Presente das Galáxias

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Hoje rolou praia com o Yuki, meu caçulinha de oito aninhos, no final da tarde já que a mamãe aqui é branquela e não pode com esses raios ultraviolentos.

Lá pelas sete e tals, o Sol estava se pondo por detrás das nuvens de onde partiam raios vermelhos alaranjados. Se Deus existe, ele estava por ali. Muito lindo não ver o Astro Rei,  mas perceber que ele está firme e forte mandando brasa ainda. Olhei para aquela pintura e disse para o Yuki que estava montando um castelo na areia:

– Olha que lindo!
– Lindo mesmo, mãe! – Concordou após observar por uns segundos aquela paisagem imponente.
– Toma de presente isso para você.
– Mas não dá, mãe. Isso não se pega.
– Você já não ganhou bombons de presente?
– Sim. E comi!
– Já não ganhou perfume também?
– Sim. E fico bem cheiroso até hoje quando passo.
– Então. Tem presente que a gente pega, tipo brinquedo. Tem presente que se cheira, tem presente que se come e tem esse que estou te dando de se ver. Ora pois.
– Mas daqui a pouco acaba, mãe! – Disse Yuki perplexo apontando para o presente que já estava se transformando.
– Não se você não se esquecer, Kinho. Querendo de volta, ou seja, querendo vê-lo novamente, veja que maneiro, é só fechar os olhos. E é bom que você pode fazer isso quantas vezes que quiser e não gasta!
– Interessante esse presente. Presente de maluco isso.
– Pois então.
–  Então deixa eu olhar bem para essa paisagem para ela invadir a minha memória.
– Fique à vontade. Observe que esse presente é tipo um quadro valioso pintado por um artista famoso, mas que a gente só carrega dendagente.
– Tô ligado, mãe.

Depois de alguns segundos ganhei um abraço e um beijo de agradecimento.

– Nunca mais vou me esquecer disso, mãe. – Acrescentou meu Yuki fofurééééésimo.

E todas as vezes que um filho agradece assim, nós, mamães, é que recebemos um presente embrulhado em papel de eternidade, não?

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