Economia Yukiana

menino

Yuki, meu caçulinha de oito anos, veio feliz me mostrar o carrinho que havia comprado usando todo o dinheiro – nove reais – que havia economizado há meses com o troco da merenda.

– Mãe! Olha meu transformers! Ele faz isso e aquilo e mais aquilo outro!, e vira assim!, e mexe assado!, e ainda lança projétil! Gastei todo o meu dinheiro mas valeu a pena! Muito legal ele, né?
– Sim. Muito mesmo!- respondi.

Que bom, pensei, tão pequeno e já está aprendendo a lidar de forma sábia com a moeda. Sem desperdício e com maturidade. Mas daí, olhando aquele brinquedo meio robô meio carrinho e cheio de adereços, ocorreu-me uma pergunta:

– Mas, ele custou só nove reais?
– Bem…Não… Na verdade, meu pai teve que dar uma forcinha na hora.
– Imaginei. Quanto foi essa forcinha?
– Cento e noventa reais. – Respondeu ainda olhando maravilhado para o brinquedo. E completou: Vou começar uma nova economia na segunda.

Virou-se para mim e deixou escapar um sorriso gaiato.

Tenho a ligeira impressão de que fomos deliciosamente enganados aqui.

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