira vez na história deste país o racismo, a desigualdade social e a tragédia educacional que estão intimamente interligados. Diminuir tudo isso é impossível sem que as elites econômicas, políticas, sociais e também culturais compreendam que vão precisar perder privilégios e fiquem deboa com isso.

Mentes infectadas pelo preconceito e opiniões formadas por ler as manchetes do O Globo, da Folha e da Veja creem que os esquemas de desvio de dinheiro público nasceram com o PT. Porém, qualquer pesquisa rápida mostra que o grande erro petista foi não ter interrompido os esquemões que já havia e, mais grave, feito amplo uso deles. Isso, de fato, entristeceu muitos que acreditaram na bandeira defendida pelo PT. Eu quase infartei de desgosto…

Mas, ainda que eu esteja detestando a gestão de Dilma, não tem como negar que ela está fazendo o que seus antecessores não fizeram (nem mesmo Lula): deixando que se investigue doa a quem doer. Nunca se investigou e se prendeu tanto na história desse país. Alguém nega isso?Estamos vendo pela primeira vez “gente fina”, seja do setor público ou privado, começando a pagar por seus crimes. Talvez por isso haja tanto interesse político para que Dilma saia antes de terminar o mandato, presumo eu…

Pensava nisso enquanto olhava a movimentação no aeroporto e via e ouvia tanto preto e pessoas com sotaques nordestinos passando por mim…

E olhando para tudo em volta questionava se há outra solução para o crescimento do meu país sem ser investindo mais ainda no social. Não é possível que o melhor para a “terra de samba e pandeiro” seja dar ainda mais espaço para Vales e Samarcos fazerem o que quiserem. Temos que, como insiste o Papa Francisco, olhar para o meio-ambiente e para as populações oprimidas. A solução não pode ser criar consumidores mais vorazes, mas sim cidadãos mais dignos.

A crise está entre a gente, claro, mas ela não é tão grotesca nem tão regional quanto pintam os veículos de massa, sinto dizer. E se não acredita, vai ler os jornais do mundo. Não é só o Brasil que vai mal das pernas. O mundo aí fora não está repleto de fadas e unicórnios com arco-íris colorindo o céu. Há exploração e miséria e a degradação do meio ambiente a olhos vistos em muitos lugares do nosso planetinha que cada dia está mais quente. Não me venham, então, com esse papinho neoliberal que grita por “menos estado” quando o tema é social, mas não se importa em ver o dinheiro do contribuinte ajudando ricos. Poupe-me disso… Se for falar algo diferente, pode falar que terá minha atenção. Fora isso, não gaste o seu latim comigo.

Seja como for, de tudo mesmo o que fica para mim é o que vi: os aeroportos do Brasil hoje mais parecem rodoviárias. Muita gente simples. Muito preto indo e vindo de avião. E é lindo que seja assim…

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Inspirada pelo Temer, vou mandar uma carta para agência de turismo com citação em latim: “verba finito est, querendum viajare nestum vacatione, granae non tenhum sobrandum est, nunca te pedit nadis”.

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(Vinheta do plantão de notícias) Interrompemos a nossa programação normal para dizer que o Conselho de Ética acaba de suspender a sessão porque os deputados caíram na porrada e xingaram até a quarta geração do coleguinha. Ética. É T I C A. Voltemos agora para a nossa programação na certeza de que esses políticos estão abusando da nossa paciência.

Conselho de Ética:
– Vai à merda, por favor, caro deputado.
– Vossa excelência pode ir primeiro.
– Com o perdão da palavra, nobre deputado, o senhor é um filho da puta.
– Está perdoado. Poderia me dar licença para eu meter a mão na sua cara?
– Pois não, deputado.

Bom dia, Brasil.

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Quero fazer uma denúncia. Hoje pela manhã fui torturada. Seria uma visita no dentista de rotina, mas quando eu estava com a boca escancarada no meio de um procedimento, ele desata a defender a meritocracia e o impeachment.

– Não é obvio isso? Só estudar, né?
– Hmmmmmm hmmmmmmmm hmmm hmmmm hhmmhmhmm
– E tem gente que ainda diz que é golpe!
– Hmmmmmm hmmmmmmmm hmmm hmmmm hhmmhmhmm

Foi horrível.

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Sobre o Episódio Chico Buarque

Ontem, como muitos já devem saber, Chico Buarque em um momento de lazer foi insultado e hostilizado por estranhos. Tudo filmado e ainda assim hoje vemos como manchete que “Chico bateu boca defendendo o PT”. Aff. Mil vezes aff. Chico sequer alterou o tom de sua voz chinfrim, mas a mídia (a tal tão famosa) consegue atribuir a esse nosso Patrimônio Cultural de 71 anos a falta de civilidade da situação à qual foi submetido.

Isso foi com Chico. Eu outro dia coloquei a minha camisa de Coração Valente e fui fazer compras de Natal. Entrei no Barra Shopping lotado de gente que reclama da tal crise e, por pouco, muito pouco, não fui linchada. Estava sozinha e ofenderam até a minha quarta geração sem ao menos me conhecerem. Fiquei apavorada.

Depois, a gente vem aqui nas redes sociais falar que há um fascismo e os caras negam que essa mídia está sendo, como diz a miss Colômbia do Brasil, leviana. O que me incomoda é que esses bradam contra a corrupção mas abraçam e defendem Cunha e se calam sobre a o governo Alckmin, a Privataria Tucana e não abraçam a Reforma Política. São incoerentes, ao meu ver, em vários aspectos pois se dizem tristes, por exemplo, pelo desastre ambiental em Minas, mas não querem a intervenção do Estado no mercado. Não entendo a lógica…

Essa turma dos Unidos do Pato do Impeachment perdeu a noção e há muito já representa um perigo. Eu hoje tenho medo de morrer nas mãos de um desses. E não falo isso de brincadeira.

Jamais vou defender um governo que se afastou dos movimentos sociais e se vendeu para o capital. Defendo o meu voto e luto pelas promessas que me foram dadas. E mesmo com todos os tropeços, ainda acho que há uma preocupação com a inclusão social e um progresso nesse sentido, coisa que jamais preocuparia a oposição pelo tudo que a vejo dizer a respeito.

Acredito que a raiva (estimulada descaradamente pela mídia) dos Unidos do Pato do Impeachment se deva ao fato de que estamos encarando de frente pela primeira vez na história deste país o racismo, a desigualdade social e a tragédia educacional que estão intimamente interligados. Diminuir tudo isso é impossível sem que as elites econômicas, políticas, sociais e também culturais compreendam que vão precisar perder privilégios. Isso faz a comissão de frente (a mídia) dar seu grito raivoso de guerra.

Para terminar, esses PlayBoys que tiraram a paz de Chico que acusaram aos brados o PT e os petistas de corruptos certamente são contra (ou nem sabem que existe) o projeto político capaz de enfrentar as velhas forças que se rearranjam para manter tudo como sempre foi. Para piorar, temos como uma opção imediata um governo do PMDB de Michel Temer, o vice que entrega cartas “pedalando”, ou Eduardo Cunha. O Brasil está longe de chegar ao fundo do poço porque, como os dias de 2015 têm provado, o poço brasileiro não tem fundo.

Não acho que seja possível defender o PT e esse governo de um partido que se corrompeu ao ser governo, ainda que tenha feito avanços importantes para o meu país. Por isso, tenho permanecido caladinha aqui (falo muito menos do que gostaria) só observando. Hoje, porém, diante da postura dos jornais sobre o caso Chico versus PlayBoys, aproveitei e fiz esse textão com o intuito de apontar um perigo iminente e dar um recado para essa mídia que estimula e é responsável por toda essa violência e mais o que veremos acontecer de pior em 2016:

Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão…

Que venham os argumentos plausíveis e a discussão saudável onde todos ganham.

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Fiz umas postagens sobre o atentado de Paris.

– E de Mariana? Você não fala nada???

Fiz textão sobre Minas.

-Só o Brasil que importa para você? O mundo gira em torno de seu umbigo???

Vou escrever sobre a fome e a miséria do mundo todo, então. Vou falar da escravidão chinesa, sobre o narcotráfico, sobre os refugiados, sobre bactérias mutantes e o cacete a quatro.

– Tá achando que é Deus? Quer falar sobre tudo agora?
– Quer ganhar fama em cima da desgraça alheia?
– Vai se meter onde não é chamada?
– Que moral você tem para falar sobre esse assunto?

Quer saber. Vou escrever mais sobre nada. Cansei.

– Vai se acovardar então? Você acha que o mundo é só postagem engraçadinha? Agora vai ser uma omissa?

Concluo que o caminho para a infelicidade é querer deixar geral feliz, que querer seguir todo mundo é o mesmo que não sair do lugar, que chutar o balde não deixa de ser um tipo de perseverança e que cagar e andar é para os fortes.

Volto para a programação normal fazendo e escrevendo o que me der na telha.

Beijo

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O problema do capitalismo é que tudo vira oportunidade de ganho, até as coisas mais sagradas como órgãos humanos, água, saúde e educação.

O socialismo democrático representou uma opção teórica importante, mas com pouca base social mundial de implementação e, na sua pior forma como ditadura do Estado, ruiu.

A fúria da acumulação capitalista alcançou os níveis mais altos de sua história. Praticamente 1% da população rica mundial controla cerca de 90% de todas as riqueza. O grau de irracionalidade e também de desumanidade do sistema falam por si. Vivemos tempos de explícita barbárie e isso todos enxergam pelo menos.

Qual o problema maior? Ao meu ver, é continuar com a exploração ilimitada dos bens e serviços naturais, orientando-se por uma medida claramente materialista que é o PIB. Ai dos países cujo PIB não cresce cada ano! Condenam-se à falência, com consequências sociais desastrosas!

O ponto que o tal crescimento do PIB piora o estado da Terra, diminuindo ainda mais o que resta de sua reserva. Se quisermos universalizar o bem-estar que propicia aos países ricos, precisaríamos, pelo menos, de três Terras iguais a esta que dispomos, já pensou? A Terra não possui mais a capacidade, por si mesma, de atender as demandas humanas. Ela precisa de um ano e meio para repor o que lhe subtraímos durante um ano. Meodeos…

Nosso planeta se tornou perigosamente insustentável. Ou refreamos voracidade da acumulação de riqueza e de consumo para permitir que ela descanse e se refaça ou devemos nos preparar para o pior.

A Terra está definitivamente sendo consumida pelo sistema do capital, subtraindo-lhe a capacidade de se reproduzir junto com sua cultura materialista de consumo ilimitado e individualista.

Estamos à beira de um colapso ecológico-social de proporções dantescas. Acho bom nos concentrarmos nisso e priorizar essa discussão porque o barco é um só.

E não me pergunte qual a solução porque eu não sei!

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Escolas sendo fechadas, lama tóxica acabando com um ecossistema, cinco jovens fuzilados dentro do carro pela PM por nada, campanha pedindo fim aos “privilégios” para deficientes…

Nenhum panelaço. Nenhuma grande manifestação. Os brasileiros seguem acordando, pegando condução lotada para o trabalho, vivendo seu cotidiano como se ao menos Cunha estivesse preso.

Acho que estão colocando Rivotril na nossa água. Só pode.

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Menos mal. A Campanha pedindo fim aos “privilégios” dos deficientes era, na verdade, uma campanha de conscientização a favor deles. Queriam chamar atenção para o quanto eles sofrem. E conseguiram.

Agora estou esperando alguém dizer que a morte dos cinco jovens negros inocentes fuzilados dentro de um carro pela PM era também uma “brincadeira” de conscientização: tá vendo como ninguém liga para morte de pobre e negro?

E também a galera da Vale: está vendo como dinheiro cala a boca de muita gente? Acabamos com um Ecossistema, realizamos a maior tragédia com o meio ambiente no Brasil e até agora ninguém foi punido.

E das escolas fechadas por Alckmin em SP: está vendo como escola é importante? O fechamento delas era só uma Campanha para os alunos não matarem aulas e cuidar das escolas.

E de Eduardo Cunha: está vendo como vocês não estavam se manifestando coisa nenhuma contra a corrupção na política?

E por aí vai…

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Um minuto de silêncio para os neurônios daqueles que estão dizendo que o Eduardo Cunha vai livrar o Brasil da corrupção.

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A gente percebe que o filho está bem informado e politicamente consciente quando ele pede dinheiro, eu nego e ele me ameaça gritando impeachmãe!

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Gente que está feliz com a atitude de Cunha. O que lêem? O que bebem? Como vivem? Hoje. No GloboRepórter.

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Sobre o impeachment e as redes sociais:

Diante do cenário político e de tantas coisas inusitadas na minha timeline, resolvi fazer uma rápida pesquisa:

1 – O que é impeachment?

( ) Fora PT.
( ) O fim da corrupção.
( ) Se Dilma sai, quem assume é o Aécio.
( ) Aquele negócio de quando Jacob vê a filha de bela no Crepúsculo.

2 – Qual a música que define esse momento para você?

( ) Que país é esse?
( ) Show das poderosas
( ) Qualquer uma do Lobão.
( ) Tico Santa Cruz.
( ) Vai Passar.
( ) O Hino Nacional cantado pela Vanusa.

3- Depois que tirarmos a Dilma do poder, quem deve assumir a presidença?

( ) Wesley Safadão.
( ) Romário.
( ) Aécio.
( ) Tico Santa Cruz.
( ) Leonardo Sakamoto.
( ) Goku.

4- Esse movimento que estamos vendo no Congresso é

( ) uniforme.
( ) acelerado.
( ) retardado.
( ) sexy.

5- Assinale um filme que retrata o momento político que estamos vivendo:

( ) Pulp impeachment – tempos de violência.
( ) A lista de Cunha.
( ) Casapleta.
( ) Os Bons Companheiros.
( ) Clube da Luta.
( ) Prenda-me se for Capaz.
( ) Tempos de Vingança.

6 – Podemos substituir a palavra “impeachment”, por exemplo, por:

( ) não vai ter golpe.
( ) Dilma fica.
( ) Vasco fica.
( ) mídia golpista.
( ) piada.

7 – Está todo mundo reclamando querendo:

( ) aparecer no facebook.
( ) Romário para presidente.
( ) que o Vasco caia.
( ) menos passas na comida.
( ) ver de novo a esposa de Temer com trança ao estilo Frozen.

8 – Em São Paulo já temos manifestações Fora Dilma. Se a doença chegar em outros estados, gritaremos nas ruas:

( ) Bolsonaro para presidente!
( ) Queremos a volta da Ditadura!
( ) Não são pelos 20 centavos!
( ) Abaixo o Comunismo!
( ) Pelo fim da corrupção!

9 – Enquanto votam ou não pelo impeachment:

( ) Alckmin segue fechando escolas.
( ) a lama segue pelo litoral brasileiro.
( ) Cunha coage mais políticos.
( ) as contas na Suíça seguem engordando.

10 – Se Dilma resolver brincar de ‪#‎MeuAmigoSecreto‬, dirá:

( ) #MeuAmigoSecreto desviou dinheiro público.
( ) #MeuAmigoSecreto possui conta no exterior e ocultou do conhecimento público a existência de bens pessoais.
( ) #MeuAmigoSecreto coage ou tenta coagir instituições ou pessoas, na busca de satisfazer seus interesses.
( ) #MeuAmigoSecreto vai ser cassado e a democracia vencerá.

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Sobre o acidente do Rio Doce:

Confesso que se não fosse a tragédia causada pelo rompimento de duas barragens em Mariana, ficaria sem saber da ligação indecente entre a mineradora Samarco, responsável pelas barragens, e o Governo do Estado de Minas. Foi preciso que uma desgraça ecológica acontecesse para que eu pudesse estudar a relação entre o estado e a corporação de forma mais atenta.

Não trago boas novas de meus estudos. O corpo diretor da Samarco há muitos anos decide sobre como a empresa atua e impacta a região – social e ecologicamente falando. Pasmem, isso é feita por uma dúzia de homens todos bastante ricos já que se trata de uma corporação que lucra mais de 2 bilhões por ano.

Quem decidiu, por exemplo, não viabilizar um sistema de alarmes que alertasse a população sobre eventuais rompimentos? O governador de Minas? O prefeito de Mariana? Nananinha.
Foi uma decisão dessa dúzia de homens.

Quem decidiu ignorar os relatórios que apontavam riscos na condução do negócio? Quem decidiu aumentar a produção em quase 10 toneladas em 2014 e acumular assim muito mais rejeitos nas barragens? Quem decidiu não reforçar as barragens? Não será nada apurado, mas até eu que não sou perita em nada já entendi bem o esquema.

E por isso há pressa que isso seja esquecido e pouco noticiado como o caso do HSBC e da Volkswagen. A julgar pelo desespero verbal de políticos para evitar que joguemos lama sobre a Samarco (Aécio, Fernando Pimental etc) é bastante provável que jamais saibamos o que de fato aconteceu.

A mineração é uma das indústrias que mais afeta a vida na Terra, destruindo ecossistemas e colaborando para o aquecimento global em nome do lucro rápido e farto e da distribuição de dividendos a acionistas e diretores. Papa Francisco já havia alertado para esse risco em sua encíclica.

A parceria entre a Samarco e o Estado de Minas é um pequeno retrato do que acontece no mundo atual: esse dueto entre governos e corporações já tão documentado e alertado no livro Privataria Tucana.

É também em nome do lucro farto e rápido que as corporações financiam eleições e governos e fazem leis que as protegem. O que há de democrático dentro de uma corporação? Se você já trabalha em uma sabe que absolutamente nada. E são elas, e mais ninguém, que mandam no mundo hoje. Como então falar em democracia se ela é assim estruturada?

O teatro da eleição já não cola mais porque todos os governos estão de braços dados com os interesses do capital privado.

Os governos de direita fazem isso em graus indecentes (mais uma vez, leiam Privataria Tucana), os mais à esquerda para nosso desespero segue pelo mesmo caminho (vide o ministério de Dilma).

Enfim, estamos na lama mesmo. Um mundo no qual 70 homens têm a mesma riqueza que 3,5 bilhões de pessoas não pode estar no caminho certo. A tragédia da Minas é a triste caricatura de como nossa política funciona.

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Sobre a indignação coletiva:

Se fosse Dilma que tivesse quatro contas na Suíça, o que vcs acham que a mídia e o PSDB estariam fazendo? Pois é. Muitos políticos tentam nos fazer acreditar que os problemas do Brasil são todos culpa do PT e de Dilma. Fazem isso porque querem ocupar o lugar dela. Não porque querem acabar com a corrupção. Que fique claro.

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Sobre a “estocagem de vento”:

Que o forte de Dilma não é falar em público isso já está claro. A última fala da presidente viralizou na internet tendo como principal função, é claro, ridicularizar uma possível “burrice” da Presidente quando comenta sobre tecnologia para “estocar vento”.

É fato que ao precisarmos falar algo mais complexo para pessoas não técnicas temos que simplificar as coisas para que assim elas entendam melhor o que de fato importa.

Se Dilma falasse que é possível que a energia eólica excedente que passa pela água separar os átomos de hidrogênio dos de oxigênio pelo processo da eletrólise e que, após essa etapa, o hidrogênio pode ser comprimido e estocado em um recipiente que pode guardar gás de hidrogênio suficientes para abastecer 10 casas por dois dias sem vento, o povo iria entender patavinas.

No entanto, na tentativa de simplificar essa história e mais outros processos de armazenamento de energia eólica a presidente virou motivo de piada por dizer que temos que desenvolver tecnologia para estocar vento.

Apesar de ter se atrapalhado um pouco na forma em que expressou, no conteúdo, Dilma não estava errada. Para citar um exemplo, nos Estados Unidos, mais especificamente no Iowa Stored Energy Park, já se “estocam vento”. Lá, assim como em várias regiões do Brasil, a geração de energia eólica passa por períodos nos quais o vento é mais forte do que o necessário, principalmente à noite. Essa energia extra é utilizada para alimentar enormes compressores de ar, que enviam o ar comprimido por meio de um túnel para uma camada de arenito localizada a cerca de 1.000 metros de profundidade. O arenito é uma rocha extremamente porosa e, a essa profundidade, fica encharcado de água, além disso ele fica localizado entre camadas de argila, que funcionam como um lacre que não deixa o ar escapar. O ar sob pressão fica armazenado nesses poros, expulsando a água. Nos momentos de pico de demanda, quando mais energia é necessária, o ar comprimido nessas rochas profundas é então redirecionado para a superfície, sendo utilizado para gerar eletricidade.

Traduzindo: os Estados Unidos têm tecnologia para “estocar vento” e temos como desenvolver isso aqui no Brasil também. Países como Alemanha, Espanha e Portugal também desenvolveram suas próprias tecnologias, extremamente caras por sinal, para “estocar vento”.

Para quem não sabe, Dilma inaugurou o Parque Eólico Geribatu, que integra o maior complexo eólico da América Latina. O parque em Santa Vitória do Palmar, no extremo Sul gaúcho, que atende ao consumo energético de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. Geribatu, que agrega 258 MW ao Sistema Interligado Nacional (SIN), é o maior dos três parques que compõem o Complexo Eólico Campos Neutrais. Os outros são Chuí (144 MW) e Hermenegildo (181 MW), nos quais estão sendo investidos R$ 1,7 bilhão. São quase 170 turbinas eólicas já instaladas em Geribatu e Chuí: 129 e 39, respectivamente. O complexo tem capacidade para atender ao consumo de cerca de 3,3 milhões de habitantes.

Para finalizar, vale observar que se tivessem visto toda a entrevista no lugar do recorte descontextualizado certamente teriam tirado outras conclusões porque ela falou muito bem.

Concordo que melhor seria se ela falasse em estoque de energia eólica. No entanto, vale ressaltar que quem fez piadinha chamando a presidente de burra, em sua grande maioria, acha que um gerador eólico só produz energia quando está ventando, assim como um conjunto de painéis solares só produz eletricidade durante o dia e em dias não nublados. Ledo engano, meu bem, sinto dizer.

Dessa vez, a presidente está certa, sabia muito bem do que estava falando e acredita que temos capacidade de desenvolver uma tecnologia mais barata para geração de energia elétrica utilizando os ventos e sem desperdiçar seus excessos, pelo contrário, armazenando-os.

beijo obrigada de nada.

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Sobre a Indignação Coletiva:

A direita se cala. As panelas não saem dos armários. A marcha contra a corrupção parou por quê, gente? Por que essa galera não vai para as ruas? A indignação é seletiva? É isso?

Oras… Vocês não sabiam que o líder da oposição, o deputado Eduardo Cunha, que bradava babando pelo impeachment da presidente e foi tão exaltado positivamente nas manifestações que muitos de vocês estiveram presentes:

(1) foi acusado de fraudar licitações para favorecer a construtora de um colega de partido durante o governo de Anthony Garotinho e saiu apenas alguns meses após assumir o comando da Companhia?
(2) contratou um advogado que usou documentos falsos para tentar livrá-lo da acusação de fraude nas licitações?
(3) foi citado nas investigações da operação Lava Jato e teve um inquérito aberto em seu nome?
(4) foi contra a neutralidade de rede e privacidade do usuário no Marco Civil da Internet (por que será, gente?)?
(5) que ele também foi ligado a denúncias de desvio de recursos na época do Mensalão?
(6) é também um dos criadores do “Dia do Orgulho Hétero” e a “lei da heterofobia”?
(7) é o responsável por Marco Feliciano ter ido parar na Comissão Nacional dos Direitos Humanos na Câmara?
(8) também foi acusado de envolvimento em um esquema que resultou um rombo de ao menos R$ 850 milhões em impostos?
(9) foi acusado de ter participado do esquema de corrupção do amigo Paulo César Farias?
(10) há 15 anos, os jornais já denunciavam escândalo de fraudes em licitações e pagamento de propinas envolvendo o deputado?

Então, quando Dilma ontem, no décimo segundo Congresso da Central Única dos Trabalhadores, falou que “a sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral”, ela não estava sendo retórica. Isso é um fato mais do que constatado.

Disse ela: “Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa para atacar minha honra? Quem?”. Vai, você que é contra a corrupção, quem? responde por favor essa.

Dilma encerrou seu discurso com chave de ouro citando Pepe Mujica: “Esta democracia não é perfeita, porque nós não somos perfeitos. Mas, temos de defendê-la para melhorá-la, não sepultá-la”.

E vocês ainda querem que eu mude de lado? Fala sério.

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Sobre os “justiceiros”  da Zona Sul:

Os justiceiros que sonham com o fechamento do Rebouças nos fins de semana cobram que a PM mande a classe C de volta pro morro. Falar em desigualdade com esses é ser taxado na hora de “comunistazinho tentando implantar a ditadura aqui no Brasil”. Tentei conversar com um “justiceiro” e ouvi, pasmem, que ele gosta de pobre sim e até conversa durante uns dez minutos sempre que pode com sua empregada doméstica, que ele faz questão, revolucionário que é, de chamar de secretária. Chateado com o aumento do dólar e com a política das cotas implantado no Brasil ele ameaçou uma mudança para Miami ou NY, o que infelizmente não deve acontecer.

As manchetes, a meu ver, falam por si só: “Moradores de Copacabana agridem adolescentes em via do bairro e jovens que seguiam em ônibus” – O Globo. Detalhe para a foto de policiais vendo homens brancos agredindo passageiros sem nada fazer.

“Após assaltos, moradores reagem e atacam ônibus em Copacabana”.- O Globo no twitter.

Parei na frase. Quem é o sujeito do verbo reagir nessa oração? “Moradores da zona sul” seria a resposta gramaticalmente correta, mas não a historicamente certa.

Se negros cometem um crime: bandidos atacam.
Se brancos cometem um crime: moradores reagem.

Para mim, está claro que há um lado que a mídia defende por interesses próprios. Não. Não quero trazer bandido para casa. Só acho que curar violência com mais violência é de uma estupidez nível Bolsonaro.

Curiosamente, os mesmos justiceiros são os que bradam contra a política das cotas. Se queremos melhorar a vida desses moradores da zona Sul para que eles possam desfrutar do playground em paz, a meu ver, só há uma maneira: diminuindo a desigualdade social nessa budega chamada Brasil.

Olho por olho e o mundo acabará cego como já dizia Mahatma Gandhi.

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Sobre 16 de Agosto de 2015

Para o dia 16 de Agosto, cuidado com o seu IPhone. Na última manifestação, aqui no Rio, houve vários registros de furtos. Tentem se organizar com caronas e tudo o mais. Na última manifestação, os manifestantes reclamaram da falta de táxi na volta. Não vistam as babás de branco. Pegou mal isso e pode virar meme fácil. É bom dar uma olhada nos outros partidos envolvidos na Lava Jato e saber que não é o PT que lidera. Você pode ser entrevistado então é bom estar bem informado para não pagar mico como outros da manifestação passada. Vale observar também que para haver impeachment de um presidente é necessário haver um motivo legal. Dá uma lida sobre isso para não se decepcionar. Expectativa é o principal motivo de decepção, já alertam os psicólogos. Ah! E levem um casaquinho, pode esfriar! É isso. Boa manifestação! Bra-sil-sil-sil!

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Sobre 16 de Agosto de 2015

Concordo plenamente com a Cora Ronai que a manifestação do último Domingo não pode ser minimizada às senhoras grotescas que perguntam por que não mataram todos em 64, ao maluco que pede a volta do Sarney, o analfabeto que não “foje á luta”… Mas discordo que se trata de uma parte insignificante, sobretudo, pelo o que eles pregam. E mostrá-los, querida Ronai, não quer dizer que só tenhamos isso para mostrar.

Tão pouco vou concordar que a manifestação foi pacífica, queridinha. Defina ‘pacífica’, por favor. Os vídeos que estão chegando de forma mais lenta que as fotos com os manifestantes sendo entrevistados não os mostram plenos de ‘paz’ e amor e sim bradando ódio e cuspindo fogo. No mais, sabemos que palavras e atitudes podem machucar muito mais que uma arma de fogo e serem tão fatais quanto.

“Eu fui. Foi lindo. Todos contra a corrupção”. Fala sério. Reduzamos a manifestação a esses, então, que se dizem a maioria e vejamos do que se tratou o que vimos domingo passado: Uma galerão protestando “contra a corrupção” em uma manifestação que tem o propósito de derrubar alguém que não foi acusado de crime algum (Dilma) enquanto oferece apoio a alguém que foi acusado de vários (Cunha, Aécio e Cia). Pior, sem propostas concretas para enfrentar este problema endêmico, muitos manifestantes apostaram na figura salvadora que virá para expiar os pecados. Na crise do “mensalão”, o herói era Joaquim Barbosa. Na atual, é Sergio Moro (que, aliás, nem pode julgar políticos)!

Demandas legítimas como menos corrupção, uma economia mais organizada e melhores serviços de saúde e educação, que podem ser traduzidas como um apelo por uma democracia melhor, foram direcionadas de maneira tão equivocada que ensejaram ameaças ao regime democrático, e nenhuma solução para os problemas descritos. Como denominar esses manifestantes que agem dessa forma, Cora Ronai?

Querem que Dilma deixe o cargo para o qual foi eleita por 54 milhões de pessoas em um processo democrático e clamam por democracia. Sim, você não pode ser reduzido ao cartaz de uma retardada que pede em um péssimo francês “Interditin Militaire”, mas você pode ser reduzido e taxado, no mínimo, como incoerente. Nem que os 54 milhões que votaram na Dilma fossem para as ruas, ela sairia. Vocês sequer entendem como a Democracia funciona se estão pedindo Impeachment sem que tenham algo legal para interditá-la.

Entendam: Não é assim. Não pode ser assim. Não deve ser assim. No dia em que for assim, não teremos mais democracia! A democracia foi inventada para que o povo na rua NÃO pudesse tomar ou atribuir mandatos. A decisão da democracia moderna de proteger a liberdade de consciência no ato de escolha de quem governa foi para que os os cidadãos pudessem escolher com serenidade, e não as gritos e ao sabor das ondas de humor coletivo, entenderam?

Enquanto ensaiavam a dancinha-impeachment-fora-PT, no Congresso, os setores mais conservadores elegeram grande número de deputados e, tendo conquistado a Presidência da Câmara dos Deputados, fazem avançar, a toque de caixa, sem nenhuma atenção à necessidade de debate pelos parlamentares e pela sociedade, uma ampla pauta de projetos conservadores que inclui a redução da maioridade penal, a ampliação do uso de armas, a terceirização do trabalho e o financiamento privado das campanhas – fenômeno que está na origem da corrupção do sistema eleitoral em todos os Partidos e veículo para o exercício da influência corruptora do poder econômico na política e na Administração.

Então, se está querendo o fim da corrupção, por favor, vamos ter mais coerência nesse discurso e, principalmente, nas atitudes, sim? Eu estou longe de concordar com o andar da carruagem desse atual governo, mas me recuso a andar ao lado de alguém cujo discurso ameaça o meu direito de eleger os próximos governantes e ainda por cima protege a máquina da corrupção que aí está instaurada e escancarada.

Ah sim, e jamais estarei do mesmo lado daqueles que defendem uma interdição militar. Daqui, seguindo pela esquerda aos tropeços, mantenho-me de pé procurando ter o mínimo de coerência nos meus discursos tendo como companheiros pessoas que fazem um pouco mais do que bater panela em pé de frente para a televisão ou ir para as ruas com camisas da CBF pedindo fim da corrupção.

Concordo plenamente com a Cora Ronai que a manifestação do último Domingo não pode ser minimizada às senhoras grotescas que perguntam por que não mataram todos em 64, ao maluco que pede a volta do Sarney, o analfabeto que não “foje á luta”… Mas discordo que se trata de uma parte insignificante, sobretudo, pelo o que eles pregam. E mostrá-los, querida Ronai, não quer dizer que só tenhamos isso para mostrar.

Tão pouco vou concordar que a manifestação foi pacífica, queridinha. Defina ‘pacífica’, por favor. Os vídeos que estão chegando de forma mais lenta que as fotos com os manifestantes sendo entrevistados não os mostram plenos de ‘paz’ e amor e sim bradando ódio e cuspindo fogo. No mais, sabemos que palavras e atitudes podem machucar muito mais que uma arma de fogo e serem tão fatais quanto.

“Eu fui. Foi lindo. Todos contra a corrupção”. Fala sério. Reduzamos a manifestação a esses, então, que se dizem a maioria e vejamos do que se tratou o que vimos domingo passado: Uma galerão protestando “contra a corrupção” em uma manifestação que tem o propósito de derrubar alguém que não foi acusado de crime algum (Dilma) enquanto oferece apoio a alguém que foi acusado de vários (Cunha, Aécio e Cia). Pior, sem propostas concretas para enfrentar este problema endêmico, muitos manifestantes apostaram na figura salvadora que virá para expiar os pecados. Na crise do “mensalão”, o herói era Joaquim Barbosa. Na atual, é Sergio Moro (que, aliás, nem pode julgar políticos)!

Demandas legítimas como menos corrupção, uma economia mais organizada e melhores serviços de saúde e educação, que podem ser traduzidas como um apelo por uma democracia melhor, foram direcionadas de maneira tão equivocada que ensejaram ameaças ao regime democrático, e nenhuma solução para os problemas descritos. Como denominar esses manifestantes que agem dessa forma, Cora Ronai?

Querem que Dilma deixe o cargo para o qual foi eleita por 54 milhões de pessoas em um processo democrático e clamam por democracia. Sim, você não pode ser reduzido ao cartaz de uma retardada que pede em um péssimo francês “Interditin Militaire”, mas você pode ser reduzido e taxado, no mínimo, como incoerente. Nem que os 54 milhões que votaram na Dilma fossem para as ruas, ela sairia. Vocês sequer entendem como a Democracia funciona se estão pedindo Impeachment sem que tenham algo legal para interditá-la.

Entendam: Não é assim. Não pode ser assim. Não deve ser assim. No dia em que for assim, não teremos mais democracia! A democracia foi inventada para que o povo na rua NÃO pudesse tomar ou atribuir mandatos. A decisão da democracia moderna de proteger a liberdade de consciência no ato de escolha de quem governa foi para que os os cidadãos pudessem escolher com serenidade, e não as gritos e ao sabor das ondas de humor coletivo, entenderam?

Enquanto ensaiavam a dancinha-impeachment-fora-PT, no Congresso, os setores mais conservadores elegeram grande número de deputados e, tendo conquistado a Presidência da Câmara dos Deputados, fazem avançar, a toque de caixa, sem nenhuma atenção à necessidade de debate pelos parlamentares e pela sociedade, uma ampla pauta de projetos conservadores que inclui a redução da maioridade penal, a ampliação do uso de armas, a terceirização do trabalho e o financiamento privado das campanhas – fenômeno que está na origem da corrupção do sistema eleitoral em todos os Partidos e veículo para o exercício da influência corruptora do poder econômico na política e na Administração.

Então, se está querendo o fim da corrupção, por favor, vamos ter mais coerência nesse discurso e, principalmente, nas atitudes, sim? Eu estou longe de concordar com o andar da carruagem desse atual governo, mas me recuso a andar ao lado de alguém cujo discurso ameaça o meu direito de eleger os próximos governantes e ainda por cima protege a máquina da corrupção que aí está instaurada e escancarada.

Ah sim, e jamais estarei do mesmo lado daqueles que defendem uma interdição militar. Daqui, seguindo pela esquerda aos tropeços, mantenho-me de pé procurando ter o mínimo de coerência nos meus discursos tendo como companheiros pessoas que fazem um pouco mais do que bater panela em pé de frente para a televisão ou ir para as ruas com camisas da CBF pedindo fim da corrupção.

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Sobre 16 de Agosto de 2015.

– Por favor, manifestante, me responda rapidinho aqui: em que medida essas palavras de ordem de coros e cartazes exigem a abertura das fendas para a participação popular no processo político?
– Fora PT!
– Vou perguntar de uma outra forma: de que maneira essa participação será ampliada caso o objetivo último dos manifestantes seja um dia atendido: a queda da presidenta Dilma, reeleita pelo voto popular há menos de um ano?
– Fora PT!
– Beleza. Entendi. Mais uma tentativa: como reforçar o discurso em defesa da democracia com slogans, em si, imperativos tipo “fora”, “vai pra Cuba”, “morte aos…”?
– Fora PT!
– Ok.Então vamos ao PT: será que o partido que elegeu a presidenta é de fato o partido que governa? Se sim, o que explica o acordão selado durante a semana entre a presidenta-alvo dos protestos e as lideranças do PMDB?
– Fora PT!
– Entendi, mas me responda: quem costurou o acordo, ela ou o vice Michel Temer?
– Fora PT!
– Ok, mas por que partidos igualmente investigados na Lava Jato, como o PP de Jair Bolsonaro, estão não só sendo preservados como exaltados nessa manifestação?
– Fora PT!
– Puta merda, manifestante, para que eu entenda: Se a bandeira é o fim da corrupção, qual o sentido se estender os braços ou preservar dos discursos a figura de líderes como Eduardo Cunha, igualmente suspeito e investigado?
– Fora PT!
– Ok. Entendi. Muito obrigada pela entrevista.

Seguimos ao vivo acompanhando esse povo que quer limpar o Brasil da corrupção atacando uma pessoa que não foi acusada de crime algum e protegendo outros acusados de vários como Cunha, Aécio e similares.

A qualquer momento voltaremos com mais notícias.

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Papa Francisco me conquistou. Só não viro católica porque não tenho mais jeito mesmo. Não há santo que me faça acreditar em Deus. Não foi sem surpresa que agora vejo uma galera da direita reclamando que esse Papa está fazendo política e não servindo à religião.

Oras… A Igreja Católica sempre fez política! Mas sempre fez política de direita! Agora que temos uma Papa que começa a apoiar os pobres, os gays, as prostitutas, o Movimento dos Sem Terra, dos índios, dos afrodescendentes e dos sem-teto e outros, só agora o Papa faz política e deve se meter com assuntos religiosos? E desde quando religião e política são indissociáveis? Nunca foram!

Sim. O Papa é de esquerda. Sinto muito. E Jesus se existiu era comunista. Basta ler o que disseram que ele disse e cruzar com o mínimo que você aprendeu em história. E mais do Papa: ele é contra a diminuição da maioridade penal. Mais essa para vocês engolirem e eu me regozijar com esse líder religioso.

Beijo

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Para presidente, Boechat. Também estou nessa. Mas cabe uma observação. Ainda que até mesmo os gays e as mulheres não tenham se ofendido com o fato do jornalista ter mandado o intolerante Malafaia “procurar uma rola” e que isso seja uma figura de linguagem bababá bububú como se o tivéssemos mandado o pastor homofóbico para a poltaquelparel, temos que admitir que termos vibrado com isso por perceber que Malafaia levou uma voadora de um jornalista tão carismático pode significar que esse nosso comportamento festivo aponta que cultura do estupro e do machismo está profundamente enraizada em nós. Venhamos e convenhamos, rola não é solução para tudo.

Entendi, claro que entendi, que Boechat foi corajoso e deu a Cesar o que é de Cesar, tamanha a quantidade de impropérios, ofensas, estímulos a intolerância e charlatanismo que o pastor já produziu. Sei também que a homofobia extrema está diretamente ligada a desejos homossexuais reprimidos. Então, a rola pode sim dar uma boa acalmada no Malafaia.

Longe de mim querer dar uma de advogada do diabo e criticar a atitude de Boechat, mas é que fiquei um pouco preocupada com toda essa alegria diante de uma frase que se fosse proferida para mim faria eu ficar extremamente ofendida e triste. Rola é uma das sugestões mais citadas para apaziguar os ânimos femininos mas, a despeito de eu me acalmar muito com ela, isso só acontece quando ela chega com muito carinho. No mais, longe de ser verdade que todos os problemas de comportamento que temos são por conta da falta que ela nos faz.

Só isso que queria observar.

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Pois então. A notícia está nos jornais. Hoje no Rio, perto do shopping da Gávea dois adolescentes negros começaram a brigar entre eles. Coisa de menino mesmo. Os policiais chegaram rápido e apartaram a briga. Absolutamente nada demais se não fosse a reação dos que por ali passavam. Pedestres, mesmo com os meninos já rendidos, gritavam: mata!, mata!, já achando que se tratava de um assalto ou arrastão. Um senhor chegou a chutar um deles sem sequer saber porque estava agredindo o garoto que já estava com a polícia. Ele já foi identificado e vai ser chamado para bater um papo com o delegado.

A mãe de um dos jovens quando viu o vídeo, óbvio, se emocionou. “Chegou e simplesmente agrediu. Agrediu por quê? Porque é um morador de favela, é preto, aí é muito fácil falar. É uma briga de colégio, não foi assalto. Foi briga de colégio, junto com os amigos dele…”.

Por acaso, esses dois estão vivos, mas poderiam como tantos outros terem morrido somente por serem negros.

Está ficando muito complicado viver no meio e em tempos de disseminação de tanto ódio, não?

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Entrei no facebook agora e levei um susto com a quantidade de hashtag‪#‎somostodosmaju‬. Aff. Quem é Maju? É claro que agora sei que é a jornalista da Globo que sofreu preconceito nas redes sociais. Eu que não vejo televisão há vinte anos e muito menos a Globo e menos ainda Jornal Nacional tive que ler para entender. E confesso, continuo sem entender. William Bonner twittando #somostodosMaju para mostrar que é contra o preconceito? Piada? Só pode. A Rede Globo ao lado de Maju porque se diz contra o preconceito e agora acham que essa hashtag vai fazer curar todo o mal que disseminou? Fala sério! O que será que os meninos babacas que escreveram o que escreveram nas redes para a jornalista assistem?

Eu não #somostodosmaju e suspeito muito de que essas hashtags e nada fazem o mesmo efeito. Pior, dão a sensação de que algo foi feito pelo preconceito com a mulher e com os negros e pintam um diabo como William Bonner e tantos similares de bom moço.

Não sou Maju mas sou mulher e sofro com frequência os efeitos disso. Prefiro andar numa rua sozinha com um leão atrás de mim do que com um homem. Pelo menos, o primeiro vai manter a minha dignidade.

É muito mais do que hashtags que precisamos. É preciso mais amor em todos os sentidos e não discurso de ódio tão alimentado pela extrema direita que é capaz de fazer adesivo da presidente sendo penetrada e achar graça disso. Não gosta dela, discuta com as suas idéias e não se meta com os seus orifícios. Pois o mesmo cara na minha timeline que compartilhou o adesivo criminoso de Dilma por achar engraçado postou #somostodosMaju.

O racismo e o preconceito de uma forma geral se resolvem antes de tudo com a propagação de um discurso honesto, menos hipócrita. O que esses que usaram a hashtag em sua maioria têm feito por ela?

Cansada dessa incoerência e ingenuidade de vocês.

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Sobre o Papa Francisco na Bolívia:

Eu que sou fã de carteirinha do Papa Francisco e tenho acompanhado cada movimento dele bem de perto, primeiramente vi o vídeo do Papa quase em tempo real onde mostra ele recebendo o polêmico presente dado por Evo Morales: Cristo pregado numa cruz feita de uma foice e um martelo.

No início, o Papa se mostra assustado, mas logo depois fica sorridente e recebe o presente que se trata de uma escultura do sacerdote espanhol Luis Espinal, que tinha ligação com movimentos sociais bolivianos e foi assassinado por paramilitares em 1980, conforme explicado.

Qual foi minha surpresa ao ver os jornais destacando a foto do momento inicial e deturpando por completo a cena. Na Folha, por exemplo, Igor Gielow chamou de “aberração” o regalo sem sequer explicar a origem do presente. Idem com O Globo, G1, Veja e similares. Mas o ponto principal que merecia destaque não foi o presente. O que incomoda a essa gente (e que tanto me faz amar esse Papa) é que diabos ele foi fazer na Bolívia.

Para vocês entenderem, antes da cena polêmica, o Papa Francisco fez um discurso anticapitalista na Bolívia, referindo-se ao sistema econômico como “ditadura sutil”: “A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral”, afirmou.

Vejam vocês, o Papa também disse que a concentração da mídia é instrumento de “colonialismo ideológico”, pois “a concentração monopólica dos meios de comunicação social pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural”. Por que será que não mencionaram isso nos jornais mais populares?

Mas não acaba aí. O Papa ainda pregou “mudança de estruturas” e disse que mesmo entre a elite econômica que se beneficia do sistema “muitos esperam uma mudança que os libere dessa tristeza individualista que os escraviza”.

É claro que isso é inaceitável para o colunismo brasileiro que preferiu focar no presente inusitado que o presidente da Bolívia deu a Francisco no lugar de mencionar o discurso anticapitalista do Pontífice.

O pior, deturpam tudo o que aconteceu criminosamente, acho eu. Abaixo da foto onde o Papa, de fato, está bem desconfortável no início, Francisco, segundo difundido por parte da mídia brasileira, teria dito “não se faz isso” ao receber o presente, quando o áudio do vídeo deixa claro que ele afirma “não sabia disso” ao ouvir a explicação de Evo Morales sobre a escultura.

Em outras palavras, a direita midiática brasileira pirou com o progressismo de Francisco e deixa claro, para quem ainda não entendeu, que não é confiável.

Leiam, pensem, averiguem a veracidade dos fatos antes de sair compartilhando inverdades e servindo de marionetes dessa gente, combinado?

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Sobre ensinar Marx nas escolas:

Agora a moda é dizer que as escolas estão doutrinando alunos porque ensinam Marx. Reinaldo Azevedo, famoso colunista da Veja, disse que “o Brasil precisa de menos sociólogos e filósofos e de mais engenheiros que se expressem com clareza” condenando, como fica claro, a inserção dessas disciplinas no Ensino Médio.

Não foi sem propósito que havia – e há ainda – em muitas escolas muito mais tempos de aula de física, química, matemática do que história, geografia e agora filosofia e sociologia. O papel da ciência na formação dos jovens brasileiros para quem fez esse currículo – que muito serviu à ditadura – deveria ser somente o de possibilitar o domínio de técnicas para a melhoria do processo de trabalho, e não o domínio de técnicas de pesquisa para a investigação da realidade social brasileira. A sociologia e a filosofia sempre foram vista como um dos melhores instrumentos para a formação de indivíduos com capacidade de questionar, investigar e compreender a realidade social. Não foi sem propósito que foi banida na época da ditadura e que agora sua inserção está sendo criticada por filósofos de direita como Olavo de Carvalho e colunistas da Veja.

Ensinar sociologia sem mencionar Marx é como ensinar física sem mencionar Newton e Biologia sem falar em Darwin. Se apresentar as ideias de um grande pensador é errado, prendam-me, por favor. Estou dando ferramentas para meu aluno pensar!

Mas sim, concordo que exercitar o início de um pensamento crítico e/ou reflexivo que leve o jovem a perceber em alguns antes desimportantes detalhes, fatos ou frases, as contradições, as desigualdades, a realidade a sua volta e que assim esse aluno possa se perceber em seu grupo, como parte deste grupo, se individuar, se compreender e compreender as diferenças, enfim, concordo que fazer o adolescente pensar em conceitos como ‘desenvolvimento social’, ‘ progresso’, ‘liberdade’ e tudo o mais pode ser extremamente arriscado para essa direita que usufruía bastante do antigo currículo sem filosofia e sociologia quando muitas escolas apenas adestravam os alunos para fazer provinhas de vestibular.

Olavo de Carvalho e seus pares têm mesmo muito para se incomodar.

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São Paulo para mim é um mistério. Merecia teses de doutorado a respeito. Governado há duas décadas pelo PSDB, administrado por figuras que protagonizam o livro todo documentado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. sobre as criminosas privatizações, São Paulo hoje tem um governador que nega que paulistas sofrem com os engarrafamentos, que não existe crise de água nenhuma por lá, que não há greve de professores… Em meio a um racionamento de água, Alckmin não precisou nem de segundo turno a despeito de estar envolvido na Máfia do Metrô. Foi eleito dizendo que em São Paulo não havia crise e ponto final. Essa greve dos professores já está sendo considerada uma das maiores do Estado e o governador insiste em dizer que está tudo bem, não há greve. E assim, ele vai levando aquilo ali. Em 2018, será o presidenciável mais votado pelos paulistas, querem apostar? Vai entender…

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Sobre a redução da maioridade:

As pessoas que são a favor da redução da maioridade são as mesmas que bradam contra a política das cotas. Coincidência?

Eu não tenho pena de bandido e quem fica me dizendo isso não tem argumento para rebater os meus. Quero que esses jovens sejam punidos (como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescentes para pessoas entre 12 e 18 anos). Se fosse feito o que lá está escrito, já seria muita coisa.

Em uma rápida pesquisa feita pelos sites de busca, percebemos que somente nos países em que a desigualdade social diminuiu foi observado também uma redução da violência. Dos 54 países que reduziram a maioridade penal não se observou diminuição da criminalidade, sendo que Alemanha e Espanha voltaram atrás na decisão após verificada a ineficácia da medida. Apostar na redução da maioridade penal como resolução da violência juvenil é investir na reprodução da violência como mostra a experiência em outros países. Mas esses números são desprezados por esses revoltados onlines… Vai entender…

Para finalizar, lembro-me de uma tentativa forte no Governo de Brizola de reduzir essa desigualdade no Estado do Rio de Janeiro com a implementação dos CIEPs – um projeto educacional de autoria do antropólogo Darcy Ribeiro que tinha como objetivo oferecer ensino público de qualidade, em período integral, aos alunos da rede estadual. O projeto objetivava, adicionalmente, tirar crianças carentes das ruas, oferecendo-lhes os chamados “pais sociais”, funcionários públicos que, residentes nos CIEPs, cuidavam de crianças também ali residentes.

Os Cieps tiveram ainda o gênio de Oscar Niemeyer para desenvolver sua arquitetura. Era um projeto fabuloso e grandioso. Imaginem: enquanto Niemeyer trabalhava no projeto arquitetônico, professores trabalhavam sob a orientação de Darcy Ribeiro na estrutura do I Programa Especial de Educação, do seu projeto pedagógico. Mas…

Não foram poucas as vozes que se levantaram para criticar. Na maioria dos casos, os críticos – inclusive, claro, os que atuam na mídia –, baseavam-se em argumentações tal como a tão difundida à época que aula se dá até debaixo de árvore e, portanto, todo o gasto com a estrutura física era inteiramente desnecessário e dispendioso, que estavam gastando dinheiro público à toa, que Brizola era populista, que Marx isso que pobre aquilo… Não nos esqueçamos da luta de Brizola contra a Rede Globo cuja atuação foi fundamental para que esse projeto grandioso fracassasse.

Os governos que sucederam aos de Brizola, como todos sabem, não deram continuidade administrativa ao projeto, desvirtuando-lhe a sua principal característica: o ensino integral.

Pergunto-me: se tivéssemos investido nisso, será que teríamos tantos jovens infratores assim? O que a classe média que está sendo esfaqueada fez a favor dos CIEPs? E o que tem feito para a desigualdade social diminuir?

Tratar o problema de forma imediata querendo leis mais severas pode até piorar o quadro de violência no Brasil como aconteceu em outros países. Se é para seguir o exemplo, por que a dificuldade em aceitar aqueles que deram certo? Por que esses que são a favor da redução da maioridade não brigam ao menos para endurecer a pena para adultos que corrompem menores?

Quero que a violência diminua e quero que todos os criminosos sejam devidamente punidos, mas não aceito medidas que não irão surtir efeito. E tenho fortes argumentos para isso. Essa é a diferença entre mim e você que é a favor da redução da maioridade penal.

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Sobre o Racismo Reverso:

https://atomic-temporary-52399608.wpcomstaging.com/2015/05/18/sobre-o-racismo-reverso/

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Sobre as manifestações dos professores e Beto Richa:

https://atomic-temporary-52399608.wpcomstaging.com/2015/05/12/em-que-medida-expulsando-beto-richa-a-situacao-muda/

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Sobre as manifestações das manifestações:  

Em abril de 2015.

Eu ando preocupada com o futuro da humanidade. Tenho sentido que somos frágeis demais e me deu um certo pânico agora que parei para ler e pensar. Surte comigo, quem quiser.

Estamos sendo todos manipulados, acho eu. Quer sejamos de direita, quer sejamos de esquerda. Estamos sendo jogados uns contra os outros. É coxinha pra lá, petralha para cá… não aguento mais isso. Se há uma delineação clara do que é certo e do que é errado e se se defende um lado com uma postagem de cinco linhas, não há nada, a meu ver. Sinto-me no pátio do recreio de vez em quando. E é isso que me preocupa e vai ainda me tirar o sono já que tenho filhos e tenho que acreditar e lutar por um futuro melhor.

Se formos nos informar, enlouquecemos. Fortunas são erguidas na fabricação de alimentos e medicamentos que nos deixam doentes e diminuem nosso tempo de vida. E o capitalismo contabiliza isso como crescimento. As atividades econômicas usadas na reparação dos danos causados pelo aquecimento global acabam entrando na conta do crescimento também. Estamos vivendo a maior desigualdade social já vista na história. Fortunas nas mãos de pouquíssimos. E, perceba a sutileza: a recompensa pelo seu trabalho é o direito de consumir mais. Assim, vamos progredindo na vida alimentando esse sistema que, é claro, se mostra melhor do que outros, mas que, não nos enganemos, não nos faz livres; mais do que isso, torna-nos também, em um certo grau, escravos.

Veja bem: vivemos um sistema no qual quase todos os seres humanos dependem do petróleo – seja para abastecer o carro, o avião ou o adubo químico que prepara o solo ou para qualquer outra coisa tipo batom e sapato. Quais são as empresas que controlam esse mercado? Estamos nas mãos de quem? Mas não é só isso…

Fui explicar para o meu filho caçula como funciona esse sistema e até ele percebeu a fragilidade de tudo isso e o quanto estamos reféns. E sempre dá para piorar, há quem acredite que quem não emagrece é preguiçoso e quem não enriquece é porque é vagabundo, burro, desmedido, irresponsável ou não trabalha o suficiente.

Não raro vemos a mídia divulgando a história de pessoas que passaram no vestibular catando livros no lixo, de pedreiros que têm casa própria por terem economizado, enfim, várias histórias para nos sentirmos esperançosos. A beleza acontece se corrermos atrás, querem que acreditemos nisso com as imagens em câmera lenta e música instrumental de fundo. A verdade é que esses fatos são apenas e raríssimas exceções que provam a crueldade desse sistema.

Há provas e mais provas que o capitalismo não é bom para a maioria e está claro que querem nos iludir com a ideia de que o “mercado” tratará de resolver todas as questões. Assim, vivemos em uma democracia que se finge democrática na medida em que o poder doutrina pela grande mídia, que é parte fundamental nesse sistema, uma grande massa que age na intenção de derrotar “o inimigo”. Nosso país, o nosso Brasil, segue entregue ao poder corporativo que está senso representado politicamente por fundamentalistas ultra-conservadores.

Fui ler somente hoje sobre o escândalo do HSBC (que facilitou a abertura de contas suspeitas na Suiça para inúmeros empresários do Brasil e do mundo) e quase caí. Os problemas do Brasil vão muito além do político que rouba, ainda que esse seja um grande problema. Saibam que o grande empresário que sonega faz um rombo nos cofres públicos 25 vezes maior do que o politico que desvia. e o escândalo do HSBC tem potencial para ter desviado 10 vezes mais dinheiro dos cofres públicos do que o da Petrobrás – mas sobre isso não se fala. Por que? Cito Noam Chomsky: “O propósito da mídia de massa não é informar, mas dar forma à opinião pública de acordo com interesse do poder corporativo”. Não quero desviar o assunto e sim aprofundá-lo.

Parece-me pelo que vimos ontem, ainda que muito significativo e preocupante, que o governo seguirá. Por outro lado, os memes de deboche com esses que acreditam que estão lutando por mudar algo também não me faz um ser mais feliz e esperançoso.

Não adianta ficar repetindo que só quem foi para as ruas é da elite. Tudo bem que vimos manifestantes chegando e indo embora de táxi em Copacabana a na Paulista, mas muitos dos que ridicularizam quem protestou pertencem à mesma classe média elitizada e se querem mais igualdade devem também estar estarrecidos com o que o PT anda fazendo. Facilitando em certa medida a chegada de Eduardo Cunha, depois da escolha de ministros como Kátia Abreu e Joaquim Levy, à direita no espectro político, assim como com medidas que afetaram os direitos dos trabalhadores, o PT está claramente se afastando dos ideias de esquerda.Totalmente e claramente vendido para o capital.

O PT traiu algumas de suas bandeiras de identidade não apenas por ter aderido à corrupção, que obviamente não foi inventada por ele na política brasileira, fato que não diminui em nada a sua (ir)responsabilidade. Eu votei em Dilma, mas não ando militando e defendendo o governo cegamente por me sentir capaz de continuar defendendo o que o PT acreditava. Assim como também compreendi que o mundo atual exige interpretações mais complexas.

Há gente maluca, mas muitos dos meus amigos de direita não têm horror a pobres. Não querem mais é que eles se explodam. Não ficaram tristes por termos saídos do mapa da fome. Não têm aversão de se sentar ao lado de uma pessoa de baixa renda no avião. Muitos não são a favor do impeachment, da volta da ditadura, da intervenção militar e não ofendem a presidente. São a favor das mesmas coisas que eu: que seus impostos sejam bem usados, que não precisemos pagar por educação, saúde e segurança. É fato que tem gente que ficou chateado com a ascendência da classe mais pobre causada reconhecidamente no governo PT, mas nem todos que são contra o governo querem distância de pobre. Esse tipo de discurso – que também é cheio de ódio – só deixa tudo mais enuviado e de difícil resolução, já que para esta o diálogo lúcido e aberto faz-se urgente e necessário.

Chega também de achar que a solução é ir para as ruas querendo tirar uma presidente eleita pela maioria acreditando que estão mudando alguma coisa. Ainda que ela saia, procurem saber se em alguma manifestação da história da humanidade os manifestantes tiravam fotos abraçados com a polícia. Para que se conquistem as mudanças que nos fazem evoluir é necessário que haja pelo menos uma certa antipatia e medo entre os que querem transformar e os que são pagos para manter. Não estou dizendo em tiro, porrada e bomba, mas é preciso que os dois lados estejam bem delimitados. Afinal, querem transformar ou puxar o saco do poder? E quem é O Poder?

O Poder hoje, pelo que andei lendo, está ao lado do mega empresário que sonega. Enquanto estamos aqui discutindo se tudo é culpa do PT ou do FHC, há mega empresários fazendo a festa, pelo o que entendi.

Enquanto isso, a gente aqui pagando mico indo para as ruas e debochando de quem foi. Todo mundo perdido nessa budega… E separados, menos força teremos para acharmos o caminho…

Giga preocupada e desesperada com tudo isso que estamos vivendo…

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Maioridade penal: 3 motivos que explicam porque sou contra a redução.

1- Já existe lei para corrigir e punir menores. Só que elas não são cumpridas assim como não são para os adultos. Se lei apenas melhorasse a violência, não teríamos o aumento de adultos infratores como estamos acompanhando pelos jornais. Basta, entre outras coisas, que a lei seja cumprida. É por essa causa que devemos brigar.

2- Nossas cadeias não suportam nem os adultos criminosos. No mais, o sistema penitenciário brasileiro mostra que não consegue dar conta de sua função social de controle, reinserção e reeducação dos agentes da violência. Ao contrário, tem demonstrado ser uma “escola do crime”.

3- O problema não será resolvido porque a causa continuará agindo. Se reduzida a maioridade, adolescentes serão recrutados cada vez mais cedo para o crime. Redução da maioridade penal, definitivamente, não visa a resolver o problema da violência. Apenas serve para fingir que há “justiça”. O caos continuará. Não adianta endurecer as leis se o próprio Estado não cumpre as que já existem.

As causas da violência e da desigualdade social não se resolverão com a adoção de leis penais severas. O processo exige que sejam tomadas medidas capazes de romper com a banalização da violência e seu ciclo. Ações no campo da educação são muito mais eficazes na diminuição da vulnerabilidade de centenas de adolescentes ao crime e à violência.

Que fique claro, não tenho pena de bandido e nem quero trazer nenhum para minha casa. Seja ele de 16 ou 20 anos. Quero que a justiça seja feita e ele, se possível, seja corrigido. Mas não sou ingênua a ponto de achar que reduzindo a maioridade a sociedade vá ficar mais limpa e melhor.

Se desprendo energia para corrigir o problema atacarei a causa e não o efeito.

Quando meus filhos estão com febre eu não quebro o termômetro e sim dou o antibiótico.

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Sobre as manifestações a favor do Impeachment:

Não creio que seja somente uma luta de classes a que estamos vendo, ainda que ela exista no Brasil. Pelas manifestações de ontem, a despeito de poucos negros mesmo nas passeatas em Salvador, não há como manter o discurso que somente a elite está insatisfeita. A insatisfação e o saco cheio – para ser mais clara – estão generalizados. Não convém falar de números porque eles já viraram motivo de piada. As estimativas são dadas de acordo com a miopia de cada um. No entanto, vale uma reflexão.

Antes, gostaria de esclarecer um ponto: há quem ache que sou cega, filiada a algum partido político, comunista e bababá bububú. Parece que a minha posição política não está clara e que estou feliz com tudo o que está acontecendo por aqui. Já falaram que sou a favor da corrupção por ter votado em quem votei e a minha inteligência sempre é colocada em cheque por criticar alguns discursos.

Que fique claro: não estou feliz e muito menos sou a favor da corrupção. Só não acho que ela tenha se iniciado há pouco mais de dez anos como querem que eu acredite. Aliás, eu não acredito em mais nada que leio nesses jornais, sejam eles Globo e Folha ou sejam os Cartas Capitais da vida. Há claramente verdades inventadas e de imparcial o jornalismo nessa conjuntura brasileira não tem nada. Aliás, pergunto-me se há como um fato narrado ser isento de subjetividade. Mas isso é papo de horas. Voltemos ao foco: eu não estou nem um pouco feliz com nada do que está acontecendo com o meu país.

Para início de conversa, como afirmou a própria presidente, as manifestações são legítimas. O ponto que considero é que o povo que foi às ruas ontem deveria estar cobrando medidas da presidente e não o seu impeachment. E se a pauta fosse, de fato, anticorrupção, ela teria que ser dirigida à corrupção de todos os partidos e a todos os três poderes da República e não apenas para um grupo específico que está sendo nitidamente demonizado pela mídia. Não estou mais lendo, com raríssimas exceções de alguns amigos que fundamentam a sua antipatia pelo governo, um debate de ideias e sim um discurso cheio de ódio, pronto e repetitivo.

Por outro lado, esse papo de Reforma Política só agora me causa um certo asco. A bandeira da Reforma Política deveria ser levantada desde que Lula foi presidente. Mas só agora os petistas e os demais de esquerda estão lutando por isso justamente quando a popularidade está em baixa. Sei também que não é um partido que faz a Reforma e sim o Congresso. Acho porém estranho todo essa luta ser incentivada nesse momento ainda que eu particularmente não veja outra solução efetiva para nosso país; entendo que o financiamento privado para as campanhas políticas é a espinha dorsal da corrupção brasileira.

Por outro lado (há vários lados a considerar) entristeço-me ao perceber que esse movimento a favor do impeachment enfraqueça essa questão maior. Parece-me que muitos eleitores ainda não aceitaram o resultado das eleições presidenciais e estão usando o impeachment para anular o que foi decidido nas urnas. No mais, não acredito que tirar a presidente resolverá os problemas apontados pelos que estão se dizendo revoltados com o governo. Não sei se são os jornais que estimulam essa conclusão ou se é porque gostamos mesmo de ter esperança mas, estão acreditando, a meu ver ingenuamente, em uma solução simplista e ilusória para a atual crise: destituir ou, pelo menos, “sangrar” a presidenta Dilma.

Podem bater panela, depor a presidente e pôr até “Jesus na causa”. Sem o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas, na minha opinião, a coisa não vai melhorar efetivamente. Não é a solução final, mas acredito que vai melhorar muito o quadro atual, que é a institucionalização da corrupção: as empresas fazem um “investimento” nos políticos com retorno garantido, onde os prejudicados, como estamos todos vendo, somos nós.

Por outro lado (a verdade é um polígono de infinitos lados), não acredito em grandeza espiritual do PT a despeito da desigualdade neste país ter diminuído consideravelmente nesses últimos anos. O jogo é muito sujo e está longe de estar claro para mim. Se ainda fico do lado em que estou é por acreditar não na pureza e nas boas intenções de ninguém, mas sim que o que se tem para colocar no lugar é muito pior. Não acredito na santidade do Papa, vou lá eu querer canonizar Lula como já vieram me falar de forma irônica para fazê-lo? Tenho e nutro minhas admirações sim pela história de vida dele. Acho sua biografia digna de nota, um político admirável em vários quesitos e reconheço seus erros nessa trajetória. E penso sim senhor que ao lado de muitos outros políticos ele é infinitamente mais inteligente e, pasmem, mais honesto. Podem rir. É, de fato, muito difícil falar em honestidade com a política estruturada na forma em que está em nosso país. O que me leva de volta ao dia de ontem.

Se não pararmos de agirmos como se estivéssemos no pátio do recreio com dez anos de idade a coisa tende a ficar cada vez pior. O movimento de ontem vai ocupar um lugar nas histórias infantis: ” Era uma vez uma manifestação que se dizia em defesa do Brasil, da democracia e contra a corrupção. Acontecia em várias capitais do país e reuniria todos os cidadãos de bem, honestos e interessados em lutar contra os desmandos e malfeitos que tomavam conta do país ” Pergunto-me: De que matéria é feita essa fronteira rompida entre o bom e o mau nessa história? Como estamos julgando o que é bom para nós? Como efetivamente acabar com esse circo que vem a ser a nossa política? Pedindo a renúncia ou afastamento (o que hoje se chama pelo nome técnico de impeachment) de quem ocupa a Presidência da República? Xingando de imbecil quem não pensa de forma igual a você? Chamando de idiota quem foi ou não às ruas? Tanto de um lado quanto de outro quando há deboche ou xingamentos é porque há não a burrice e sim a ausência de uma reflexão mais profunda sobre o problema (para mim, muito mais grave não querer pensar do que não saber como fazê-lo).

O ódio e a ignorância (não quero saber, não preciso saber) ao serem compartilhados por escrito deixaram de ser algo a ser reprimido. Muito pelo contrário. Os comentários seguidos nas postagens mostram o quão gladiadores estamos nos tornando. A internet virou um campo de guerra e se tivéssemos a opção de lançar bombas do outro lado, mandar um vírus para destruir o computador de quem não concorda com as nossas colocações, se tivéssemos como ferir mesmo na carne o adversário político utilizando o anonimato ou não o faríamos.

Enfim, não que o assunto tenha esgotado mas para não me estender, não estou feliz assim como você. Mas acho que nenhum desses que estão na liderança política deste país mereça que eu me diminua como ser humano a ponto de xingar ou me indispor com quem pensa de forma diferente de mim e muito menos desfazer uma amizade. Gosto sim de expor meus argumentos justamente para ouvir quem não pensa como eu e ver se há algo que não considerei no meu raciocínio. Penso que só assim, alertando uns aos outros, conseguiremos nos melhorar como um todo e como nação.

Acredito que a principal mudança que beneficiará a todos nós precisa de nossa união e não que nos afastemos e nos distanciemos como cidadãos. O caminho que estamos tomando, parece-me, está nos levando para o precipício. Tornando-nos bárbaros ninguém sairá impune nessa budega, pois, o barco é um só e afundando morreremos todos.

(Em 16 de Março de 2015)

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Sobre o silêncio dos eleitores de Dilma:

Todos os dias, qualquer cidadão brasileiro que leia ou escute recebe uma notícia falando mal do governo Dilma. Geralmente, os compartilhamentos agora vêm acompanhados de indignações com o silêncio dos eleitores. Por onde eles andam? Por que estão em silêncio? Pois bem, quem vos escreve aqui é uma eleitora de Dilma que não se arrepende do voto e muito menos se envergonha dele. Andamos por aqui mesmo assim como todos. Em silêncio estamos porque estamos relutando em acreditar no que estamos vendo. E já lhe adianto que o que vemos, claro, é bem diferente do que a oposição vê.

Para começar minha explanação, ainda que reconheça muita coisa esquisita e equivocada nesse início do segundo mandato, jamais me arrependeria de minha escolha por uma simples razão: se não Dilma, quem? Acreditar que a corrupção da política brasileira é coisa só de PT é muita falta de leitura ou muita leitura de uma só fonte. Não tenho a menor dúvida que o projeto de associar somente o PT à corrupção teve um enorme sucesso. Temos um forte “jornalismo”agressivo, arrogante, marcado pelo desrespeito sistemático à figura da presidente e a qualquer protagonista, autoridade, leitor comum ou fonte que a ela não se submeta. O meta-sentido construído por essa narrativa é o de que o governo PT é o mais corrupto da História do Brasil é incompetente, trapalhão, só tem alto índice de aprovação porque o povo é ignorante ou se deixa levar pelo bolso, não pela cabeça. Mas é importante, a despeito de fatos irrefutáveis como as promessas não cumpridas da presidente, saber que isso tudo foi um projeto, certo? Não que não tenha havido corrupção neste governo, falo sobre a associação que muitos fazem naturalmente, agora, entre somente um partido e uma atitude e que devido a essa associação acreditam que um impeachment marcará o fim da corrupção no país. Observe bem o que se tem para colocar no lugar.

Levantam como principal bandeira o repúdio à corrupção. Todos se mostram profundamente chocados com o uso de caixa dois pelo PT, o partido que se fazia de virtuoso. Mas, como quase todo moralismo em política, trata-se de mais uma modalidade de falso moralismo porque sequer mencionam o valerioduto dos tucanos, onde tudo de fato começou.

Teria muito mais a dizer sobre isso, mas acho que não é difícil entender por que muitos acreditam que a oposição simboliza o fim da corrupção. Essa mídia que nos bombardeou de forma propositadamente repetitiva com as informações por eles escolhidas, pouco ou nada falou, por exemplo de tantos outros casos de corrupção no país, como a privataria tucana. Muitos nem sabem o que seja isso…

Há verdade em tudo o que foi mencionado pela grande mídia, mas há também outras inúmeras verdades em muito do que foi omitido. Podem lutar pelo impeachment à vontade, mas não dizendo que vamos limpar o Brasil desse mal que é a corrupção. Não sejamos ingênuos a esse ponto, ok? Como considerar que os tucanos e os magnatas bilionários, que venderam o Brasil e governam São Paulo há duas décadas não atuam em mensalões, nas corrupções, nas sonegações e nos envolvimentos com doleiros, paraísos fiscais e financiamentos privados e ilegais de campanhas eleitorais? Aff…

No mais, vamos falar de impeachment. Quem vai na passeata para derrubar Dilma levanta a mão! Por um acaso, vejo aí uma mãozinha levantada que foi beneficiada economicamente pelos governos trabalhistas, como ocorreu com a explosão do consumo no Governo Lula, com pleno emprego? Algum desempregado com a mãozinha levantada? Por um acaso, vejo alguém aprovado em emprego público? Por um acaso, alguém que levantou a mão piorou de situação financeira depois que tivemos a esquerda no poder? Vamos entender essa animação em derrubar governantes legitimamente e democraticamente eleitos pela maioria do povo. É necessário questionar que interesses se encontram infiltrados nos debates dos grandes temas nacionais.

Quem agora lidera esse movimento para derrubar a presidente eleita? Ele, aquele outro presidente que entregou o patrimônio do Brasil para os estrangeiros, o Neoliberal I, o Príncipe da Privataria, aquele que foi ao FMI três vezes: Fernando Henrique Cardoso. Quem mais? Ah sim, ele, o eterno inconformado com a derrota, cuja especialidade é desrespeitar mulheres e com a ficha ó!, limpíssima para não dizer o contrário: o senador Aécio Neves.E qual é o argumento para justificar o impeachment? Petrobras.

Avaliemos o caso: até onde entendi o parecer, ele diz que há elementos para que seja aberto o processo impeachment contra Dilma por improbidade administrativa “não decorrente de dolo [intenção], mas de culpa”. Dilma tem culpa nesse campo, afirma o parecer, porque ocupava a presidência do conselho da Petrobras em 2006 quando foi comprada a refinaria de Pasadena, nos EUA, por um valor que chegaria a US$ 1,18 bilhão dois anos depois. No ano passado, a presidente disse que não aprovaria a compra se tivesse melhores informações sobre a refinaria. A compra resultou num prejuízo de US$ 792 milhões, de acordo com o TCU (Tribunal de Contas da União). É, temos o que temer. Não restam dúvidas. Não digo nem que sim nem que não, dados alguns novos fatos.

Eu, particularmente, não acredito em Deus e muito menos em santo ainda mais dentro da política brasileira porque sei muito bem como ela é estruturada. Sabia que Dilma teria muitos problemas, faria concessões, mas jamais esperaria por isso que vejo. O Congresso é conservador e fica inviável de ser aprovado por ele qualquer projeto de lei de democratização dos meios de comunicação ou de fim do financiamento privado de campanhas, pontos esses que são essenciais para o modus operandi de nossa política. As forças conservadoras foram construindo sua hegemonia no Congresso, através de uma candidatura que melhor expressa o que de pior tem o Congresso, por exemplo, um candidato da direita que se mostrou vencedor à presidência da Câmara perfeitamente talhado às suas necessidades: Eduardo Cunha. Foram enterradas a união civil de pessoas do mesmo sexo, a regulação da mídia eletrônica, o imposto sobre fortunas, o financiamento público de campanhas e qualquer outro projeto progressista com os quais os eleitores de Dilma um dia sonharam. Dureza…

Eu, como eleitora de Dilma, fiquei estarrecida com a forma que a bancada da esquerda agiu nessa ocasião. Enquanto vi muitos da oposição comemorando, sofria calada aqui no meu canto tentando, para variar, entender. Cheguei a pensar que Dilma tinha acertado ao incluir Kátia Abreu e Joaquim Levy em seu ministério, do ponto-de-vista de sua própria sobrevivência política, é claro. Presumi que a presidente tinha feito seu cálculo considerando a vitória magra nas eleições de 2014, a redução da bancada do PT, a Operação Lava Jato e as turbulências na economia internacional. Com Kátia, Dilma se aproximaria do agronegócio; com Levy, dos banqueiros. Dois setores que deveriam ter se mostrado fundamentais para enfrentar a voracidade de Eduardo Cunha e seus aliados. Qual o quê!

Vejo a esquerda sem conseguir articular um campo de forças para sair do isolamento que se mostra cada vez mais nítido. Como agora consolidar tantas promessas e sonhos com uma muralha como Eduardo Cunha? Já não bastava a esquerda ter que renegociar com setores do grande empresariado para poder retomar um ciclo de investimentos produtivos e de crescimento da economia? Ainda por cima, deixaram isso acontecer? Como agora usar os principais ingredientes de uma democracia forte, como a reforma política, a regulação da mídia, as bandeiras dos movimentos sociais de gênero, raça, LGBT, do mundo sindical e sobre liberdades individuais? Sim. Houve uma incompetência de articulação política por parte da esquerda que desembocou nessa derrota na Câmara.

Eu não sei se perco as esperanças de vez ou continuo na luta. Entendo que para que o projeto da esquerda continue caminhando, precisaremos de muita pressão popular. Deve vir dos eleitores de Dilma essa pressão, mesmo com uma opinião pública ainda moldada pela grande mídia oligopolizada e anti-democrática. A Câmara caminha para que se prevaleça um determinado perfil conservador, mas a bancada da esquerda deve acordar para a vida. Estou cansada, mas entendo que ainda é preciso acreditar nos sonhos, com os pés firmes no chão, para impedir retrocessos e avançar.

Já entendo com muita dor no peito que a presidente não será a presidente que ela queria ser e que todos sonhávamos. No máximo, ela irá gerenciar esse país por mais quatro anos. E mal. Uma nova CPI da Petrobras será mais um motivo para Dilma extrair concessões. Mais concessões…

Por outro lado, fico aqui me perguntando o que as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, que são grandes financiadoras de campanhas, estão soprando nos ouvidos dessa oposição que, por sua vez, quer dinheiro, venha de onde vier. Dinheiro do Tesouro, para tocar projetos em suas bases políticas e enriquecimento pessoal, dinheiro de empresários para campanhas de reeleição.

FHC, Alckmin e Aécio podem ter vibrado com a derrota política de Dilma na Câmara, mas será que Eduardo Cunha vai entregar de mão beijada ao tucanato os louros de sua vitória? Duvido. O PMDB nunca fez questão de governar diretamente desde que tenha acesso aos grandes cofres. Vejamos o que pode acontecer. E temo pelo pior… Se a própria Dilma endossou cortes orçamentários que prejudicam os trabalhadores, o que não dizer de Eduardo Cunha e seus aliados, sob o patrocínio dos grandes interesses, sem qualquer compromisso que não com o próprio bolso? Tenso tudo isso…

Depois de tanto ler e pesquisar, entendo que a Dilma está encurralada. E precisando de apoio. O fato de ela estar tomando uma série de medidas conservadoras não é à toa. Serão, sendo bem otimista, mais quatro anos de massacre cotidiano na mídia. Depois que o petrolão passar, teremos mais bombardeio ininterrupto, corrosivo, uma avalanche que encobre qualquer recorde de desemprego em baixa. E isso vai acontecer porque a bancada da esquerda dormiu no ponto. Não tratou da democratização dos meios de comunicação, não seguiu o exemplo do Mujica. Paga agora por isso. O pior que é sempre muito mais do que vemos e lemos na mídia (ah, a mídia… nem me fale…).

Procuro forças para continuar brigando para que meu país continue sendo um exemplo pelo mundo no que tange à desigualdade social e ao combate à fome. Esta conquista histórica não podemos perdê-la de jeito nenhum. Há que consolidá-la e aprofundá-la. Claro que há muito o que melhorar e portanto, não posso me esquecer o que me moveu até as urnas na última eleição.

Votei pela reeleição de Dilma porque o meu critério na escolha do candidato foi, principalmente, saber o quanto o candidato estava comprometido com os interesses das classes menos favorecidas, e quão capaz seria ele e os partidos políticos que o apoiaram atender a esses interesses promovendo a diminuição da desigualdade em meu país. Não posso me esquecer de que pela primeira vez em minha sala de aula tive alunos pobres e muito pobres que não tinham dinheiro nem para tirar uma xerox, alunos que jamais teria se não fosse pela política das cotas. Alunos esses que me encheram de orgulho e que provaram que capacidade intelectual nada tem a ver com falta de base – problema este que muitos professores trataram de resolver com a dedicação que a profissão confere. Não posso me esquecer de que foi a partir de 2002, com Lula e seus aliados ligados às bases da sociedade, fez-se, pela primeira vez, uma revolução democrática e pacífica no Brasil. Revolução essa que significou transformações capazes de atender as aspirações das grandes maiorias que nunca foram atendidas devidamente. Não posso me esquecer das muitas políticas sociais que são do conhecimento geral. Estas ficaram visíveis nas multidões que começaram a usufruir daqueles benefícios mínimos de uma sociedade moderna. Tal fato correu mundo e serviu de ponto de referência para outros países. E também pelas várias universidades federais criadas em todo o pais e as dezenas de escolas técnicas e cursos profissionalizantes que habilitaram milhões de pessoas. Essa política de educação deve continuar. Não posso deixar de observar a quem o governo do PT mais desagradou e sempre que olhei para os lados nunca vi que ninguém (dos menos favorecidos) que tivesse piorado nesses anos de governo. Não posso deixar de observar que o discurso do adversário (vide postagens nessa rede social), não de todos mas da maioria, são discursos que conclamam o ódio, que ofendem pessoas como eu chamando, de forma generalizada (os que votam em Dilma), de burros e imbecis. E pior, sem muitos argumentos ou questionamentos.

Estava em silêncio porque estava lendo e avaliando. Lendo, diga-se de passagem, não somente o que é compartilhado nas redes, mas outros jornais bem menos comprados. E cá estou. Uma eleitora de Dilma que cansou de ficar calada e boquiaberta vendo a direita conservadora, a grande mídia (jornais, sites, televisão e rádio), os banqueiros e o capital especulativo batendo na Presidente.

É chegado o momento de separar o joio do trigo. Os guerreiros dos patifes seja lá de qual partido forem. Tudo pode piorar ainda mais se entregarmos isso para essa tucanada.

Para que o sonho continue, só vejo uma alternativa: rua.

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Sobre a “Regulação da mídia”:

Aff. Quem fica gritando que  o governo quer controlar tudo, que isso aqui está virando uma ditadura comunista, que bababá bububú por causa da tal “regulação da mídia” que Dilma diz fazer está, a meu ver, vendo cabelo em ovo.

Nos Estados Unidos, há muito tempo, foi estabelecido que donos de empresas que publicam jornais e revistas não podem controlar também canais de rádio e TV. Ditadura? Comunismo? Não. Nada disso. Lá entende-se que muita concentração de poder em termos de difusão de informação é prejudicial para a democracia liberal que tanto defendem. Mas vale acrescentar: Todos os países democráticos têm regulamentação da atividade de imprensa.

Entendam: “regulação da mídia” não é coisa de país comunista. Dito de outra forma, não significa que vai ser definido o que as emissoras podem ou não podem dizer. Quem diz isso está, no mínimo, mal informado. O projeto vem com o intuito de garantir condições mínimas de operação do serviço de forma a manter o interesse público em primeiro lugar e não o lucro das empresas, como está acontecendo atualmente.

Acha justo que grande parte do tempo que seu filho fique em frente à televisão seja  usado para estimular o consumo? Seria certo passar desenhos com linguagem de baixo calão para crianças ou cenas de sexo explícito no horário nobre? Por que não passa? Não pode ora bolas. Ditadura? Comunismo? Não. Nada disso. A nossa mídia já é, em certa medida, regulada pois “regulação da mídia” trata de uma exigência constitucional para definir regras concretas do funcionamento destes veículos.

É bom que se saiba: na Constituição brasileira de 1988 foram estabelecidos princípios que devem ser respeitados pelos canais de rádio e TV. Pergunto-me primeiramente, então, por que nunca ninguém se levantou antes contra a nossa Constituição taxando-a de ditadora? Questiono a seguir: se está na Constituição, por que, então, esse papo agora de “Regulação da mídia”? Essa eu mesma respondo. Quase trinta anos se passaram e nenhum artigo do capítulo que trata da Comunicação Social foi regulamentado. Isso acabou permitindo a consolidação de situações que contrariam os princípios ali estabelecidos, por exemplo, temos uma única emissora controlando cerca de 70% do mercado de TV aberta e a imensa maioria do espectro de radiodifusão é ocupada por canais privados com fins lucrativos, vide a quantidade de rádios evangélicas.

Pois então, a “regulação da mídia” define regras no sentido de atender aos objetivos definidos pela sociedade, a dizer, promover a diversidade cultural, garantir proteção dos cidadãos contra material que incite ao ódio, à discriminação e ao crime, e contra a propaganda enganosa; proteger crianças e adolescentes de conteúdos nocivos ao seu desenvolvimento; proteger a cultura nacional, entre outros. A própria Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) defende há muito tempo esse controle pelos motivos aqui citados.

Mas por que os empresários de comunicação são contrários à regulação? E a liberdade de expressão? Onde fica? Entenda: a questão da liberdade não pode ser sinônimo da ausência de interferência do Estado. A ideia de liberdade de expressão é um conceito encontrado na experiência democrática na Grécia lá pelos idos antes de Cristo. Ela se realiza na medida em que há a participação do homem livre na elaboração das regras às quais ele deve se submeter. Ele é livre por participar da elaboração das regras que confirmam a sua liberdade. Não tem nada a ver com a ideia de ausência de interferência do Estado.

Regular os meios de comunicação de massa neste sentido está longe de estabelecer práticas de censura da mídia. Pelo contrário, a regulação é necessária para democratizar a alta concentração de poder instalada nos meios de comunicação de massa, garantindo um efetivo exercício da liberdade de expressão.

Chega, então, de confundir Pires de Oliveira com pratinho de azeitonas, combinado?

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Fontes:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed712_regulacao_da_midia_nao_tem_nada_a_ver_com_censura

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/O-temor-dos-donos-da-midia-e-a-regulacao-defendida-pelo-Globo-/12/27850

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/franklin-diz-que-regulacao-nao-inclui-censura/

http://oglobo.globo.com/politica/regulamentacao-da-midia-nao-censura-diz-gilberto-carvalho-em-congresso-do-pt-2703136

http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/regulacao-da-midia-nao-e-censura-2340.html

http://www.pt.org.br/regulacao-da-midia-e-para-evitar-oligopolios-e-nao-censurar-diz-dilma/

http://www.ocafezinho.com/2014/10/30/reino-unido-aprova-regulacao-da-midia/

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Nordestinos, eu não me importo em quem vocês tenham votado. Continuarei amando esse sotaque, continuarei me esbanjando nessa rica gastronomia, irei sempre que puder ver a beleza dessas praias mas, principalmente, conversar com o povo na rua porque sempre o melhor turismo é feito em gente como vocês e não em paisagem. Quero a não distância com esta terra. Busco amalgamar-me, como a tapioca aquecida, as essas almas e carnes de Sol.

E se alguns de vocês forem tentar uma vida melhor em São Paulo, não vou condená-los por isso e sim me orgulhar de sua coragem de largar tudo (ou nada) e ir para a terra da garoa onde tem chovido tão pouco e tem se tornado tão seca, tão árida…

Nordestinos, mesmo que vocês tenham votado no diabo, continuarei lendo suas poesias, ouvindo suas músicas e querendo me chegar nessas redes que nos permite o sono dos justos e também dos injustos que somos muitos – vez e outra.

Continuarei admirando seus artesanatos, independente de sua crença e esperança. Continuarei invejando essa sua maneira leve de viver de enquantos e por encantos, sem me importar com quem tenham sonhado.

#eleições2014

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Carta aberta a Gregório Duvivier:

https://atomic-temporary-52399608.wpcomstaging.com/2014/10/28/carta-aberta-a-gregorio-duvivier-resposta-ao-perdemos/

#eleições2014

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Vejo muita gente criticando a educação no Brasil, falando mal do governo federal, mas citando como exemplo as escolas municipais e estaduais. Para esses, peço para que verifiquem no portal da Transparência, o quanto o “seu estado” e o “seu município” recebem da União para Educação e o que o governo estadual tem feito com esse montante. E compare esses números com os de 15 anos atrás.

Adianto que para SP, por exemplo, o repasse do Orçamento da União para Educação ficou seis vezes maior durante os governos do PT: passou de R$ 18 bilhões, em 2002, para R$ 112 bilhões em 2014. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), apenas para a cidade de São Paulo teve mais de R$ 7,5 bilhões, em 2013. Podem verificar esses números e não coloquei mais aqui para a postagem não ficar muito chata.

Entendam: o governo federal não é responsável por gerenciar tudo em todos os lugares. Não estamos numa monarquia absolutista. Não há rei ou rainha aqui que toma sozinho(a) as decisões. Temos outros políticos de vários partidos no congresso, senado, governos estaduais e municipais, assembleias legislativas e câmaras de vereadores que atuam diretamente em nossas vidas. Há de se saber de quem é a responsabilidade do que você está reclamando, ok? Não tenho a intenção de fazer parecer que a presidente nada faz de errado, nem que ela não seja responsável por quaisquer dos problemas do país. Apenas pretendo corrigir esse discurso que vejo por aqui, fruto de desinformação.

E no que tange ao governo federal, quando for criticá-lo no que diz respeito à educação, leve em conta que o Lula criou só no governo dele mais escolas técnicas federais que foram criadas em 97 anos de história do Brasil. E a Dilma criou em 4 anos mais 208 escolas novas. Os tucanos, em oito anos, fizeram 11, é bom que se saiba também. E nem vamos falar da aprovação da lei que destina à educação 75% dos royalties do petróleo recebidos pela União, além de 50% do fundo social do pré-sal!

Agora, imagine a quantidade de alunos beneficiados nessas mais de 400 escolas novas escolas técnicas. Some isso ao programa das cotas e veja a quantidade de vidas que foram modificadas. A quantidade de jovens negros e pobres que terão um futuro mais digno.

Bom, como professora desse país que já atuou em escolas particulares, estaduais e que hoje, só trabalha no CEFET com muito orgulho e dedicação, digo que nunca nessa história, a educação federal esteve tão bem. Quanto às municipais e estaduais, sugiro fiscalizar o que o seu prefeito e o seu governador andam fazendo.

Enfim, não confunda idiossincrasia com índio sem casinha, Pires de Oliveira com pratinho de azeitonas e livro de história do Rocha Pombo com história da pomba da Marta Rocha, ok?

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Fontes:
http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=3754
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/473062-PROPOSTA-AUMENTA-REPASSE-DA-UNIAO-AO-FUNDEB.html
http://www.pt.org.br/lula-e-dilma-admitem-355-mais-servidores-do-que-fhc/
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1473626
http://www.andifes.org.br/?p=27673
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2010/10/15/serra-e-fhc-proibiram-escolas-tecnicas-agora-ele-diz-que-vai-construir/
http://www.celia.na-web.net/pasta1/trabalho19.htm
http://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/viewFile/1429/1065
http://www.cnte.org.br/index.php/comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/5203-veja-asprincipais-diferencas-entre-os-governos-de-fhc-e-lula

#eleições2014

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Rodrigo Constantino se superou. Preciso acreditar que a voz dele e de Reinaldo de Azevedo não representa a voz de quem vai votar em Aécio. Se for, pare o mundo porque eu quero e vou descer!

Em sua última coluna, Constantino pede aos seus leitores (=quem apoia Aécio) que deixe de ouvir e ler, entre outros, Chico Buarque, o artista brasileiro conhecido mundialmente pela suas mais de centenas de canções, pelos seus livros, pelos prêmios jabutis que recebeu por eles e por que não? pela sua militância política que influencia parte de sua obra como todos já sabem. Constantino pede o boicote aos seus shows, teatros e livros! Qualquer cidadão reconhece os benefícios da leitura para nossa saúde mental, e se o livro for bom… a memória, a atenção, o raciocínio e tudo o mais agradecem. Mas não! Se Machado de Assis estivesse vivo e declarasse seu voto à Dilma (como certamente o faria) os eleitores de Aécio deveriam queimar seus livros! Esquerda caviar! Defende o bolsa-família e quer ganhar dinheiro? Não pode!

Pelamordedeos, que diabo de discurso de direita é esse? É isso mesmo? E é um discurso que supera o ridículo. Vejam o nível da imbecilidade constantina:

“O boicote é uma arma legítima dentro da própria liberdade de mercado. É simplesmente se recusar a colaborar com os artistas engajados. E posso garantir uma coisa, pois conheço bem esse pessoal: não há nada, absolutamente nada que os irrite mais do que ganhar menos dinheiro. São “abnegados”, “altruístas”, “igualitários”, e condenam a ganância (alheia), mas como gostam do tilintar das moedas de ouro em suas contas bancárias!”

Quem seriam os outros “artistas engajados”, quem seria ‘esse pessoal’ que temos que parar de ler, Constantino? Raduan Nassar (Você sabe, por um acaso, quem é o monstro Nassar?)? Ziraldo? Luis Fernando Veríssimo? Leonardo Boff? Laerte? Quem não devemos ouvir, Constantino? Paulinho da Viola? Beth Carvalho? Martinho? Nelson Sargento? Não devemos ir à peças de teatro onde trabalham Marieta Severo, Matheus Nachtergaele e Zezé Motta? Eu li direito essa budega? Fala sério!

E se para bom entendedor, como eu sou, um pingo é letra, presumo que queira que eu deva prestigiar os filmes de Alexandre Frota, certo? Devo ouvir, no lugar de Chico, Zezé di Camargo e a sua filha Wanessa, Chitãozinho e Xororó e Gian e Giovanni. Ah! Claro, Lobão. Vida vidá vida bandida. Devo assistir mais Luciano Huck e as novelas da globo? Vai sonhando. Pobre de quem dá ouvidos a esse homem. Pena dessas criaturas…

No mais, vale registrar, vamos ouvir Fagner, sim senhor porque ninguém aqui é maluco de misturar um pouquinho de macarrão com um porrão de macaquinhos.

Constantino, já te disse e repito, se ficar me dando munição assim perde a graça discutir com vocês. Até eu respeito e considero infinitamente mais a inteligência de muitos que vão votar em Aécio do que você. Vai ouvir “eu ligo o rádio e blá, blá, Blá, blá, blá, blá eu te amo!” e deixe-nos beber de fontes melhores em paz.

Fazfavor, sim?

#eleições2014

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Penso que muito dessa discussão política acontecendo no feicebuque está equivocada. Ao meu ver, não se trata de optar entre aqueles que fizeram o mensalão ou aquele que construiu aeroporto particular com grana pública e empregou parentes em seu governo. Não se trata de escolher o menos pior. O mais simpático. Quem lê ou não lê nos debates. Não se trata de escolher entre o azul e o vermelho, entre o bom e o mau, entre o que fala bem e a que fala aos trancos, entre o filhinho de papai a la Collor de Melo ou a guerrilheira.

Os ataques pessoais, ainda que sejam interessantes no contexto, são irrelevantes, para mim, na escolha; pois penso que se trata de escolher o modelo que o país deve seguir. Ou melhor, entre continuar diminuindo a desigualdade no Brasil ou frear esse processo para que outro se inicie beneficiando outras classes que não são as menos abastadas. Portanto, na escolha do candidato é imprescindível que se leia o projeto de governo de cada um e que se estude a viabilidade e as consequências de ser implantado tal projeto.

É disso que se trata o dia 26. Acho eu.

#eleições2014

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Eu fico me perguntando ao ler as postagens “dozinimigo” qual ditadura é essa que o PT quer instalar. Mas gente que diabo de ditadura é essa que demora mais de dez anos para ser instalada? E me explica como pode ser essa ditadura que mantém poderes independentes e uma Polícia Federal que nunca se prendeu e se investigou tanto na história? Que ditadura é essa minha gente que manda para a cadeia alguns de seus líderes? Que ditadura é essa que deixam xingar tanto os “ditadores”? Fala sério!

#eleições2014

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O Novo testamento em tempo de eleições 2014:

– É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. – Disse Jesus

– Mas e a meritocracia? – Esbravejou Aécio.
– Fora PT! – Gritou quem estava com boné e bandeira com o número 45.
– Eu aprendi a pescar! Tem que ensinar esse povo a pescar! – Urravam os de barriga cheia.

– Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. – Insistia Jesus.

– E o presidente nacional do PSDB que extorquiu a Petrobras e levou R$ 10 milhões e disse que o dinheiro seria usado para a campanha de 2010? – Perguntou um petista para um 45 pegando a deixa de Jesus.
– E o Eduardo Azeredo, ex governador de Minas, que diante da denúncia do procurador-geral da república que propôs 22 anos de cadeia e mais de dois milhões de reais em multa pelo escândalo do chamado “mensalão tucano”? – Perguntou outro petista.
– E o Clésio Andrade que foi vice-governador de Aécio, ao mesmo tempo sócio do famoso Marcos Valério também renunciou para fugir ao julgamento do STF? – Perguntou mais outro petista.

– Cala-te, e sai dele! – Orientou Jesus. E continuou. – Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu.

– Populista!
– Comunista!
– Vai pra Cuba!
– Fora PT!
– Tem que ensinar a pescar!

Gritavam os com boné e bandeira com o número 45.

– Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem. – Falou, mais uma vez, Jesus.

– Petralha!
– Fora PT!
– Se der infraestrutura, eu vou clinicar nos cafundó! Fora médico cubano! – Urravam os que estavam de jaleco branco.
– Tem que ensinar a pescar! – Gritou o economista podre de rico Marcelo Medeiros.
– Bolsa-família é esmola! – Gritou Aécio.
– Pobre não sabe votar! – Disse Fernando Henrique
– Só nordestino maldito vota na Dilma! – Tuitou @Brunosantiagoz
– Espero que nunca mais chova lá, seca para sempre! – Corroborou com Bruno @lovatoporra
– Por mim, separa o Nordeste do Brasil! – Disse o advogado Gustavo Zanelli.

– Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem. – Desistiu, por fim, Jesus de convencê-los.

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Sobre meu voto para governador do Rio de Janeiro:

Afirmo primeiramente que não tenho nada contra evangélicos. Mas sou radicalmente contra a bancada evangélica e vou lutar com todas as minhas forças para que ela diminua, pois não existe fé neutra e toda fé é cega por definição.

O homem, se pastor, pode estuprar, mas seu rebanho o defende como vimos acontecer com o safado do Marcos Pereira que alegava que sexo com ele curaria a alma lésbica. E as lésbicas ainda ficaram ao seu lado!, pra você ver… Considero, por essa e mais tantas outras que vemos, o movimento evangélico como um dos maiores perigos para a sociedade brasileira e para a laicidade do Estado por seu potencial fundamentalista. Vide Malafaia, Feliciano, Rodovalho, Macedo, R.R. Soares que alimentam a pior espécie de fanatismo religioso possível. Eles utilizam descaradamente as Escrituras Sagradas do modo como lhes convém, para interferir na Comissão de Direitos Humanos, para propor ou alterar leis e infringir as cláusulas pétreas da Constituição Federal. Ou seja, são sim uma ameaça para a nossa democracia, pois utilizam os locais públicos destinados à política para interesses próprios dessa “religião”.

E não são santos! Dos 73 integrantes na Câmara, 23 respondem a processo no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo os jornais. Há acusados de corrupção, peculato (desvio praticado por servidor público), crime eleitoral, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e estelionato!

Posso estar exagerando no meu medo, mas Malafaia disse ao microfone: “Nós declaramos que vamos tomar posse dos meios de comunicação, das redes de internet, do processo político, nós vamos fazer a diferença, vamos influenciar o Brasil com o evangelho de Jesus”. Fala sério! E o pior é que estão conseguindo mesmo!

Se Pezão fizer uma besteira seus eleitores conseguirão enxergar. Se Crivella fizer qualquer besteira, seus eleitores o apoiarão. É isso que temos visto. Vide Bolsonaro, Russomano, Feliciano e toda essa corja eleita. E é bom que se saiba que o número das bancadas religiosas em assembleias legislativas e câmaras municipais tem disparado. Nos últimos quatro pleitos, a bancada evangélica na Câmara passou de 44 para 71 deputados! E jogar aí dentro o testa de ferro de Edir Macedo? Seria prudente isso?

E antes que venham me dizer que a maioria do congresso sempre foi e ainda é católico, em verdade vos digo que eu nunca vi esses agirem como os parlamentares evangélicos que lutam descaradamente uivando aos sete ventos pela conquista de dividendos para as igrejas, a manutenção das leis de radiodifusão, a obtenção de pedaços de ruas para a construção de templos e a abertura dos cofres públicos a tais eventos. E nem vamos falar na criação de obstáculos à aprovação de projetos vistos como uma ameaça à família e aos bons costumes, entre eles os direitos LGBT!

Reforço: Nada contra evangélicos dentro das Igrejas. Mas em locais onde se defende o que é o melhor para a população, ah isso eu tenho tudo contra.

Voto em Pezão sem a menor alegria. Meu voto acima de tudo significará um voto de protesto contra essa forte ameaça que se instaura em nossa política.

Já basta tudo o que temos.

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Para aqueles que acreditam que Aécio, do PSDB, simboliza o fim da corrupção, uma dúzia de informações que acho que estão passando despercebidas por vocês:

1- O PSDB é o partido campeão na apresentação de candidatos vetados por terem ficha-suja. Mas e sobre os que não foram barrados no passado?

2- Eduardo Azeredo, ex governador de Minas, diante da denúncia do procurador-geral da república que propôs 22 anos de cadeia e mais de dois milhões de reais em multa pelo escândalo do chamado “mensalão tucano”, resolveu renunciar ao mandato de deputado federal para não ser julgado pelo STF.

3- Clésio Andrade que foi vice-governador de Aécio, ao mesmo tempo sócio do famoso Marcos Valério também renunciou para fugir ao julgamento do STF.

4- A esposa do Clésio Andrade, Adriene Andrade, foi por Aécio indicada , com os protestos devidos do Ministério Público, para o cargo de conselheira de Tribunal de Contas do Estado de Minas, chegando a presidi-lo. Como já era de se esperar, ela virou ré em processos sob a acusação de fraudar licitações e responde a várias ações cíveis e inquéritos policiais por supostas irregularidades administrativas quando foi prefeita de Três Pontas (2001/2004).

5- Zezé Perrela, senador de confiança de Aécio, é sócio de uma empresa que teria feito contratos sem licitação com o governo do estado. A Justiça de Minas Gerais determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador. A juíza responsável pelo caso, entendendo que medidas solicitadas pelo Ministério Público deviam ser aceitas para garantir a investigação do processo instaurado e o eventual ressarcimento aos cofres públicos determinou que os cartórios de Registros de Imóveis e o Detran fizessem o bloqueio dos bens até o limite de R$ 14,58 milhões, valor dos desvios apontados na denúncia.

Diga-se de passagem que a pista de pouso e decolagem construída durante o governo de Aécio no Centro-Oeste mineiro, em um terreno que pertenceu a fazenda do tio avô do candidato tucano fica distante 14 quilômetros de Sabarazinho, um povoado de Itapecerica, também no Centro-Oeste Mineiro, onde o helicóptero da empresa Limeira Agropecuária, da família do senador Zezé Perrela, fez uma parada para reabastecimento carregado com 445kg de pasta base de cocaína, em novembro do ano passado. Detalhes, detalhes…

6- O tucano Carlos Mosconi, o deputado e um dos fundadores do PSDB assumiu pela quarta vez consecutiva a presidência da Comissão de Saúde do Parlamento mineiro. Vamos a ele: médico de formação, Mosconi é idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas, no sul do estado. Segundo uma investigação da Polícia Federal, Mosconi que está envolvido na “Máfia dos Transplantes”, chegou a encomendar um rim para o amigo de um prefeito da cidade mineira de Campanha. A cuja denúncia dessa máfia levou a prisão de vários médicos ligados ao deputado.

7- O ex-procurador-geral de Justiça, ou melhor, o “indeferidor geral da república em Minas”, Alceu José Torres Marques, cuidou de arquivar pessoalmente duas representações do Movimento Minas Sem Censura contra Aécio e Andrea Neves. Ambas tinham como foco a época em que Aécio era governador (2003 a 2010) e Andrea comandou o Núcleo Gestor de Comunicação Social do Governo. Durante esse período, ela destinou dinheiro de estatais mineiras e da administração direta estadual para a rádio Arco-Íris e em outras empresas de comunicação da família Neves. Em Minas Gerais, como é fácil se ver, Aécio e Andrea, sua irmã, são blindados por todos os lados. Denúncias feitas contra ambos em 2011 e 2012 nunca foram investigadas, inclusive pelo Ministério Público do Estado. Por que será?

8- Sobre ter tudo esclarecido o que fez o candidato Aécio? Nos doze anos de governos tucanos, foram sepultadas na origem as propostas de CPI sobre
a – a Rádio Arco-Íris (de propriedade de Aécio e de sua irmã, que recebiam verbas do estado),
b- sobre o desvio de verbas constitucionalmente previstas para a saúde,
c- sobre o desvio de verbas constitucionalmente previstas para a educação,
d- sobre o chamado Aecioporto de Cláudio,
e- sobre o desvio de recursos do IPSEMG- FUNPEG,
f- sobre a construção do Mineirão,
g- sobre desvio de recursos na construção da Cidade Administrativa.
h- como presidente da Câmara em 2001, durante o governo FHC, conseguiu retirar assinaturas de uma CPI a ser aberta pela oposição para investigar os numerosos e ruidosos escândalos da Era FHC. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, foram gastos 27 milhões de reais para irrigar os congressistas insatisfeitos e evitar a CPI.

Aliás, bom saber, no governo de FHC, a Procuradoria-Geral da República tinha a tristemente famosa postura de “engavetar” tudo que pudesse responsabilizar o governo tucano, a ponto do então procurador, Geraldo Brindeiro, nomeado por FHC, ganhar o apelido de ‘engavetador-geral’ da República. Na presidência da Câmara, o então deputado Aécio Neves, não ficava para atrás. Todas as tentativas da oposição de abrir CPIs que pudessem atingir o PSDB eram barradas pela maioria governista da época, com a participação ativa de Aécio nas articulações.

9- O que dizer sobre Marconi Perillo, atual governador do PSDB apóia Aécio dizendo em campanha “Abaixo a inflação, corrupção e a indecência. Aécio é a solução para o Brasil”? Seu primo, Marcelo Perillo, foi acusado pelo Ministério Público de superfaturar a venda de remédios para o governo. Fora isso, as investigações da Polícia Federal detectaram dois contatos diretos entre Perillo e Cachoeira sobre o famoso “caso Cachoeira”. Os grampos da Operação Monte Carlo indicam também que Cachoeira controlava indicações políticas no governo de Goiás, do tucano Marconi Perillo. Um relatório mostra que um dos pontos de contato de Cachoeira com o governo era a chefe-de-gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro, que teria repassado ao contraventor informações sigilosas sobre investigações policiais. Entre outras questões nebulosas que ligam o governador ao contraventor está a venda de uma casa de Perillo em um condomínio de luxo de Goiânia. Foi nesse imóvel que Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

10- Vamos para o Rio Grande do Sul dar uma olhada em Yeda Crusius, ex-governadora do PSDB. Ela teve que responder a processo com base na Lei de Improbidade Administrativa, na Justiça Federal de Santa Maria (RS). A ex-governadora foi acusada de desviar R$ 44 milhões no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) gaúcho entre 2003 e 2007. Outras oito pessoas também estão envolvidas no desvio e respondem a ação na Justiça Federal. Os líderes dessa maracutaia investiram pesado na formação de opinião pública favorável bancando anúncios publicitários. Um lobista do PSDB acusado de integrar a máfia disse que vários colunistas da mídia comercial foram pagos com o dinheiro do esquema ilícito.

11- Vamos a SP agora. Falemos de Alckmin. Está em tramitação o processo contra o desvio bilionário de recursos dos trens e metrôs de São Paulo, envolvendo os governos Covas, Serra e o próprio Alckmin. Não adiantou impedir os pedidos de cinco CPIs na Assembléia Legislativa: a denúncia surgiu na imprensa internacional a partir da delação premiada das empresas Alston e Siemens. E nem é bom pensar no TCE paulista: lá também o conselheiro Robson Marinho, tucano feito milionário com contas abertas na Suíça, resistiu mas teve que deixar o cargo. Há 20 anos, desde Mário Covas e mantido pelos governos de José Serra e Geraldo Alckmin, o esquema envolve volumosas cifras pagas em propinas por aproximadamente 11 transnacionais, além do desvio de dinheiro público das obras do Metrô e da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM). Ademais, informações recentes de um inquérito realizado na França apontam que parte da verba movimentada nas fraudes seria para manter a base sólida do esquema no Brasil, formada pelos governadores tucanos, funcionários de alto escalão do governo, autoridades ligadas ao PSBD e diversas empresas de fachada montadas para atuar na trama. Dessa forma, o financiamento de campanhas eleitorais aos governadores do PSDB foi constante desde o início da fraude na tentativa de manter a homogeneidade do esquema ilícito.

12- E sobre um dos intocáveis pela grande mídia Fernando Henrique Cardoso? Vocês sabiam que assim que assumiu a Presidência da República, o presidente Fernando Henrique Cardoso extinguiu a CEI (Comissão Especial de Investigação) criada por Itamar Franco para apurar denúncias de irregularidades no governo federal? A comissão foi extinta deixando sem conclusão pelo menos 15 inquéritos. A comissão apurou, por exemplo, que o DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) pagava 40% a mais por obras de recuperação e construção de estradas. A comissão levantou outras irregularidades. No Ministério da Educação, ficou inconcluso um levantamento sobre superfaturamento em Caics (Centros de Apoio Integral à Criança). Já no Ministério da Saúde, ficou por ser concluída a investigação de irregularidades na liberação de medicamentos. Seria enfadonho rememorar aqui todos os escândalos da Era FHC mas o que era comum a eles é que nenhum resultou de uma ação de investigação do próprio governo, que não estabilizou Ministro da Justiça, que tinha a Polícia Federal sucateada e um Procurador-Geral “engavetador”. Abaixo, segue o link em que consta mais tantos outros escândalos.

Enfim, nessa “jornada ética para salvar o Brasil da corrupção”, citei apenas alguns nomes dessa galera animada em mudar o Brasil. Gritar Fora PT! Chega de corrupção!, e eleger Aécio, diante dessa lista que não se esgota aqui, é uma atitude coerente?

Fontes:

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/psdb-tem-o-maior-numero-de-barrados-pelo-ficha-limpa

http://whotalking.com/picasa/Governo+FHC

http://jornalggn.com.br/noticia/clesio-andrade-e-procurado-pela-policia-em-desvio-de-dinheiro-do-sest-senat

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u86828.shtml

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/02/25/irmao-do-senador-zeze-perrela-e-denunciado-por-corrupcao-em-minas.htm

http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/127831/Justi%C3%A7a-bloqueia-bens-de-Zez%C3%A9-Perrella-e-filho.htm

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/e-quem-ficara-no-lugar-de-itamar-no-senado-zeze-perrela-investigado-por-evasao-de-divisas-lavagem-de-dinheiro-e-enriquecimento-ilicito/

http://www.megacidadania.com.br/bomba-aecioporto-e-a-cocaina-dos-perrela/

http://www.viomundo.com.br/denuncias/leandro-fortes-tucano-carlos-mosconi-um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira.html

http://www.viomundo.com.br/denuncias/caso-aecio-e-constitucional-o-governador-contratar-empresa-sua-e-da-sua-familia.html

http://soldadonofront.blogspot.com.br/2014/08/aecio-um-dos-intocaveis-do-psdb-minas-e.html

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/plenos-poderes/dilma-e-o-pt-vao-enfrentar-globo-policial-acusa-aecio-ele-e-amigo-da-turma-helipoptero/

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2014/10/aecio-forca-campanha-com-petrobras-mas-abafou-cpi-do-naufragio-da-plataforma-p-36-5393.html

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/04/aecio-neves-e-carlinhos-cachoeira-senador-tucano-ajudou-prima-do-bicheiro.html

http://veja.abril.com.br/infograficos/rede-escandalos/perfil/marconi-perillo.shtml

http://jornalggn.com.br/noticia/ex-governadora-yeda-crusius-respondera-por-fraude-administrativa

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Yeda-Crusius-e-a-corrupcao-na-midia/4/14068

http://www.brasildefato.com.br/node/14462

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1525237-em-debate-alckmin-e-atacado-por-corrupcao-em-licitacoes.shtml

http://www.istoe.com.br/reportagens/315089_O+ESQUEMA+QUE+SAIU+DOS+TRILHOS

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2308200012.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1001.htm

http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas/2004-e-2003

http://www.consciencia.net/brasil/03/cardoso.html

http://fraudefgts.blogspot.com.br/

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Apos-o-cacador-de-marajas-o-cacador-de-corruptos-/4/31974

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Devemos parabenizar o projeto de associar o PT à corrupção. Mas é importante saber que isso foi um projeto, certo? Não que não tenha havido corrupção neste governo, falo sobre a associação que muitos fazem, agora, naturalmente entre somente um partido e uma atitude e que devido a essa associação acreditam que Aécio, do PSDB, marcará o fim da corrupção no país.

Temos um forte “jornalismo”agressivo, arrogante, marcado pelo desrespeito sistemático à figura da presidente e a qualquer protagonista, autoridade, leitor comum ou fonte que a ela não se submeta. O meta-sentido construído por essa narrativa é o de que o governo PT é o mais corrupto da História do Brasil é incompetente, trapalhão, só tem alto índice de aprovação porque o povo é ignorante ou se deixa levar pelo bolso, não pela cabeça.

Levantam como principal bandeira o repúdio à corrupção. Todos se mostram profundamente chocados com o uso de caixa dois pelo PT, o partido que se fazia de virtuoso. Mas, como quase todo moralismo em política, trata-se de mais uma modalidade de falso moralismo porque sequer mencionam o valerioduto dos tucanos, onde tudo de fato começou, e mais recentemente o escândalo do Detran de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, onde tudo continua.

Vamos ao projeto que mencionei acima: desde o primeiro dia do governo Lula, a Globo ignorou solenemente sua advertência, transmitida aos Marinho, de que não toleraria jogo sujo. Quando foi revelada, em fevereiro de 2004, a propina recebida dois anos antes por Waldomiro Diniz, sub-chefe da assessoria parlamentar da Casa Civil do governo Lula, a Globo vislumbrou a oportunidade de uma ofensiva de caráter mais estratégico: cortar o barato do petismo. Com esse objetivo, mudou o modus operandi de seu jornalismo político.

Logo depois das denúncias de Roberto Jefferson, criou uma central de operações unificando as coberturas de política da TV, CBN e jornal O Globo sob o comando de Ali Kamel, que para isso se deslocou para Brasília. Em quase todas as campanhas eleitorais os grandes jornais criam uma instância adicional de decisão sob o comando de alguém de confiança da casa, que passa a centralizar toda a cobertura política. A central coordenada por Ali Kamel em Brasília reflete essa passagem de um jornalismo normal para um de campanha, apesar de não estar em curso uma campanha eleitoral.

A central de Brasília, dizem os jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de “gabinete de crise” com líderes da oposição. Vários jornalistas faziam parte da operação, cada um encarregado de uma “fonte” da oposição. Tinham a ordem de repercutir junto àquela fonte, todos os dias, falas e acusações, matérias do dia anterior, entrevistando sempre os mesmos protagonistas: Heloísa Helena, ACM Neto, Gabeira, Onix Lorenzoni. No dia seguinte, os jornais davam essas falas em manchete, como se fossem fatos. Assim surgiu todo um processo de construção de um relato da crise destinado a se tornar a narrativa dominante e única.

E assim, fica fácil entender porque muitos acreditam que Aécio, do PSDB, simboliza o fim da corrupção. Essa mídia que nos bombardeou de forma propositadamente repetitiva com as informações acima mencionadas e mais tantas outras, pouco ou nada falaram, por exemplo de tantos outros casos de corrupção no país, como por exemplo, os que cito em duas postagens:

https://www.facebook.com/elika.takimoto/posts/880346521975772.

https://www.facebook.com/elika.takimoto/posts/874167399260351

Há verdade em tudo o que foi mencionado pela grande mídia, mas há também outras inúmeras verdades em muito do que foi omitido. Podem votar em Aécio à vontade, mas não dizendo que vamos limpar o Brasil desse mal que é a corrupção. Não sejamos ingênuos a esse ponto, ok?

Algumas fontes: http://www.teoriaedebate.org.br/materias/sociedade/o-governo-lula-e-batalha-da-comunicacao

http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/mensalao-a-reportagem-que-desvendou-o-erro-grosseiro-do-stf/

http://saraiva13.blogspot.com.br/2012/03/globo-ignora-esforcos-anti-corrupcao.html

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/09/piada-pronta-revista-veja-ensina-como.html

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Discussões sobre política nas redes sociais, especialmente a respeito das eleições, têm causado consequências diretas na vida real de algumas pessoas. Amigos d estão brigando, excluindo um ao outro do convívio pela internet e, nos casos mais graves, até da relação pessoal.

Eu sou a favor de debates desde que sejam muito bem fundamentados. Sempre gostei de ouvir quem pensa diferente de mim porque são esses que me tiram da zona de conforto me fazendo refletir. Mas o que tem acontecido por aqui não é bem isso. As pessoas discordam, não querem discutir no bom sentido da palavra, mas fazem questão de dizer coisas nos comentários como “não acredito que você tão inteligente pensa assim”, “estou decepcionado com você”, “escreve tão bem mas fala tanta merda”… Sou obrigada a ouvir isso como se estivesse no meu estatuto de cidadã que devo agradar a todos porque escrevo.

Percebo que tenho é decepcionado gente por aqui viu. Mas grazadeus os amigos mesmo de longa data permanecem e muitos outros também. Acredito que deveríamos adotar uma regra de etiqueta básica aqui em tempos de eleições onde todos podem e devem se expressar. Se você discorda de alguém, vá para sua página e discorde lá, nunca embaixo do post da outra pessoa. Penso que essa regra tão simples pouparia muitos desafetos.

No meu caso que tenho muuuuita paciência, se discordar de mim, pode se manifestar, mas fundamente sempre seus argumentos e esteja disposto a debater. É um prazer sempre ouvir desde que tenha algo de fato e com sustância para acrescentar. Combinado?

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É preciso amar as pessoas como se não houvesse eleição porque se você parar
pra pensar: a verdade não há.

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Para quem vai votar em Aécio porque diz que o Bolsa-Família é esmola e a solução é emprego saiba que o candidato prometeu, se eleito, que vai aumentar o benefício para que o menor benefício seja equivalente a US$ 1,25 diários por pessoa.

“US$ 1,25 per capita por dia é o valor mínimo estabelecido pela ONU para que se esteja fora da linha de pobreza absoluta. O mínimo que podemos fazer é estabelecer esse valor, para garantir condições de dignidade à população”, afirmou Aécio (!).

Então, vejamos e calculemos: hoje temos R$ 1,7 bilhão gastos com o Bolsa Família por ano que chegará a R$ 2,7 bilhões em 2015 com o reajuste concedido pela presidente no começo do mês, que elevou de R$ 70 para R$ 77 o valor mínimo recebido pelos beneficiários. Assim que o anúncio foi feito, Aécio Neves veio a público dizer que o valor deveria ter sido reajustado para R$ 83.

Ou seja, no passado, era uma “bolsa esmola” que “estimula a preguiça” e é “dado para vagabundo que não quer trabalhar”. Hoje, dado sucesso inegável do programa Bolsa Família, o PSDB também advoga um reajuste ainda maior que os 10% anunciados pela presidente Dilma em tom de campanha antecipada. Interessante, não? Vai vendo.

E quanto à autoria do projeto? Sim, de fato, o embrião do Bolsa Família, o Bolsa Escola foi implantado em 2001, penúltimo ano de mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No ano seguinte, outros projetos foram lançados, como o Auxílio Gás e o Cartão Alimentação, administrados por diferentes ministérios. Faltando quatro meses para a eleição presidencial, FHC anunciou o Cartão Cidadão, unificando todos os programas de transferência de renda por meio de um cartão magnético que pretendia pular de 1,7 milhão para 9,3 milhões o número de famílias beneficiadas. Assistencialismo? Populismo? Mas tudo bem, seja o que for
ninguém nega que houve isso no governo FHC. Pode-se até, diante do que foi dito, dizer que o Bolsa Família é a continuação dos programas do FHC. Um exagero dado a diferença no plano de ação e no foco nos dois governos, mas entendo quem afirma isso.

O que fica complicado de entender é que os mesmos que conclamam a autoria do projeto ao governo FHC, assim que foram para a oposição, começaram a chamar o programa de assistencialista, coisa que seus eleitores cismam em repetir como todos já devem ter lido e ouvido. E agora prometem aumentar o benefício nas campanhas eleitorais. Ah! e se esquecem sempre de mencionar que foi Lula quem colocou o ‘fim da miséria’ como prioridade nacional e prometeu diminuí-la radicalmente em seu governo. Fato esse, como noticiam os jornais internacionais, acontecido em seu governo, sim senhor.

Interessante, não?

Fontes: http://g1.globo.com/bahia/eleicoes/2014/noticia/2014/08/aecio-promete-reajustar-bolsa-familia-para-reduzir-pobreza-no-nordeste.html

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-05-16/defendido-por-aecio-neves-bolsa-familia-ja-foi-taxado-de-bolsa-esmola-pelo-psdb.html

http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/08/22/interna_politica,561521/aecio-promete-dar-aumentos-pontuais-no-bolsa-familia.shtml

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2014/05/28/comissao-aprova-projeto-de-aecio-sobre-bolsa-familia-governo-critica.htm

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/07/aecio-neves-promete-manter-bolsa-familia-e-mais-medicos.html

http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/05/bolsa-familia-polemica-em-torno-da-proposta-de-aecio-neves/

http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,base-aliada-tenta-adiar-proposta-de-aecio-sobre-bolsa-familia,1132033

http://noticias.r7.com/eleicoes-2014/bolsa-familia-e-politica-que-vem-para-ficar-diz-vice-de-aecio-12092014

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-08/em-salvador-aecio-promete-bolsa-familia-com-u-125-diario-por-pessoa

http://www.vermelho.org.br/noticia/249825-1

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– Vai votar em Aécio por que?
– Fora PT!
– Sim. Mas me explique.
– FORA PT!
– Ok. Mas qual o argumento?
– FORA PT!!!

Com raríssimas exceções, assim tem sido comigo.

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Levy Fidelix e Bolsonaro com quase meio milhão de votos, sendo que o último está eleito, Malafaia 150 mil votos, eleito também, Crivella com mais de um milhão e meio de votos disputando o segundo turno do governo do Rio com Pezão, Alckmin eleito governador de São Paulo com mais de dez milhões de votos, José Serra senador de SP, Tiririca o segundo deputado federal mais votado… Cara, o gigante acordou, deu uma cagada básica na urna e continua meio desarranjado andando por aí.

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Votei pela reeleição de Dilma porque o meu critério na escolha do candidato foi, principalmente, saber o quanto o candidato está comprometido com os interesses das classes menos favorecidas, e quão capaz será ele e os partidos políticos que o apoiam atender a esses interesses promovendo a diminuição da desigualdade em meu país. Por isso, a despeito de ter gostado muito da Luciana Genro, penso que não é ainda a vez dela.

Votei pela reeleição de Dilma porque pela primeira vez em minha sala de aula tive alunos pobres e muito pobres que não tinham dinheiro nem para tirar uma xerox, alunos que jamais teria se não fosse pela política das cotas. Alunos esses que me encheram de orgulho e que provaram que capacidade intelectual nada tem a ver com falta de base – problema este que muitos professores trataram de resolver com a dedicação que a profissão confere.

Votei pela reeleição de Dilma porque a partir de 2002, com Lula e seus aliados ligados às bases da sociedade, fez-se, pela primeira vez, uma revolução democrática e pacífica no Brasil. Revolução essa que significou transformações capazes de atender as aspirações das grandes maiorias que nunca foram atendidas devidamente.

Votei pela reeleição de Dilma não somente pelas muitas políticas sociais que são do conhecimento geral. Estas ficaram visíveis nas multidões que começaram a usufruir daqueles benefícios mínimos de uma sociedade moderna. Tal fato correu mundo e serviu de ponto de referência para outros países. Mas também pelas várias universidades federais criadas em todo o pais e as dezenas de escolas técnicas e cursos profissionalizantes que habilitaram milhões de pessoas. Essa política de educação deve continuar.

Votei pela reeleição de Dilma porque percebi muito bem a quem o governo desagradou e olhei para os lados e vi que ninguém (dos menos favorecidos) piorou nesses anos de governo.

Votei pela reeleição de Dilma porque o discurso do adversário (vide postagens nessa rede social), não de todos mas da maioria, são discursos que conclamam o ódio, que ofendem pessoas como eu chamando, de forma generalizada (os que votam em Dilma), de burros e imbecis. Posso ser burra, mas o discurso que eles usam para me atacar e aos meus semelhantes partidários é que há de se melhorar a base nas escolas e não dar esmola como cotas e bolsas-famílias. Só não me dizem efetivamente como. Imbecil posso ser também, mas quem assim me ofende nessa rede se esquece de que “quem tem fome tem pressa” e que entre o ensino básico e o final do médio temos aí alguns quase dez anos e que a vida do pobre também é uma só.

Meu voto foi totalmente consciente e longe de acabar minha parte por aqui. Seja lá quem for o presidente eleito, continuarei brigando para que meu país continue sendo um exemplo pelo mundo no que tange à desigualdade social e ao combate á fome. Esta conquista histórica não podemos perdê-la de jeito nenhum. Há que consolidá-la e aprofundá-la. Claro que há muito o que melhorar e portanto, votei com vontade e alegria pela reeleição de Dilma.

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Carta aberta a Reinaldo Azevedo

Prezado Reinaldo,

Adorei sua última coluna na Veja defendendo o candidato Levy Fidelix que no último debate abusou dos ouvidos de todos os bons brasileiros. Adorei! Tanto que estou compartilhando os seus argumentos hoje aqui no meu perfil.

Bom, todos sabem que Levy Fidelix andou proferindo frases pelas quais está sendo acusado de estimular a homofobia no último debate dos presidenciáveis. A despeito do Brasil ter sido retirado pela primeira vez do mapa da fome, foi a postura dele que deu tanto ibope na rede. Como você próprio, Reinaldo, destacou, para quem não viu ou leu, eis algumas das antológicas proposições do candidato: “dois iguais não fazem filho”;. “aparelho excretor não reproduz”; “como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui, escorado (?), com medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto.”; “que façam um bom proveito se quiserem fazer de continuar como estão, mas eu, presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está, mas estimular, jamais!, a união homoafetiva”.;“esses que têm esses problemas, que sejam atendidos no plano afetivo, psicológico, mas bem longe da gente, porque aqui não dá”.

E a seguir, meu caro Reinaldo, você diz: “Trata-se de um apanhado de bobagens? Não resta a menor dúvida. Mas há crime? Ora, tenham a santa paciência!”. E continua, para meu total deleite: “Observem que ele nem mesmo diz que pretende mudar a legislação se eleito. Apenas assegura que, se presidente fosse, não estimularia a união homoafetiva. Cadê o crime? Fidelix também entende que sexo tem como fim a procriação. Eu acho que ele está errado, mas me parece que tem direito a uma opinião, não é mesmo?”.

O meu deleite em ler tudo isso, meu caro, é que você representa essa revista da qual eu tenho nojo. Tenho escárnio pelo trabalho que vocês fazem conjuntamente que dizem ser jornalismo. Ver o meu inimigo me dando munição assim fácil é bom demais. Bom demais! É ótimo até para que todos que compartilham seus textos por aqui na rede saibam quem, de fato, você é.

Reinaldo, vou te ajudar: você como “jornalista” deveria saber que o direito ao livre exercício de pensamento e o direito à liberdade de expressão são garantidos pela Constituição. Isso, porém, não legitimiza ninguém a incitar à violência porque, meu lindo, isso pode trazer consequências mais graves à vida de outras pessoas, sabia? E há também o direito de qualquer cidadão de preservar a sua integridade física, psicológica e de ser livre para fazer a opção sexual que melhor lhe agradar.

Daí você nos pergunta: “A fala de Fidelix é imbecil, sim, mas é criminosa?”. Sim, Reinaldinho do meu coração. Sabe por que? Porque alimentam a intolerância, o ódio, a discriminação. No mais, você não destacou uma fala importante de Fidelix que é a prova do crime, sim senhor, que ele cometeu, mas eu o faço: “Vamos ter coragem! Nós somos maioria! Vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los!”. Voltamos à época da Inquisição? Entenda, Reinaldo: o exercício da liberdade de expressão pressupõe responsabilidade. Não há crime em declarar o que pensa, mas a forma como se faz isso faz total diferença. Daí, você como “jornalista” vir publicamente e defender o direito de se expressar dessa forma tal como Fidelix fez ao invés de ajudar nosso país a buscar uma convivência mais harmoniosa, mostra bem qual é o seu conceito de civilidade. Eu já sabia, mas agora acho que, depois dessa, quem compartilhar seus textos está ajudando a divulgar essa sua opinião, a dizer, que é lícito conclamar as pessoas para desrespeitar ainda mais aqueles vistos como diferentes.

Mas o que foi mais legal, Reinaldo, o que eu adorei mesmo foi você ter se perguntado “É a única tolice que afirmou nessa campanha? Não!”, daí criticou Luciana Genro, mas claro, disse que a maior imbecilidade foi dita pela atual presidente que “pregou a negociação com terroristas”. E termina quase me fazendo soltar fogos dentro de casa: “Até que alguém me prove o contrário com a Constituição nas mãos, um brasileiro é livre para fazer digressões sobre o aparelho excretor ou para dizer que, se eleito, não promoverá o casamento gay. Já o presidente da República Federativa do Brasil NÃO É livre para pregar a negociação com terroristas”. O seu argumento, caro Reinaldo, foi porque ela disse que o conflito entre Israel e Palestina “deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo”. “Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados – Palestina e Israel – vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. Mas, em momento algum, você foi capaz de dizer que no discurso da ONU, pelo qual foi aplaudida de pé, ela disse: “Nós repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois lados. E, além disso, não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas as agressões. E inclusive acha que o Conselho de Segurança da ONU tem que ter maior representatividade, para impedir esta paralisia do Conselho diante do aumento dos conflitos em todas as regiões do mundo”.

Para finalizar, a cereja do bolo foi me dizer que Dilma quer conversar, negociar, trocar figurinhas com aqueles “que cortam cabeças e praticam fuzilamentos e estupros em massa”. Tive que vir a público, eu também, agradecer-lhe por essa iguaria e compartilhar com todos meus amigos o seu discurso.

Com um inimigo intelectual como você, confesso, perdeu até um pouco da graça agora. Mas… continue, Reinaldo. Estou adorando!

Atenciosamente, muuuito atenciosamente sempre

Elika Takimoto

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Eu que sou ateia por parte de pai, vendo muitos como eu se posicionando contra religião, venho dar minha modesta opinião sobre o triste ataque terrorista em Paris.

Primeiramente, muitos muçulmanos já se manifestaram contra o ataque. Não se deve tomar a parte pelo todo. Esses extremistas não representam a maioria, pelo que tenho lido.

Entendo que religião não define caráter e muito menos capacidade intelectual. Quem tem fé tem algo a mais do que quem não tem, e não a menos, assim sinto. Se não consigo crer em nada isso é um problema meu, não uma virtude. E se respeito é bom, que seja de ambos os lados. Repudio, quando o faço, a atitude de líderes religiosos que usam seu rebanho para outros fins que, a meu ver, não são nada cristãos. A religião, em si, quando não serve de antolhos para outras conjeturas, em nada me incomoda se a pessoa que a segue não quiser me impôr suas ideias sem aceitar a responder ou discutir elegantemente todos os meus questionamentos.

No entanto, que qualquer atividade que ative a reflexão seja acima de tudo, esta sim, idolatrada e divinizada por todos independente do credo. Que se ataquem ideias, jamais pessoas. Essa é, acho eu, a essência da liberdade e do progresso do pensamento. Confundir ideias com pessoas é um erro grave, explico: matar pessoas achando que morre com elas as ideias é uma burrice sem tamanho.

Por fim, seres humanos com AK-47 na mão não são religiosos e sim um bando de imbecis. E quem está falando mal de religião vendo essa minoria que comete esse tipo de atrocidade tem que ler o que a maioria deles tem falado sobre o ataque. Tomar a parte pelo todo também não resolve muita coisa, pelo contrário, ajuda mais ainda a disseminar mais ódio no nosso pobre planetinha. Já não temos o bastante?

‪#‎JeSuisCharlie‬ et ‪#‎JeSuisAteia‬

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4 comentários em “Opiniões

  1. Élika, não vou votar em você. Não moro no Rio, infelizmente. Mas, eu a parabenizo pela sua determinação em escolher trilhar o caminho mais difícil. Mas, a política, a boa política, a Política com P maiúsculo se faz com gente de caráter, que tem empatia pelo povo, que se guia pela ética, que chora pelos desvalidos. Sei o quanto é difícil deixar a sala de aula. Também sou professora. Mas o povo precisa de representantes com a sua performance. Eu lhe desejo sucesso nesta sua nova caminhada com o Partido dos Trabalhadores. Abraços
    Marta

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