Para além da ideia uma emoção, para além do abalo uma página em branco, ao final da escrita um alívio – e é para lá que eu vou.
Para além da leitura a sintonia, antes do encontro a solidão, no último parágrafo o deserto – e é para lá que eu vou.
Para além das mãos estão os dedos, em suas pontas muitas frases, quando ditas um sorriso – e é para lá que eu vou.
Para além da boca uma palavra, do seu som um sentimento, da palpitação um iminente beijo – e é para lá que eu vou.
Para além dos olhos um suspiro, depois dele uma vontade, ao percebê-la estremeço – e para o terremoto eu vou.
Na ponta da língua está o seu nome, para além dele um delírio, um deleite dos suores – e é para lá que eu vou.
Para além dos pés está o salto, depois dele o abismo, antes da queda os seus braços – e é para lá que eu vou.
Para além da distância a cumplicidade, à força a aceleração dos pulsos, com coragem os impulsos – e é para lá que eu vou.
Para além do peito um abraço, do aconchego um abrigo, dentro dele muito medo – mas é para você que eu vou.