– Mãe, pra você. Disse ele, meu caçula de sete anos, com uma rosa murcha na mão presa por um talo pelado, sem folhas.
– Muito obrigada, Yuki, mas me permita uma observação: ela está murcha!
– Ah sim, eu sei, ele disse. Mas foi a maior que encontrei. As que estavam vivas eram bem menores e eu não arranquei para elas crescerem como essa. E perceba mais, mãe. Eu tirei todos os espinhos para você não se machucar, você viu?
Na verdade, eu havia reparado somente a ausência de folhas e o fato da rosa estar sem o viço de uma flor viva. Pensei até que ele estivesse brincando inicialmente, mas percebi que ele estava animado ao me dar o presente. Depois da explicação, de repente, passei a ver um jardim nessa flor desbotada e, desde então, a me sentir tal como uma rainha, mãe de um príncipe real.
Tapa na cara do preconceito. Ponto para a poesia.