– Bom dia, dona Elika, em que posso ajudar?
– Alô, vivo? Estou querendo mais internet no meu celular.
– Ok. Qual o seu plano?
– Bem, eu gostaria de terminar de escrever três livros ainda neste ano. E também aprender alguma técnica de pintura em tela. Tenho planos também, agora, de me livrar da culpa que sinto por ter matado minha cachorrinha atropelada e também da amitriptilina para dormir e iniciar, quem sabe, a meditação. Gostaria de ter uma galinha muito peluda para cuidar. Agora mesmo estava também planejando fazer uns vídeos com a Nara. Gostaria também, de alguma forma, de melhorar a educação no Brasil. Ah! E terminar de ler Proust!
Silêncio.
– Não foi isso que você queria saber, né? Entendi. E entendi também, dando a resposta não errada, mas a não esperada, que não preciso alterar plano nenhum. Pelo contrário. Preciso fortalecer e realizar os que tenho. Muito obrigada pela pergunta e por ter me ouvido.
– A Vivo agradece a sua ligação, dona Elika. Tenha um bom dia, disposição, força e muito sucesso!
Dei nota dez no atendimento.
Esse substantivo comum no texto é realmente genial. Não sei se esse foi o objetivo, mas “vivo” poderia (além de vocativo) ser uma pergunta exposta ao subconsciente para verificar se ele estava ativo. E como estabelecer planos é uma tarefa basicamente interna, a relação entre a mente e a pessoa seria equivalente a essa comunicação. Portanto, se a comunicação está boa, o raciocínio também está, o que indicaria que a temática vai além de uma operadora e um cliente, abrangendo uma metáfora relativamente complexa.
CurtirCurtir
Mas é claro, mudando algumas partes estruturalmente . Infelizmente o 7º parágrafo acaba com essa possibilidade.
CurtirCurtir
Infelizmente… Sorry…
CurtirCurtir
Obrigada pelo comentário atento e enriquecedor.
Abraços
Elika
CurtirCurtir