Diário de Viagem. 3º dia no Chile

Para ver as fotos com mais nitidez basta clicar em cima delas, ok?

Tiramos o terceiro dia para conhecer Valparaíso. Pegamos um ônibus, ficamos uma hora e meia dentro dele e soltamos na rodoviária. Lá chegando, havia vááárias pessoas de agências de turismo nos oferecendo passeios, mas se você leu as postagens anteriores já sabe que não gostamos de ser guiados. O que curtimos é camelar, andar, pedalar e descobrir esquinas, vilas e buracos novos que nem os guias sabem que existem. Valparaíso por guias de viagem se conhece em duas horas. Passamos o dia inteiro ali e achei que foi pouco. O lugar tem uma personalidade e tanto.
À primeira vista, a cidade assusta. O lugar é caótico, cheio de prédios caindo aos pedaços, feiras barulhentas, fedorentas…
Mas logo logo a magia começa a aparecer. Valparaíso é uma cidade portuária e nos reserva grandes surpresas para quem tem paciência de desvendar os seus segredos e de entender como aquilo ali se tornou Patrimônio da Humanidade, aquele título dado pela Unesco para cidades charmosas. 
Primeiramente, eu queria ver o Pacífico. Esse momento, apesar de ter visto o mar centenas de vezes, foi para mim muito especial por esses motivos que a gente não consegue explicar e que são revelados pelo silêncio que fazemos quando no deparamos com algo surpreendente. 
Ok. Não vou mentir. Não sou mulher dada aos silêncios. Gritei e pulei de alegria! Nelso, o Pacífico! O Pacífico, Nelso! Nelso!!!!! As focas!!!!! Tira uma foto aqui, Nelso!!!!!
Eu tirei uma foto panorâmica com a minha maquineta para tentar captar a ideia do que vem a ser Valparaíso visto do porto.
Vejam vocês os cerros (morros) ali atrás. Valparaíso é formado por 45 cerros, cada um tem uma visão particular e seus encantos. Há funiculares centenários, um tipo de trem da época medieval, sabe?, para subir e descer de cada um desses morros. As ruas ali são estreitas e, meodeos, como são cheias de beleza… Um convite para andar o dia inteiro! Mas antes de tudo, quer dizer, logo depois de vermos o Pacífico e foca feliz sem que precisássemos ♫♪ por uma bola em seu nariz ♫♪, queríamos conhecer a ‘outra’ casa de Neruda: a La Sebastiana
No primeiro dia de viagem visitamos a La Chascona, uma das três casas do poeta que fica em Santiago e toda a minha péssima impressão foi registrada quando narrei a nossa visita aqui. Para conhecer La Sebastiana tivemos que pegar um ônibus  hiper maneiro porque a casa fica beeeeeeeem lá no alto do Cerro que já me esqueci o nome.
Estava na esperança de mudar de opinião sobre Neruda, mas qual o quê. A casa dele em Valparaíso é mil vezes pior do que a La Chascona! As fotos do interior da casa eu peguei dos zoto porque dessa vez eles avisaram com placas com um xizão vermelho em cima de uma máquina fotográfica a maneira que deveríamos nos comportar. Dessa vez nem deu para fingir que não entendi a língua.
Essa casa foi muito mais nauseante do que a de Santiago. Mas só indo lá para entender o que estou falando e se dar conta do que vem a ser os lares excêntricos de Neruda e da paradoxal falta de poesia em vários cantos daqueles labirintos. Tirei foto do lado de fora e da paisagem que se vê dali. A vista, como de qualquer cerro de Valparaíso, é  show de bola em jogo de vôlei no maracanazinho.
Saindo de lá e seguindo as dicas do blog “Viagem na Viagem” fomos fazer o que fazemos de melhor quando viajamos: bater perna. E daí, aquilo que disse lá em cima, ou seja, que Valpo nos reserva grandes surpresas rapidim elas foram se revelando. A cada passada, a cada virada de esquina um tipo de mágica acontecia. No Cerro Alegre e no Cerro Concepción, onde só os turistas mais bacanas se aventuram, estão espalhadas as mais bem-conservadas casas coloridas de zinco e que foram tombadas como patrimônio da humanidade pela Unesco. 
É tipo o Caminito de Buenos Aires só que muito maior e com gente morando neles! 
Piramos com essas casas feitas com placas de zinco coloridas, com as cores por todos os lados. Muuuuuito legal. Cada canto dava vontade de fotografar, mas acho que juntando essa seleção aí em cima com a outra aí embaixo dá para ter uma noção da vivacidade de Valparaíso.
Parada para o almoço no Cocina Puerto. O restaurante é elengantééééérrimo e todo feito de lixo dozoto. Não havia uma cadeira igual a outra e as mesas eram feitas de portas de janelas e estrados velhos de cama. Por incrível que pareça, giga charmoso. Interessante como a beleza emerge de determinadas combinações, não?
E dá-lhe bater pernas e ver coisa legal!
Lá em cima de um cerro que me esqueci qual é tem o Museu de Belas Artes (esse casarão branco bonito da sequência de fotos acima) e era muito comum andar por aquelas ruas e se deparar com artistas tentando capturar parte daquela paisagem (foto das duas meninas). As placas das vias de evacuação (como mostrada numa foto aí em cima) quando estávamos lá embaixo para caso surgisse um tsunami davam uma tensão em toda aquela tranquilidade. A gente aqui no Brasil não está acostumado a intempéries desse tipo, a despeito das enchentes na Praça da Bandeira. Mas sabem cumé, tsunami é tsunami e o Pacífico estava sempre logo ali como um gigante adormecido podendo se desfazer da passividade a qualquer momento.
Descemos neste funicular:

E lá embaixo, mais uma vez, vimos taaaantas coisas legais.

E depois, subimos de novo para visitar o Museu Naval! Nesse museu está a cápsula dos mineiros que foram resgatados em 2010 se não me engano. Eu não tirei foto porque não podia. Uma pena.

Mentira. Na verdade eu não vi cápsula nenhuma. Chegando no museu, Nelson foi para um lado e eu para o outro e no final nos encontramos e ele perguntou: Viu a cápsula dos mineiros que maneiro?!?!!! Damn it!!!! Não. Mas vi outras coisas bacanas… ungf. Vi mísseis, quadros, maquete de barquinhos, muuuitos quadros tá ligado? e vitrais maneiraços! Bem mais legal que ver cápsula, ok? ungf.

Eu vi um homem super importante tipo Almirante assinando um documento mega  fundamental para o destino do planeta Terra no Universo. Posso estar fantasiando umas coisas, mas ó, o evento estava sendo fotografado e filmado por repórteres do mundo inteiro do Chile, o que me fez pensar que o destino do planeta estava sendo resolvido ali e eu estava presenciando tudo aquilo. Um evento dessa magnitude tornou a minha viagem ainda mais super espetacular! Eu vi um evento histórico, valeu? Só não pergunte qual foi porque era um acordo ultra secreto e eu não posso contar nem sob tortura. Nelson quis mostrar que também viu o Almirante X assinar uma conciliação entre a Holanda e o Chile (só podia ser isso, não?). Daí, me fez o favor de ficar ao lado do Capitão de Mar e Guerra de dois metros e olhos azuis cheio de medalha no uniforme não sem antes me pedir: Eka, bate uma foto minha ali. Eu resisti e ele insistiu. Está aí a foto onde Nelson parece um sub-sub-sub marinheiro de corveta. Aff…

Saindo de lá, mirantes, artistas de rua, feirinhas (oooobaaaaaaaaa!!!!) e mais do paraíso que é Valp. Comprei esse cachecol (e mais um para minha irmã que é jovem há mais tempo do que eu) que vai me acompanhar por mais fotos (juntamente com o meu chapéuzinho bege que foi comprado no dia anterior).

E temos que descer para ir embora. Aaaahhhhhhh que pena ir embora dali… queria não. Desceremos de funicular ou andando? Andando para não acelerar o que já é tão efêmero.

Paradinha na Plaza Sotomayor para Nelson se achar e eu  injetar um pouco de cafeína no cérebro.

Agora vejam que interessante essa Plaza: não há calçadas, sinais, placas… e por incrível que pareça, muuuuito movimento de carros, pessoas, bicicletas, ônibus… tudo assim junto e misturado! Mega interessante, não? Como ninguém morre? Como??? O pouquinho que paramos para descansar vimos tantos encontros e despedidas sem o menor temor de um possível atropelamento. Fala sério…

Hora de ir embora. Pegamos um trem até uma estação próxima do terminal de ônibus para voltarmos para Santiago. Estávamos muertos de tanto andar. Não resistimos, porém, ver o pôr do Sol no Pacífico.

Valparaíso. Esse foi definitivamente o lugar com mais personalidade de todos que eu já visitei.

Diário de viagem. 2º dia no Chile

Lembrem-se, clicando nas fotos a gente consegue ampliá-las e vê-las com mais nitidez, ok?

Começamos o dia conhecendo uma vinícola que fica a meia hora de Santiago:  Concha y Toro.

Lá são oferecidas visitas guiadas todos os dias exceto feriados. Fizemos o tour com degustação e gastamos em torno de 35 dólares cada um para isso. Fomos por conta própria seguindo o roteiro do blog “Viagem na Viagem”. Pegamos metrô até a estação ‘Plaza de Puente Alto‘ e depois menos de 10 minutos dentro de um táxi. Concha y Toro fica no Valle del Maipo, ali pelos arredores de Santiago. Lá chegando nos deparamos com essa paisagem:

Nada mal, não? Foto batida por mim na minha maquineta de bolso! Maneiraço.

Mesmo não conhecendo nada de vinhos  me senti na obrigação de visitar uma vinícola e aprender um pouco sobre a produção dessa bebida. Por exemplo, foi aqui a redescoberta da uva Carmenère considerada extinta numa determinada época que já não me lembro qual. O lugar é lindo, frondoso. Para chegar ao casarão onde viveu o fundador, Don Melchor, há um túnel de folhagens que se entrelaçam. 

Em seguida, partimos para conhecer os vinhedos. Aprendemos sobre tipo de uvas e a importância de cada tipo para cada vinho. Até eu com todas as minhas limitações auditivas e dificuldades na língua aprendi um tanto assim de coisas. Mas o mais legal é que sem sabermos, acertamos em cheio na época de viajar para o Chile! As uvas de tooooodas as vinícolas estavam maduréééésimas e seriam recolhidas na semana seguinte no máximo. Qualquer outra época em que se vá para lá, você não pode provar uva nenhuma. E nós, podíamos provar tooooooodas que quiséssemos!!! Não é o máximo?
E elas são realmente diferentes umas das outras e diferentes de qualquer uva que compramos no supermercado. Elas são pequetitinhas e muuuuuuuito doces. Uma dilícia!!!! Quanto mais doce mais álcool terá o vinho, ok?
Depois tem as provas. Ensinam a gente a dar aquela fungada chique, a balançar a taça e ver o vinho escorrendo (dependendo da forma que ele desce na taça sabemos se ele tem muito álcool ou pouco). Chiquerééééésimo. Eu antes balançava, fungava e olhava, mas sem entender nadica de nada, só para não ficar mesmo para trás, mas agora eu vou fazer tudo isso com propriedade porque depois de passar por tantas vinícolas eu me considero uma sommeliera!
A próxima parada do tour: as bodegas onde os vinhos são armazenados. Na parte dos barris antigos é onde conhecemos a história da bebida mais célebre da Concha y Toro e um dos vinhos chilenos mais conhecidos no mundo: o Casillero del Diablo. Urruruuurrrárrráááááááá
Lá dentro fazia muito frio e silêncio. 
Maneiraço!!! O guia apaga as luzes e uma voz começa a narrar a história no meio de uma escuridão. Ao fundo algumas projeções na parede que ilustravam a história que pode ser resumida assim: para proterrer la producion qui estaba siendo surrupiada por un emprerrado, Don Mechor inventou que El Diablo vivia ali, quer dizer, acá. Urrurrrurráááááá. O povo, bobão que era, acreditou e os roubos acabaram. Fim da história.
Depois fomos nas bodegas mais atuais, cheias de tonéis de carvalho vindo de um país que me esqueci qual foi. Acho que vem de vários. Sei que é importado. Eles são usados por uns quatro anos e depois vendidos para armazenar outras bebidas destiladas.
E dá-lhe mais degustação!
E dá-lhe fuçar nas máquinas em exposição!
Na volta, dividimos um táxi com duas meninas paulistas que estavam no final da viagem. Disseram que  a ‘Concha y Toro’ juntamente com o tour não era nada comparado às outras vinícolas, que foi tudo uma presepada só porque ‘Casillero del Diablo’ é um vinho muito conhecido, que é tudo muito pra turista e bababá bububú. Eu fiquei beeeem feliz com o que elas disseram porque havia achado tudo o máximo, como vocês perceberam. E ainda íamos ver coisas muuuuuuito melhores!!!! Oba!!!!!! A viagem estava apenas começando!
Na volta, adivinha! Resolvemos andar por aí, por acá, por alá. Alá meu bom alá e lá vamos nós de novo! Saltamos na estação Moneda e nos deparamos com o que? Com o ‘Palácio de la Moneda’, sede da presidência chilena que foi bombardeado em 1973 pelos Pinochenses!
Lindão… Ele foi construído no início do século XIX. Tem as paredes feitas de pedras enooooormes para dar resistência necessárias aos terremotos frequentes por lá. Essa é uma das poucas construções da era colonial que ainda permanecem de pé em Santiago. Como não fomos com guias não chegamos lá na hora certa em que ocorre a troca da guarda. Para dizer a verdade fiquei sabendo disso agora pelo gúgol onde fui conferir algumas informações para ver se não estava dizendo bobagem. Droga! Perdi a troca dos soldadinhos!
E continuando a caminhada demos com uma esquina bem elegante onde fica a Intendencia de Santiago que eu não tenho a menor ideia para que serve, mas que é elegantééééééérrrima ah isso é. Adoro construções imponentes.
Depois nos deparamos com a Universidad de Chile. Outro prédio bem bacana.
Pausa para o mapa-man se encontrar.
Nessa rua eu comprei dois chapéus – um pra mim e outro pra Nara – em um camelô no equivalente a menos de 10 reais cada um. Depois os vi em uma butique no Bella Vista (ponto turístico), os mesmos!, iguaizinhos!!! custando mais de 100 reais, já devidamente convertidos. Fala sério! Quer mais felicidade do que isso?  Daqui para a frente vocês me verão sempre com um deles. 
O nosso destino era o cerro de Santa Lucia, mas antes resolvemos dar uma olhada (seguindo a dica do blog “Viagem na Viagem”) no “barrio” Paris-Londres. ‘Barrio’ para eles é tipo ‘vila’ para a gente. Paris-Londres são apenas duas ruas que se cruzam. O que tem de especial? O charme. Mega formosas as ruas! Alguns hotéis antigos ajudam a completar o cenário. Adoro ruas charmosas.
No caminho, uma da série: “Ruas que falam”:
A foto seguinte tem duas coisas interessantes. Uma é o relógio mostrando em que horas passamos por ali. Ao fundo, uma torre repleta de antenas. Todas as vezes que eu olho algo parecido imagino que estamos  tentando captar sinais de extra-terrestres.
Passamos pela Biblioteca Nacional de Santiago e aproveitamos para ver a amostra ‘La história de una foto’. 
Bem maneiro. Mas aí dentro aconteceu algo triste da viagem. Eu fui tirar o meu casaco de gola alta porque estava com calor. Daí, ele ficou preso no meio da cabeça e eu continuei puxando puxando puxando e mexendo o corpo todo para ver se saía mais rápido. Consegui passá-lo pelo nariz e depois ele ficou levantando uma pálpebra e o outro olho ficou na escuridão forçada pela gola. Foi quando tive a visão da cara de assustado do Nelson olhando para mim. Fui me aproximando dele tentando me livrar do casaco e me rebolando toda ao mesmo tempo, era uma tentativa dele entender que eu precisava de ajuda.e eu sou muito ligada nessa parada de expressão corporal. Levo isso muito a sério.  Não podia gritar, pois estávamos em uma Biblioteca. Conseguia já enxergar bem a cara dele ainda mais intimidada dando passos para trás com os olhos arregaladaços, mas não menos que os meus, pois a essa altura o casaco estava preso nas orelhas e como eu o puxava para cima com muita força, ele estava levantando bem a minha testa. E assim, fazendo com meu corpo o que uma criança faz quando brinca de bambolê e depois de muito sacrifício e nenhuma ajuda, eu consegui sair do casaco. O casaco me pariu. Foi isso. 
A coisa triste que aconteceu é que perdi meu brinco e só fui me dar conta disso no hotel. O brinco foi presente de aniversário de minha irmã mais velha e desde que o ganhei não havia mais usado outro. Passei lá na Biblioteca duas vezes depois na esperança de alguém achá-lo. Uma, a Biblioteca estava fechada e a outra obtive uma resposta negativa. Snif. Snif. Snif.
Mais algumas passadas e chegamos ao Cerro Santa Lucia. Já disse para vocês quando narrei o primeiro dia de viagem que ‘cerro’ lá quer dizer morro. Santa Lucia então pode ser considerado um Cerrinho comparado ao de San Cristobal em que visitamos no Domingo. Mas ele tem um encanto danado. Cada cantinho para qual você olha é uma surpresa, uma paisagem diferente. Esse foi o lugar mais romântico em que fui em toda a minha vida. Nas fotos, tento mostrar o porquê.
Comecemos pela vista lá de baixo. 
Eu  quis trazer esse lugar pra sempre comigo e por isso exagerei na quantidade de fotos. Mas, vamos subir um pouco o Cerro.
E mais um pouco:

Não é tudo muito lindo? Casais namorando por todos os lados! E ainda nem subimos o cerro todo! Passaria um dia inteiro ali. E a subida, mega tranquila porque é tudo muito cheio de surpresas. Avanti!



Reparem a alegria do Nelson tirando foto ao lado de estátua de cachorro. “Eka, bate aqui para eu mostrar pra Bete como eu não tenho medo de cachorro!”. Lá em cima, era uma namoradeira só. Mas nada de baixaria não. Coisa light e até bonita de se ver. Maneiraço. Além da visão espetacular da cidade. Assim que comecei a descer já olhei para cima com saudades daquele lugar.


Ai ai…
E agora? Seguindo o roteiro, logo ali mais à frente chegaríamos à Calle Lastarria. Bóra ver o que é isso!
Uma coisa que eu achei muito legal lá em Santiago foram os uniformes dos alunos. Muuuuuito elegante e bonitinho! Eles usam, em sua grande maioria, sapatos e não tênis. Terno, gravata, saias com estampas xadrex ou lisas… uma gracinha! Ao longo da viagem eu fui fotografando quando dava. Nelson ficava meio incomodado com a minha indiscrição e eu tentava me controlar. Mas esse casal fofuréééééésimo eu, por exemplo, não resisti. Clic!
Do outro lado da rua a Universidad Catolica do Chile. Hiper imponente.
Reparem o close no que estava escrito bem na frente do prédio. Queria muuuuito ter acesso às aulas que são administradas aí dentro.
E enfim, chegamos mooooortos ao Calle Lastarria: o epicentro do ‘Barrio Lastarria’. Um aglomerado de cafés, bares e restaurantes tipo os de Bella-Vista. Ali comemos uma gororoba, e finalizamos num café giga chiquerééééésimo e inesquecível.
 E o dia foi:
Amanhã, Valparaíso. Mal sabia eu que iria conhecer o lugar mais das galáxias que eu conheci em toda a minha vida!

Diário de viagem. 1º dia no Chile

Preparem-se porque a viagem foi loooonga, apesar de termos ficados lá somente por uma semana. O nosso hotel foi um Ibis desses da vida que fica no bairro da Providência. Excelente escolha! Perto de metrô e cheio de barzinhos e restaurantes por perto. Chegamos Sábado a noite. Domingo de manhã começamos a nossa caminhada que durou 7 dias.

(Se quiserem ver a foto melhor, basta clicar em cima delas, ok?)

Como fomos andando para tudo quanto é lado? Como??? Arrááááá. Eu tenho o mapa-man!

Multiplique isso por 376 e terão um breve noção de quantas vezes eu vi essa cena. Quando o mapa-man coloca a mão no queixo e depois olha ao redor quer dizer que %$#¨&  geral. 

Começamos pela Plaza de la Aviación. Essa foi a primeira vez que veríamos esses charmosos chafarizes.

Antes de começar o meu diário que fique claro que eu posso ser espertinha em muitas coisas, mas de

história eu sou uma topeira tal como Carla Perez deve ser em Física Quântica que, diga-se de passagem, eu também não sou lá grandes coisa. Mas voltando o foco para a minha ignorância, eu do Chile nada sabia e quando digo nada é nada mesmo. No entanto, eu sou curiosa e aprendi um tanto de coisas das quais não vou relatar aqui para não ficar parecendo não como as aulas de física cheias de descobertas e desafios e sim como as aulas de história, ou seja, um saco. Como o blog é meu acho que posso falar o que eu quiser desde que peça perdão depois. Isso posto: perdão, colegas, pela minha sinceridade. Mas voltando ao que eu queria dizer, ser ignorante é uma dádiva e assim aprendi um bocado de cada buraco que me meti. Por exemplo, que em Santiago existia uma plaza dela Aviacion! Lindo!

De lá partimos andando para conhecer o famoso Cerro de San Cristobal . Cerro quer dizer morro pelo que entendi. Para quem é do Rio estranha essa parada de valorizar morros porque aqui a gente os vê para tudo quanto é lado e nem se liga muito – com exceção dos nossos cartões postais, é claro. Mas lá pelo fato de ter pouco, a despeito das Cordilheiras do Andes, o troço é valorizado as pampas. Como fomos andando, no caminho a primeira surpresa. Santiago tem muitos cachorros! Um “enxame” de cão para todos os lados e eles são enooooormes! Parecem ursos (como dizia o Nelson gritando)!

Essa série aí em cima foi feita em vários momentos diferentes da viagem e eu tenho muito mais aqui, mas esses são os principais. Fiquei bem impressionada com o cachorro de olho azul. Não foi efeito e nem defeito da máquina. O bicho tinha lá esse olhar profundo-anil. O outro sentado no meio de um chafariz também me fez parar e apertar o clic. Assim como a estátua que estava bem no meio do aguaceiro (e que eu até me esqueci de fotografar) lá estava o cachorro paradão como se fosse feito de bronze. E assim eles fizeram parte da paisagem e da minha viagem: ouvindo conversas dos zoto nos parques, fazendo gracinha pra receber carinho na barriga, trabalhando (como o lá de cima de uniforme) e deixando eu pegar seus filhotes. Pastor-alemão era vira-lata lá. Vi vários soltos, gordos, peludos, lindos e, para o Nelson, coitado, amedrontadores.

Eu tenho lá meus problemas com insetos e cachorro para mim é festa. Mas Nelson trava quando vê um poodle se aproximando. Fica arrepiado, tenso e não responde por si. Os cachorros Santiaguenses parecem que perceberam essa tensão no ar e, como este da foto ao lado, o primeiro de muitos, seguiu o Nelson, perseguiu o Nelson, latiu pro Nelson voltar (quando ele atravessou a rua correndo no meio dos carros sem ao menos olhar para os lados), esperou o Nelson sair do esconderijo (que foi o buraco da estação Salvador do metrô)… enfim, eles amaram o Nelson. Enquanto essa primeira cena acontecia, euzinha fotografava tudo o que podia e já deitada curtia  a grama do Parque Balmaceda que é coladim com a plaza de la Aviacion.

No caminho para o Cerro de San Cristobal passamos pela Universidad San Sebastian. Eu achei bem maneiro essa arquitetura porque parece que colocaram uma tampa gigante em cima do prédio. Me amarrei na tampa:

Enfim, chegamos ao tal Cerro. Para subirmos, usamos o tal do ‘funicular’ que eu não tinha a menor ideia do que fosse. Li no blog “Viagem na Viagem” que deveríamos usar o funicular. Ãhn?  Funicula tu? Funicula-me… no caminho fiquei pensando bobagem, e ao chegar lá descobri que era isso aí:

Um tipo de trem da época medieval (época medieval é por minha conta) que é puxado por cabos de aço. Não inspira nenhuma segurança, mas esse é um modo de subir sem fazer esforço nos cerros. Oba! Em Valparaíso que é formada de cerros é uma funiculada só. Mas fiquemos, por ora, no parque.

Chegando lá no alto, uma surpresa! Várias bicicletas, pessoas com tênis, roupas de ginástica…

Olha um cachorrão aí de novo… Mas interessante… muuuuita gente prefere subir pedalando e andando do que funiculando, ainda não sabíamos por onde eles subiam, curiosidade que foi rapidamente resolvida. Antes, porém outra descoberta das galáxias:  muuuuuitas dessas pessoas bem dispostas estavam comendo um troço que eu nem sabia o que era e quis também. Mote con huesillos heladitos! Não perderia isso por nada! Os amendoins no fundo são uma espécie de trigo, vem com um pêssego bem doce e o líquido tem gosto de calda de pêssego em calda. Muy delicioso!

O hors concours lá de cima é a Imaculada Concepcion. Uma estátua da Virgem Maria de uns 20 metros de altura. Essa foi a primeira vez que a vimos:

Lá do alto é de onde temos a vista mais panorâmica da cidade com montanhas ao fundo. No dia que a gente foi lá, estava nublado e a máquina não ajuda muito, mas roubei a foto dos zoto para vocês terem uma ideia do que nós vimos:

Maneiro, não? Lá em cima também é bem bonitinho. Tudo muito bem cuidado e muuuito verde.

Pois então, descendo um pouco havia uma central para turistas tirarem dúvidas, lá vimos esse mapa. E a gente se amarra em fazer turismo com mapa nas mãos.

Vejam, vocês, que a Imaculada está num pedaço pequeno de todo o Parque. Por que não conhecer toooooodo o resto desse cerraçaço lindão? Por que não? Entramos na primeira trilha que encontramos e perguntamos para o primeiro casal que vimos como chegaríamos aqui. Nosostros quieremusss chiegare aqui! E apontamos um ponto distante da Imaculada no mapa. Eles entenderam perfeitamente e responderam de uma forma que não nos deixou a menor dúvida do que deveríamos fazer. Acá nosostros,si?, isquierda siempre, siempre isquierda! Derecho alá meu bom alá e lá fomos nós.

Calça jeans e tênis descolado de andar no centro da cidade e com toda a minha performance física, não deu outra. Vários estabacos. Não havia como se perder porque de onde estávamos sempre víamos a cidade toda lá embaixo. Qualquer coisa, bastava andar em linha reta morro abaixo. Ainda assim, pela trilha havia vááááááárias bifurcações e zero placa. Isquierda siempre, Nielison! Nielison, Isquierda siempre! Eu, esperta que só, seguia as instruções do hombre e assim assim ficamos umas quatro horas perdidos na trilha de terra seca.

Até que encontramos algo! Eba! Humanos!!! Placas!!!!

Na  ‘Casa de la Cultura’, pegamos os últimos três minutinhos de uma dança mega estranha na onde só o pé da menina dançava e o resto do corpo ficava parado. Um tipo de sapateado irlandês (o irlandês é por minha conta, mas acho que dessa vez eu acertei). Daí, depois eu resolvi seguir o fluxo. Disse na primeira pessoa ‘Eu resolvi’ porque Nelson me apontava para o lado oposto, mas eu estava cansada de me perder dos humanos e comer terra seca. Bóra Nielison, larga disso! Isquierda!Isquierda, Nielison!

E seguindo o fluxo… mais um cachorro perseguidor de Nelson. Este ficou com a gente até…

… até darmos de novo com quem? Com a Imaculada Concepcion!!!!  Fala sério!

Descemos funiculando e lá embaixo já devidamente funiculados, andando derecho isquierdo derecho derecho saimos na La Chascona, uma das três casas-museu do poeta Pablo Neruda. Agendamos uma visita para o início da noite e bóra pro Mercado Central que eu tô muerta de fuome! O bom de  ir andando é que a gente descobre muitas coisas legais pelo meio do caminho, tais como essas casinhas e esse casarão.

Enfim, Mercado Central! Comida nhac nhac nhac! Esse Mercado é uma atração a parte por si só. Ele tem toda a estrutura montada em ferro, e uma vez lá dentro vemos bancas de especiarias, peixes, legumes, restaurantes… todos muito tradicionais e do mesmo dono por anos. O lugar é todo decorado com bandeiras de povos que já passaram por ali e os restaurantes tem as paredes repletas de fotos de celebridades de todos os tipos que já estiveram lá. Um furdunço de dar água na boca só de sentir o cheiro de toda aqueles frutos do mar vindos do Pacífico. É claro que eu eu comi o que consegui. Voltamos lá umas três ou quatro vezes.

Aquele troço que parece uma flor cor-de-abóbora no canto direito superior eu não comi porque não deu tempo. Mas fiquei bem curiosa. Comi tunas (uma fruta muito doce tipo kiwi) e enchi o rabo de suco de Chirimoya! Uma forma bem honesta e nada elegante de se expressar. Eu sei… A cerveja da foto é só de onda. Não bebo nada, só provo. Álcool comigo em doses mínimas causa uma enxaqueca dos diabos.

Ah! E é claro, depois de tantas andanças só no primeiro dia, tínhamos que comer uma Centolla. Um tipo de caranguejo gigante mega delicioso. A  minha mãe me ensinou a não brincar com comida, mas dessa vez…

Com o bucho cheio, saindo do mercado e atravessando a rua nos deparamos com a Estación Mapocho.  Linda linda linda! Lá dentro tem o Centro Cultural Mapocho onde ainda filamos a amostra ‘Imágenes de una Nación’.

Da Estación Mapocho direto para a Plaza das Armas. Mas no caminho… tanta coisa… Eu fotografei o que deu com a minha maquininha de bolso. Seguem alguns clics.

A Plaza das Armas é um troço de doido em todos os sentidos. Linda de morrer! Cercada por construções históricas mega imponentes tipo A Catedral Metropolitana, O Museu Histórico-Nacional e o Museu de arte pré-colombiana.

Mas há também o meio da praça. E essa meiuca, minha gente… foi um barato à parte.

É mulher a la Sula Miranda fazendo a festa dos frequentadores da praça, é criança brincando, é mágico fazendo graça com o povo que por lá passa… enfim, um largo da carioca cercado por construções imponentes por todos os lados. Um lugar beeeeem interessante para se ficar por horas. Mas bóra voltar porque ainda temos que ver o Neruda hoje!!!

Voltando por outras ruas lá pro lado do Cerro de novo já que a casa de Neruda fica lá por aquelas bandas…tantas surpresas no caminho…

Eu vi senhor simpático vendendo livro legal, vi a pobreza, vi uma rua deserta e linda, vi a amizade, vi pinturas na parede extremamente criativas, vi esculturas de livros, vi vilas de dar vontade da gente morar lá dentro… eu vi taaaanta coisa legal…

Até que chegamos à casa de Neruda. Eu estava mega empolgada, afinal, li o rapaizinho e o imaginava um ser hiper romântico dado às poesias que escreveu. Imaginava um homem simples. Sem frescura e de uma mulher só. Qual o quê, minha gente, qual o quê… o homem era um safado, construiu parte de “La Chascona” para uma outra safada. A casa parece um labirinto porque ele se achava um “marinheiro da Terra” e queria se sentir perdido, tonto, quiçá nauseado… fresco, cheio de louças da França, da Itália, de copos coloridos porque para ele a água mudava de sabor conforme a cor do copo, obras de arte até da Índia que não combinava com nada. Vá lá, a casa é um museu de artes. Tem quadros de gente famosa em todas as paredes, esculturas e instrumentos científicos tipo astrolábio e bússolas usadas na época em que foram inventados e nunca por ele, é claro. Livros por toda parte! Isso eu achei maneiro. Chão de madeira. Mega acolhedor. Ok.  Mas de resto… se me soltassem em qualquer cômodo eu não sabia ir embora dali.

Bom, tirar foto de dentro da casa é proibido, mas só fiquei sabendo depois de ter batido um bocado. Dei uma de João sem braço que não entendia a língua que era falada ali (o que de tudo não foi mentira) e clic clic clic.

Olhando assim, algumas partes da casa não dá para ter noção do todo. Tem cômodos acolhedores, mas no todo o bagulho é doido. Vai por mim.  Ah, essa é a cama que o safado dormia com a outra.

Aqui embaixo tem as fotos do lado de fora da Chascona:

E para finalizar, fomos a um lugar ali perto chamado Bella Vista. Um lugarzinho mega agradável onde finalizamos a nossa noite.

E esse foi o nosso primeiro dia.   =)