
Estou cansada de ouvir que servidor público tem que acabar. Trago então algumas perguntas que costumo fazer para quem vem com essa ladainha para o meu lado. Compartilho com você poucas das quais me lembro. Pode contribuir, se quiser, nos comentários, ok?
Se acabar com a figura que mantém um contrato de trabalho com o Estado cujos vencimentos decorrem da arrecadação de impostos e é proveniente de concurso público, o que resta para servir a sociedade?
Como se constrói um país sem espaços, instituições, ideias e bens que não sejam ao mesmo tempo de cada pessoa e da coletividade?
Como haverá Estado sem servidor público?
Pessoas físicas que exercem uma determinada função de interesse público e ao bem comum existem em um país sem Estado?
O que significa eliminar o Estado?
Em que medida privatizar setores de interesse público se diferencia da ideia de destruir serviços essenciais à imensa população que não tem condição alguma de pagar pela prestação de determinados serviços?
Há outra maneira de destruir o Estado sem se privar de recursos a área que se deseja privatizar?
Alguém respira bem enquanto está sendo asfixiado?
A quem interessa criar e incentivar uma campanha de difamação pública contra o serviço público ou associar o servidor a uma série de coisas negativas, como à corrupção, à ineficiência, ao mau atendimento?
Há serviços privados direcionados à população baratos e bons?
As filas de espera pela prestação de serviços é um problema somente do serviço público? O que dizer sobre as filas nos supermercados, bancos, e para atendimento médico mesmo com plano de saúde?
Você está satisfeito com o quanto paga por mês para sua operadora de celular e pelo serviço prestado?
Por que devo acreditar em que defende o “Estado mínimo” se são as mesmas pessoas que praticam vários tipos de monopólio e também cartéis?
Por que falam sobre a necessidade de desmontar os serviços públicos, sendo que o Brasil continua destinando quase metade do orçamento federal para o pagamento de juros e o rolamento da dívida pública federal?
Por que em um país cujo governo federal destina aos banqueiros e rentistas a soma de R$ 1,038 trilhão ou 38,27% de todo o orçamento público federal, promove uma campanha contra o servidor público?
Como seria o atendimento da população durante a pandemia da Covid-19 se não houvesse o Sistema Único de Saúde (SUS)?
Deixo aqui essas questões no dia do Servidor Público.
Em tempo, parabéns para todas as pessoas que estão por aqui e que, como eu, trabalham em serviços públicos.