Homenagem ao caçula

Esse vídeo foi feito em homenagem aos 4 anos do Yuki. Músico de nascença.
A primeira música, Chula Cortada cantada por Pedro Miranda, foi escolhida pelo fato dela ser atualmente a música preferida do Yuki. Ele a canta e a ouve 547 vezes por dia. A segunda música do vídeo tem outra história. Quando ele  ouviu pela primeira vez Adriana Calcanhoto cantando Poeta Aprendiz de Vinícius de Moraes ele disse que essa era a música dele. Feita para ele. Quem sabe será mesmo???
Com vocês, o MEU, o SEU, o NOSSO YUUUUUUUUKIIIIIIIIII!
“Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
De melancolia
Sonhando o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser”

CERN. Acabou-se o que era doce

Já sinto saudades de quase tudo, mas se tem algo que eu olho e dou graças à Deus de estar bem distante são essas  máquinas engolidoras de moedas e completamente surdas. Esse foi o meu pesadelo naquela terra super interessante.


Para pegarmos ônibus, trem, bonde, cavalo, café, água… tinha que ter um bilhete que só era adquirido na máquina. Detalhe: só aceitava moedas, não dava troco e não poderíamos comprar dois bilhetes. Então, se o bilhete custasse dois francos e só tivéssemos uma moeda de cinco francos, tínhamos que beijar a moeda e despedir-se dos três que a máquina iria engolir para a eternidade. Mais um detalhe, o ônibus, o trem e o bonde tinham uma pontualidade suíça. Éramos um grupo de sei lá quantos. Toda hora que chegávamos no ponto era uma gritaria nervosa porque tinha que dar tempo de comprar bilhetes para todos embarcarmos juntos. A visão de um grupo de físicos desesperados diante da máquina era deprimente (no bom sentido, é claro…):
-QUEM TEM DEZ CENTAVOS? QUEM TEM DEZ CENTAVOS?
-TÁ CHEGANDO! TA CHEGANDO!TÁ CHEGANDO!
-EURO OU FRANCO?EURO OU FRANCO?
-QUE BOTÃO VOCÊS APERTARAM?QUE BOTÃO VOCÊS APERTARAM?
– ENGOLIU! ENGOLIU!
-APERTA!APERTA!
– É ESSE? É ESSE???
Toooodo dia era isso. Toooooodo dia.
Até que chegou nosso último dia, com as últimas palestras com questões para lá de filosóficas:
Esse é  Dr.Jonathan Ellis, pesquisador do CERN que nos contou sobre Questões em Aberto na Física de Partículas e no Universo.

Esse aí é o Fábio Beig verificando o que sobrou da bolada que ele havia levado para Genebra.
E enfim, chegava ao fim o nosso sonho. Muitos já foram para as palestras de sexta-feira de mala e cuia. Apesar da saudade grande de casa, o coração estava apertado por ser obrigado a dar adeus aos novos amigos e por não ter palavras para agradecer todos os momentos maravilhosos que passamos juntos.
A maioria do grupo pegaria avião sábado a tarde e sobrou, então, o restinho da tarde de sexta e a manhã de sábado para conhecermos o resto da Europa. Vãobora que dá tempo!
Era o único momento que tivemos para comprar souvenirs e o que mais tivéssemos vontade. Nas sacolas aí em cima  tínhamos patins, relógios, chocolates, brinquedos, canivetes… Quem converte não se diverte! Foi o lema que adotamos para ter coragem de trazer tudo o que queríamos.
Após as compras, resolvemos parar e curtir com calma um cantinho de Genebra. O resto da Europa ficaria para a manhã do dia seguinte.
Não era raro ver mulheres de burca. Nessa aí, nós ficamos de olho para ver como  a coitada ia comer com aquilo. Essa foto foi tirada por Soraia Azeredo que além de excelente física  tira fotos com muitos defeitos especiais!

Essa é a Izabel Cristina, autora da frase “Quem converte não se diverte!” e responsável por eu ter gasto o dobro do que previa.

Bom, estamos nos finalmentes mesmo. Fábio nesse dia, chegou até a colocar a calça pelo avesso!
Sábado pela manhã, corremos ao aeroporto para fazer o check in e tentar conhecer o resto da Europa.

Decidimos começar pelo Museu da História da Ciência. Como o museu era lindo, ficamos mais tempo do que deveríamos nele e não conseguimos conhecer Paris, por exemplo. Tínhamos que voar para a aeroporto.

 É…acabou-se o que era doce. Estávamos muuuuuito cansados… vivemos uma semana intensa. Aprendemos um bocado. Impossível viver uma experiência como essa, tendo contato com o maior laboratório já contruído pelo homem que busca compreender a origem do Universo, sem uma grande transformação interior, sem filosofar, sem se emocionar, sem ser contagiado pela ciência por completo.
Termino aqui essa série de postagens sobre a minha aventura na Escola de Física CERN 2010 com a foto de todos os brasileiros que viveram essa experiência ímpar:

Os recursos necessários para a participação dos brasileiros no CERN, em Genebra  foram obtidos junto ao Departamento de Educação Básica da CAPES e ao Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Para deixar registrado:

Dois colegas, Dulcídio e Glória foram entrevistados pela revista Ciência Hoje sobre a Escola de Física CERN 2010:

 http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/todos-os-sonhos-do-mundo.

E também, Ana Luiza no Estadão de SP:

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,professores-brasileiros-fazem-curso-no-cern,609188,0.htm

Última foto da máquina.

Agora, colocar para frente o que aprendi. O show tem que continuar.
Beijos em todos
Now: home sweet home!!!



CERN- Quase nos finalmentes…

Lá do restaurante do CERN, dependendo do dia, conseguimos ver o Mont Blanc que é a montanha lá atrás com a ponta branca. Essa foto foi batida por mim, na quinta-feira, dia 9 de setembro, antes do nosso dia começar.
E o dia começou com o pé direito com o curso sobre Aplicações da Física de Partículas à Medicina com o professor Luis Peralta do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas). Para quem acha que médico não precisa saber física, saiba que lá no CERN tem um setor onde trabalham físicos e médicos buscando (e encontrando) a cura para vários tipos de câncer.
 Bonito demais ver a ciência aplicada. Bonito demais!
As demais palestras com os professores Gaspar Barreira (LIP) e a professora Rosalia Vargas (Agência Ciência Viva e Pavilhão do Conhecimento) foram legais também.
A tarde fomos conhecer o LINAC (onde os prótons são acelerados) e participamos de uma sessão experimental com uma Câmara de Nuvens. Daqui a pouco vocês vão ver as fotos.
Nessa placa, mostra quando o síncrotron (acelerador de partículas cíclico) foi inaugurado. Conseguem ver ou eu estou atrapalhando muito? É que eu tive que provar que eu estive lá…

Melhor assim?
Bom, e lá vou eu feliz e contente, mais uma vez, conhecer lugares super interessantes e perigosos.
Antes de continuar, tivemos que verificar se tínhamos sido contaminados com aquela radiação toda. Essa aí sou eu, cheia de medo:
Ufa! Posso continuar a visita…
Esse aí embaixo, como vocês podem ver é uma pequena parte de um grande equipamento. Eu já me esqueci para que serve, mas com certeza tem algo a ver com partículas, prótons, quarks…
Olha o acelerador aí, gente!!!
Parte do acelerador linear, responsável pelo primeiro aumento de velocidade dos prótons. Nesse aparelho as partículas, saindo do repouso, atingem uma velocidade de 0,3 da velocidade da luz (100 000 km/s). Outros aparelhos proporcionam aos prótons uma velocidade final de 99,9999 % da velocidade da luz.
Dá para acreditar que eu estive lá?
Bom, depois dessa visita ao LINAC aprendemos com o “prêmio Nobel” de fisica, o professor Mick Storr, como se constrói uma  câmara de nuvens.
Entenderam? Para quem quiser maiores detalhes dê uma olhada aqui, você será direcionado para o blog do professor Dulcídio, que foi comigo para o CERN.
Depois desse dia super cheio ainda fomos confraternizar com os colegas portugueses e moçambicanos e com os professores num churrasco português. Antes disso, havia uma pedra no meio do caminho.
Do meu lado esquerdo a França, do direiro, Suíça. Ainda estou dentro do CERN.
Fomos para o churrasco no ônibus de gente importante. Na sequência: Fábio, Medina, Euzinha, Alex, Soraia, Alexandre e a perua da Izabel.
Já viram um churrasco só de físicos? Ei-lo:

Pensa que não nos divertimos quando nos juntamos?
Ledo engano…
Como dizem os portugueses aqui (que não sabem falar português coisíssima nenhuma): eu sou a mais pequena.
O de avental vermelho é um professor de lá do CERN e o de amarelo eu não tenho a menor ideia de quem seja.

Ah sim!!! Esse é o Sandro Fonseca de Souza. Ele me pediu para que contasse a todos que ele existe. A dizer: ele é carioca, suburbano de Piedade, formado pela UERJ e está pesquisando lá no CERN!!! Se eu não o conhecesse eu também duvidaria que ele é real. Para aqueles que não acreditam que podemos chegar lá, estar junto dos melhores e contribuindo intelectualmente de alguma forma com tudo aquilo, eis a foto:
Sim, we can!!! Quer dizer…he can!!!

Churrasco sem música? Nerd não canta? Quem disse? Com vocês o professor Vitor Oguri!

Depois desse dia maravilhoso, hotel, skype com a família e cama!
Beijos e até o último capítulo dessa série!

Genebra

Hoje, 8 de Setembro de 2010, tivemos a tarde para conhecer Genebra. Na verdade, os portugueses que organizam esse encontro fizeram desse passeio uma brincadeira chamada “ Caça ao Tesouro”. Dividiram-nos em grupo, deram-nos uma folha com várias perguntas e deixaram-nos no centro de Genebra. O final do roteiro era um hotel onde passamos parte da noite regada à música típica e fondue.

Conhecer o CERN, que é o maior laboratório já construído na história, é uma experiência e tanto. Impossível olharmos para esses mega equipamentos com toneladas de fios por todos os lados impregnado de tecnologia de ponta a ponta sem nos emocionarmos, sem refletir sobre o que é a mente humana e do que somos capazes quando juntamos forças. Andar por Genebra, no entanto, não foi diferente. Deparar-se com uma cidade construída no século XII, com as Igrejas imponentes, passar na rua onde morou Rousseau…haja coração para tamanha emoção.

Agora, então, vou contar para vocês a aventura que foi esse passear pela segunda maior cidade da Suíça e uma das cidades com melhor qualidade de vida do mundo! Na verdade, todo o meu grupo de 10 pessoas se perdeu, e no final conheci Genebra com Soraia, professora de física de Niterói, e Izabel, de Santa Maria. Simplesmente uma aventura inesquecível que com palavras e mesmo com fotos, com certeza, não conseguirei reproduzir em toda a sua magnitude.
Vamos?

Descemos na estação “ Cornavin” e andamos (sempre andando a partir de agora) até a Ponte Mont Blanc, uma das perguntas era descobrir quem estava olhando o lago no Quais de Bergues.

A vista de Rousseau é maravilhosa. Cá está:

O que ele está vendo é a Pont de la Machine. A máquina original servia para bombear água para as casas locais. Hoje, aquele casarão que Rousseau olha, transformou-se no Bureau de Tourisme de Genebra.
No caminho, deparamos com esses ambientes pra lá de acolhedores.
Nessas horas, esquecíamos de que havia uma cidade a ser percorrida a pé e fizemos parte da paisagem por mais tempo de que deveríamos.
Tínhamos que descobrir quais são as bandeiras que alternam na Rue de la Corraterie. As lojas nessa rua são caríssimas, na verdade, aqui tudo é caro, mas ela consegue superar o que para mim já era um exagero nessa terra.
O bom é que lá no final, deparamo-nos com a Place Neuve, onde encontramos o General Dufour, sentado no seu cavalo olhando o belíssimo Conservatoire de la Musique. Quando ele foi fundado? Era a pergunta da vez. Estava escrito MDCCCXXXV. Para quem não perdeu a aula de algarismos romanos…
Por alguns segundos o general ficou me olhando.

Entramos agora no Parque de Bastions, jogamos uma partida de xadrez e continuamos.

Nesse parque, encontram-se os principais edifícios da Universidade de Genebra. Lembrei-me da UERJ:

Esses são os quatro gigantes da Reforma. Quem são eles?

Uma vista de arrepiar!
Estamos entrando na Cidade Velha de Genebra. As estreitas ruas da Genebra medieval podem ser visitadas tranquilamente a pé.

Palmas para Izabel que conheceu tudo de botas, elegantésima e não reclamou nadica de nada de cansaço! Uma força invejável.
Estamos entrando no Hotel de Ville. No verão fazem concertos ao ar livre no pátio do hotel.
Uma vez lá dentro, não sabemos se olhamos pro chão, para as paredes ou para o teto.
As flores dão um colorido especial e estão por todos os lados.

Essa aí embaixo é a Grand Rue, local onde Jean-Jaques Rousseau nasceu:

Passamos em frente da Maison Tavel, a casa mais antiga de Genebra.

Atualmente, essa casa virou um museu. Mas claro, como só tínhamos uma tarde para fazer o diabo do roteiro, não entramos em museu nenhum. Continuando, nos deparamos com a Cathedrale Jean Pierre. Haja coração para a vista.
Não chegamos a tempo de subir no alto da torre. Mas entramos…
Lindo demais, concordam? Bom, seguindo fomos parar na praça Bourg du Four, onde paramos, descansamos, tomamos sorvete, eu, refrigerante e Izabel e Soraia, uma cervejinha no La Clemence e continuamos a nossa peregrinação um tanto quanto agradável.
Essa é a vista chegando a praça.

Esta é a indo embora…

Cansados? Nós não, ainda bem porque ainda havia muita coisa a ver. Fomos dar uma olhada no Museu de Arte e História.
De onde eu estava, se olhasse para o lado via a Igreja Ortodoxa Russa, decorada com cebolas douradas.
Espetáculo, não? Continuando…conforme íamos andando de vez em quando deparávamos com fontes. Quando é um leão quer dizer que a água é potável. E quando é outro bicho eu não sei e nem vi.
Agora chegamos ao ponto mais famoso de Genebra o Jato d´água. Jet d´Eau. O jato de água lança 500 litros de água por segundo a uma altura de 140m!!! No verão, ele funciona até às 23h.
Eu nem estou feliz aqui. Apesar de estar cinco horas andando carregando 6 quilos de chocolate, cadê o cansaço que não aparece?
Já estava ficando escuro, mas mesmo assim resolvemos sentar para admirar a vista.
Nada mal, não? Havia mais caminhos a percorrer, mas resolvemos ficar ali mesmo por mais tempo vendo o Sol se por e dali partimos para o hotel Edelweiss, onde chegamos quase 21:00h. Lá, passaríamos uma noite regada a música, a fondue, danças e muitas mas muitas risadas.
Voltando, lá pelas tantas, enquanto esperávamos nosso ônibus ainda sobrou energia para gravarmos esse vídeo altamente explicativo do que estamos aprendendo no CERN.

CERN 4 – Vida de nerd 2

Depois de uma manhã bem atribulada com uma palestra sobre Os Princípios de Detecção de Partículas com a professora Ana Maria Henriques Correia  aqui mesmo do CERN, outra sobre Introdução à Física de Partículas com o simpatíssímo professor Augusto Barroso  de Lisboa e finalmente com a palestra sobre  o Detector CMS ministrada pelo professor André David do LIP,  almoçamos e fomos conhecer o CMS Electronics Cavern e o  CERN Control Centre.
Aqui nós, professores super nerds, podemos fotografar tudo, inclusive os fisicos meganerds trabalhando.  Aliás, é para isso que cá estou (como me lembram toda hora os portugueses)! Algo hiper estranho acontece. Miramos a máquina, damos close, o flash acende e o ser (?) não se desconcentra! A única recomendação que tivemos é de que não os alimentássemos.
In- out! In-out! In-out!!! 
Tudo computador! Tuuudo. Paredes e mais paredes, corredores e mais corredores…
Quem disse que físico nerd não lê literatura? Olha a relíquia que encontrei na mesa de trabalho!
Eu aqui fico assim: não posso ver uma placa de perigo, radiação, afaste-se, fogo, você vai morrer! que eu fico toda feliz!
Eu fico irradiante!
Área proibida então… nem se fale.
Aliás, cá para nós, aqui tem umas placas que eu não sei bem o que tenho que fazer ou o que não devo fazer.
Fiquem juntos! Não andem sozinhos! Encontrem- se aqui! Apertem-se! O mais estranho é que estava bem no meio de um estacionamento. Vai entender…
Não posso entrar nas caixas? Não posso ter uma caixa? Isso é uma caixa???

Não posso amar? Não devo pendurar um pêndulo no meu coração?
Ããããããhhh?
Já outras eu entendi e obedeci!
Bom, depois dessa visita ao CMS, fomos conhecer o Centro de Controle daqui do CERN .
….e lá estão eles de novo concentradíssimos:
Mas reparem, eles enchem a cara. Olha as garrafinhas em cima do armário!
Medina, Elika, Izabel, Soraia e Alexander:
No final da noite, depois de jantarmos ainda tivemos um programa super high-tech-help-me-please! Houve uma video-conferência com  CV’s Teachers Night e os Teachers Program in Portuguese at CERN 2010. Eles falavam de lá, a gente aplaudia daqui, a gente falava daqui, eles riam de lá…quer dizer, eu não falava nada, só aplaudia e ria ria ria.
Bom, esse foi mais um dia!
Ah! Na volta passei numa farmácia para comprar cremes. Aqui é França e meus creminhos são todos feitos aqui (made in Parrí), entrei com uma amiga e ficamos a fuçar nos cosméticos, como dizem o portugueses. Mas aqui é muuuuuito cosmético. Perguntei para uma atendente para que servia aquele ali, para qual parte do corpo (Oú dois-je passer?), fazendo gestos apontando os olhos, as minhas bochechas… e ela me disse Pour passer au cou. Minha amiga que nada entende de francês olhou para a moça super assustada e não acreditando nesses franceses. E eu? Ria ria ria.
Até amanhã!
Beijos para que é de beijo, abraço para quem os merce e resto ao resto!

CERN 3- Vida de Nerd

Essa foi uma das vistas indo para o LHCb. As flores são girassóis! Me lembrei de Monet…parece coisa pintada por ele.

Um dos quatro experimentos distribuídos ao longo do anel de 27 km do LHC é o LHCb. Eu fui lá! Mais uma vez a tecnologia abundante dá um show. Estou chocada, perplexa, boquiaberta com a mente humana.
É tudo enorme! Incrível como é necessário coisas tão grandes para entender coisas tão pequenininhas… Mas, por detrás da imensidão do experimento, pudemos conhecer alguns, apenas alguns, detalhes dos detectores.

Duvido você me encontrar na foto aí em cima. Duvido.
Vocês não me encontraram naquela foto porque eu não estava lá no meio. Foi tirada, como você pode ver, de um cartaz. Mas essa aí sou eu. Fácil de encontrar agora na foto, não?

O Globe é, como o nome sugere, um imenso globo recoberto de madeira dentro do qual acontece o Univers de Particules, um show multimídia que fala da origem da matéria e do Universo. Eu fui lá!!! Vi tudo com esses olhos cheios de miopia e ainda tirei fotos!!!

Essa galera é parte do grupo de brasileiros. O menino lá detrás é de Moçambique e o Gringo é o professor Mike, prêmio Nobel da Física de Partículas!
Mentira, ele é “apenas” um físico do CERN, mas ele é tão inteligente…
Já ia me esquecendo… pela manhã são as palestras, à tarde é que vamos passear nos megalaboratórios. Esse é o professor Jonathan R. Ellis (CERN), muito simpático, nos deu as boas vindas e falou (em inglês) sobre a missão do CERN. Essa foi a primeira palestra que assistimos no dia 6 de setembro.
Depois tivemos uma introdução à Física de Partículas. Esse é o simpatissíssimo professor Augusto Barroso (CFTC,U.Lisboa) introduziu o Modelo Padrão de Partículas de forma bem divertida e descontraída. O tema é vasto e o tempo era curto.  Mas foi muito legal.
Brasileiro no CERN!Statistics in Particle Physics and Brazilian participation at CERN!Esse é o professor Vítor Oguri (UERJ!!!) abordou a Física Estatística, importantíssimo ramo da Física no estudo das partículas elementares.
Como foi nosso primeiro dia, eu estava “zero-bala”. Fiquei bem espertinha e acordadinha nas palestras.
Voltamos andando pro hotel. Andei  da Suiça até a França! Uma loucura!
Bom, se eu tiver energia, amanhã tem mais. Aqui são quase 3 horas da madrugada e eu aqui. Amanhã tenho que estar bem acordadinha para o que vem pela frente.
Beijos para quem é de beijos, abraços para quem os merece e resto ao resto!

CERN 2- A história Continua

Vou tentar ser breve:

Essa foto foi quando parte do grupo desembarcou em Genebra.
Esse é o nosso ônibus. Os homens importantes e inteligentes andam em ônibus assim.
Na nossa primeira noite paramos numa Creperie(Crrrréperrí, a pronúncia). Um brinde para nós!
Lá no CERN alugam bicicleta. Mas como eu sou uma pessoa inteligente e importante fiquei andando de ônibus mesmo. Detalhe: Aquele lá de cima foi só no primeiro dia.    🙂
Estou hospedada numa cidade chamada Saint Genni Poully, na França. É um charme. Flores para todos os cantos, tudo limpo, até mendigo fala francês…um espetáculo!
Isso é uma pintura! Impressionante visto de longe!!! E de perto…quanta emoção.
Lindo não?
Até as casas mais simples aqui esbanjam charme.
Divideodó vocês acertarem que fruta é essa. Vou dizer que fiquei doida quando vi porque nem fruta eu sabia que era.Pensei que era sei lá … não sei, talvez fruta mesmo. Acho que nunca havia parado para pensar nisso. Sei que  peguei um cacho, botei na boca crente que era a mulher mais feliz do mundo. Ledo engano… as aparências enganam. No mundo inteiro. O bicho é mais azedo que limão.
Groseille. Grrrrrrrôséiiê. Assim que se fala.
Agora, dá licença porque eu tenho que trabalhar. Esse é o nosso caminho diário para o ponto de ônibus. Depois eu mostro como foram as visitas aos laboratórios.  
Au revoir!
PS: Eis nosso cronograma-kamikase, para quem tiver curiosidade:
Só saímos lá do CERN umas 20:00h. Não dá tempo nem de gastar dinheiro!!!  

CERN ! Nem Acredito!!!

Sexta-feira, 3 de setembro embarquei do Rio de Janeiro para São Paulo, depois, de  São Paulo para Frankfurt/Alemanha com conexão para Genebra/Suíça no sábado. E de Genebra, com ônibus fretado pelo CERN – the European Organization for Nuclear Research, vim para Saint Genis Pouilly/França, onde estou hospedada com mais outros 19 colegas professores brasileiros participando da Escola de Física do CERN. Literalmente, uma viagem!!!
O evento começou oficialmente às 14h, depois do almoço, já com os 76 professores: 20 do Brasil e 56 de Portugal, Angola e Moçambique.
Com abertura do professor Pedro, recebemos as boas vindas do prof. Mike, coordenador da Escola junto ao CERN e em seguida tivemos uma apresentação geral do prof. José Carlos cuja intenção foi aguçar a nossa curiosidade sobre o que vai acontecer ao longo da semana. E ele conseguiu! Tudo bem… eu bocejei um bocado, mas é por causa desse maldito fuso-horário!
Depois fomos visitar dois experimentos: o Atlas e o CMS. E tivemos uma aula detalhada de como funciona o confinamento dos feixes de prótons ao longo do anel de 27 km do LHC.
Essa aí em cima é a sala de controle do Atlas!
Dipolo de 15m (em corte) no interior do qual são aceleradas as partículas. O conjunto de dipolos forma uma circunferência de 27km e encontra-se em um túnel 100m abaixo da superfície. Os tubos estão a uma temperatura e pressão menor que a existente no espaço interestelar.
Vale lembrar que essa atividade é um programa oficial do CERN para professores de Ensino Médio dos países membros. O Brasil coopera com o CERN mas (ainda) não é membro. Logo, para que nós brasileiros participássemos deste evento, tivemos que entrar na cota dos portugueses que gentilmente nos abriram espaço por iniciativa do LIP – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.
A organização do grupo é coordenada pela Secretaria para Assuntos de Ensino da SBF – Sociedade Brasileira de Física da qual o prof. Nilson Marcos Dias Garcia, docente da UTFPR, é secretário. Ele também foi nosso guia desde a organização do evento, ainda no Brasil, e chegou antes em Genebra para garantir que tudo acontecesse da melhor maneira possível.

Nós professores do Brasil participantes deste curso de capacitação contamos com apoio financeiro do CBPF – Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas que estamos recebendo apoio financeiro do Departamento de Educação Básica da CAPES (através do prof. João Teatini) e do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia (através do prof. Ildeu de Castro Moreira).

E esse foi só o nosso primeiro dia!!!
Até breve!